Capítulo 10 - Motivo

7 2 18
                                    

POV – Fayn

  Já estava garantindo algumas coisas da lista de Jader: celulares, livros que relatem os últimos 20 anos e qualquer coisa que tivesse informações úteis. O mais difícil seria realmente descobrir onde está o artefato.

  Logicamente, estaria na Fortaleza ou algum lugar perto de Inferno. Mas onde exatamente? A Fortaleza é simplesmente grande demais para ter o prédio todo como área de busca. E Inferno é uma cidade tão grande quanto a Capital.

  Não tem um método fácil para fazer isso, preciso contar com os espiões do Hogan. Eu poderia ir pessoalmente mas meu rosto é famoso em Inferno. "O homem que fez os Generais recuarem" deixou sua marca na cidade.

  Era outra mentira mas eu deixava passar, a história era bem mais simples. Como soldado cumpri missões de reconhecimento, escolta e algumas incursões em bases inimigas. A maioria foi bem sucedida e fui promovido a capitão.

  Como capitão eu dizimei bases inteiras sozinho, eliminei grande parte do exército dos Generais. Dentro de um ano fui promovido a Alto-comandante, sendo assim apenas continuei fazendo o que já fazia. Os Generais retiraram suas tropas do nosso território e uma paz fingida se instaurou.

  Eu sabia que estavam quietos demais, estavam planejando algo. Só não sabia o que era até Hogan me dizer. Batidas na porta do escritório me deram uma ideia.

  — Entra.

— Fayn, relatórios dos capitães e alguns pelotões ao redor da cidade.

  — Obrigado, pode deixar aqui.

  A secretária deixou os papéis na minha frente mas ficou parada me observando. Olhei para ela e só agora percebi que não sei o seu nome.

  — Qual o seu nome?

  — Amanda. Queria pedir desculpas ao senhor.

  Amanda tinha cabelos pretos como os meus mas os seus só chegavam aos ombros. Se portava com certa elegância, podia ser comparada a alguém de uma família rica.

  — Desculpas? Ah, lembrei de você, seu filho estava animado ontem. Não precisa ficar nervosa foi bom ver uma criança sorridente daquele jeito.

  Amanda ainda insistiu em se desculpar para depois ir embora. Quando ela abriu a porta deu de cara com o Hogan, com uma reverência ela foi embora. Não vou dizer que fiquei animado vendo a cara do velho. Ele estava com uma cara de quem comeu e não gostou.

  — O que aconteceu?

  — Por incrível que pareça, nada. Estou pensando como devo anunciar essa missão aos capitães.

  Hogan se sentou em dos sofás com os braços abertos. Peguei o primeiro relatório e comecei a ler, era só um dos pelotões ao redor da cidade, sem nada novo.

  — Fala do mesmo jeito que disse para mim.

  — Vou manter a história da aposentadoria dos Senhores da Guerra, mesmo escondendo que foram presos ainda vão ter rumores.

  — Os mais fortes voltando para uma missão enigmática. Daria um bom roteiro de filme.

  Hogan fechou mais a cara enquanto olhava para mim. Tentei ignorar o máximo possível puxando mais um relatório.

  — Não é hora de piadas.

  — Sempre é hora de piadas meu caro Hogan.

  — Meus espiões morreram.

  Ele poderia parar de jogar esse tipo de informação do nada. Até esqueci o que estava lendo e deixei os papéis na mesa.

  — Pode explicar?

ElevaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora