Um nascimento que ecoou pelas terras do reino. Uma herdeira nasceu, não apenas como a futura rainha, mas como um símbolo de transformação e destruição. Seu destino é sombrio, e o peso da coroa será tanto uma bênção quanto uma maldição.
Ela carrega e...
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Os gritos que ecoavam pelo castelo aterrorizavam a todos os presentes. O rei, contudo, mantinha-se firme em sua decisão de não convocar o médico real, enquanto a rainha exauria suas forças em um árduo trabalho de parto. Finalmente, o rei resolveu chamar o médico para socorrer a rainha, mas sua decisão veio tarde demais.
A rainha já se encontrava em estado de extrema debilidade. Com a ajuda do médico, ela reuniu suas últimas forças para trazer ao mundo uma linda menina.
— Katrina — sussurrou a rainha, pronunciando o nome da filha ao expirar seu último suspiro.
Do outro lado da porta dos aposentos reais, o rei estava tomado pela fúria.
— Uma maldita menina! — bradou o Rei Maximilian, arremessando sua taça, que quase atingiu uma das criadas. — Nem para me dar um herdeiro Felicia serviu.
Katrina foi levada por uma ama de leite aos aposentos, enquanto seu pai, o rei, despejava sua ira sobre os servos.
— Pobre menina, trouxe sobre si a fúria real. Katrina, espero que tenhas forças para suportar tudo o que está por vir — murmurou Lis, sua ama de leite, comprometendo-se a cuidar da menina.
Dezoito anos depois
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Katrina
O castelo, outrora resplandecente de luz e alegria, encontrava-se agora imerso em completa escuridão e desolação. O rei jamais conseguiu outros herdeiros; todos nasceram mortos. A única herdeira do trono era Katrina, a filha que Maximilian mais desprezava. Mesmo diante desse repúdio, ele ensinou a Katrina tudo o que sabia, preparando-a como sua sucessora em todas as questões e levando-a sempre às reuniões com outros reis, para que se acostumasse às responsabilidades.
— Meu rei — disse eu, novamente na sala do trono. Nunca amei meu pai, mas também nunca o odiei. Apenas ansiava compreender a razão de todo o ódio que ele nutria por mim.
— Chamei-te aqui para conversar, menina — essa era a forma dele de demonstrar afeto. Quando estava irado, eu sabia, pois sempre me chamava pelo nome.
