capítulo 3

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Katrina

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Katrina

O abraço de meu pai curou feridas que estavam abertas desde minha infância. Nunca imaginei que ele me abraçaria, mas, em essência, continuo sendo a menina que anseia pelo amor de seu pai.

— Você foi sábia, menina. Sabe que a coroa traz um peso imenso, e eu não queria que sofresse com esse fardo, como eu sofri — ele me soltou e retornou ao trono. — Escolhi o trono porque era necessário; pessoas sofreriam se eu não assumisse essa responsabilidade. Contudo, você teve a oportunidade de escolher. Realmente deseja ser rainha? — perguntou ele novamente, como se não pudesse acreditar em minha decisão.

— Esta foi a minha escolha, meu rei. Eu quero ser rainha e serei rainha — respondi com toda a sinceridade, esperando que ele visse a autenticidade em minhas palavras.

— Às quatro da tarde, venha aos meus aposentos. Lá, contarei a história verdadeira do reino. Agora que será rainha, precisa saber o que a espera. Pode ir — ele disse, e percebi que escondia algo de mim.

Deixei a presença do rei e fui diretamente ao estábulo. Selei meu cavalo e decidi cavalgar um pouco para clarear a mente.

Os soldados abriram os portões do castelo, e eu saí para sentir o ar fresco e organizar meus pensamentos.

Andar a cavalo sempre foi minha paixão. Desde muito jovem, Zack tem sido meu companheiro; ele já presenciou minhas lágrimas e sorrisos, sempre esteve ao meu lado em meus momentos mais difíceis.

Cavalguei pelo reino até a fronteira. Era imprudente vir até aqui sozinha; as montanhas são perigosas, especialmente a Floresta Negra que circunda todo este território.

Quando me aproximei da Floresta Negra, senti uma ardência intensa na pele, uma dor tão forte que me obrigou a recuar.

No entanto, antes de me afastar, percebi um par de olhos me observando. Foi o suficiente para assustar meu cavalo, que disparou em um galope descontrolado. Com algum esforço, consegui acalmá-lo e retornamos ao castelo.

— Onde esteve, menina? — Assim que passei pelo estábulo, encontrei Lis, me observando como se eu tivesse fugido.

— Fui apenas cavalgar — respondi, exausta e sem disposição para discutir.

— Vá tomar banho. Seu pai deseja vê-la. Depressa, menina — disse ela, empurrando-me para que andasse mais rápido.

Depois de lavada e arrumada, dirigi-me aos aposentos de meu pai. Nunca havia entrado ali; era um limite que eu sabia que não deveria ultrapassar.

— Entre, Katrina — ele falou antes que eu pudesse bater na porta.

— Como soube que eu estava aqui? — perguntei, entrando no quarto.

Observei retratos de minha mãe na cabeceira da cama, um quadro imenso dela à frente do leito e, como se não bastasse, também uma imagem minha ao lado dela.

Os aposentos de meu pai eram envoltos em escuridão. Além das fotografias que nos retratavam, não havia mais cores. O ambiente parecia imerso em luto.

— Sou um rei com sentidos apurados, capaz de perceber quem está atrás da porta. Anos de experiência ensinam isso — disse ele, enquanto segurava um enorme livro em suas mãos.

— Então, meu pai, por que me chamou? Conheço a história do reino; aprendi-a quando tinha apenas seis primaveras — respondi, lembrando, emburrada, das vezes em que quase fui punida por errar o nome de meu avô.

— A história que lhe contaram foi apenas aquela que eu quis que você soubesse. A verdadeira história, Katrina, você a conhecerá agora — percebi que a verdade deveria ser dolorosa.

Rainha InvencívelOnde histórias criam vida. Descubra agora