Voamos até as coordenadas da próxima prisão, estava tão escuro que só a lua iluminava tudo. Eu quase não via a água abaixo de nós, estávamos em cima do oceano. A única confirmação eram as coordenadas.
Pedi ao piloto que mantivesse o helicóptero estável, já deveríamos estar em cima da prisão. Flutuei para o lado de fora e disparei um sinal de energia condensada para cima. O feixe branco saiu da minha mão e foi rumo ao céu iluminando tudo como se fosse dia.
Durou apenas um momento mas já tinha sido o bastante. Outro feixe de energia surgiu, algumas centenas de metros para o sul. Voltei ao helicóptero e voamos até a prisão.
Era feita de concreto, o que não parecia muito bom visto que estava no meio da água. Mas ao redor havia uma camada de metal, era pouco mas era o bastante.
A estrutura em si parecia um cilindro, devia ter algumas dezenas de metros acima do nível do mar e algumas centenas de diâmetro. Tirando o fato de estar no meio do oceano até se parecia com uma prisão de segurança máxima comum. Exceto por ter apenas um prisioneiro, dez mil guardas, armas e munições potentes o bastante para derrubar navios cargueiros com um disparo.
Pousamos no heliponto no centro do cilindro, no topo da prisão. O capitão responsável já estava me esperando. Com uma reverência ele me cumprimentou:
— Alto-comandante.
— Capitão, verifique as condições no helicóptero e cuide bem do piloto.
— As suas ordens senhor. Descendo as escadas encontrará o recruta responsável por guiá-lo.
Assenti e acenei para Helena, Jader e Violet me seguirem. Conforme desciamos as escadas eu notei certa tensão no ar, não só pelo ambiente apertado.
— Aconteceu alguma coisa?
— Estamos indo até o Kusog não é? – a voz de Violet pareceu quase uma criança prestes a levar uma chinelada.
— Sim. Acham que ele não vai aceitar?
— Helena lutou, Violet praticamente não teve escolha e eu também não. É certo que ele vai lutar, com a força que me lembro tenho dúvidas se essa base vai aguentar.
— Vocês não viram o que o Fayn fez, Kusog tem chances reais de morrer.
Deixei os três discutirem, pelo menos teria um som enquanto eu descia essa escada infinita. Só voltei a falar quando avistei o tal recruta, um garoto pequeno e muito sério.
— Qual seu nome rapaz?
— Heitor, senhor. Fui instruído a guiá-lo pelas instalações até o prisioneiro – Se não me falassem que era recruta não imaginaria, ele falava e se portava como um soldado experiente apesar do tamanho.
Assim como as outras prisões, esta foi projetada para prender exclusivamente uma pessoa. Kusog conseguia se conectar com os minerais da terra e usá-los, logo o oceano era ideal para prendê-lo.
O concreto impossibilita que ele sinta o metal cobrindo a prisão, a água deixa ele desorientado e os anos fazem resto. Kusog fica embaixo de tudo, algumas centenas de metros abaixo do nível do mar. Dentro de um aquário feito para aguentar uma bomba atômica, todo dia o aquário era esvaziado uma vez para que comesse, bebesse e se aliviasse. Em seguida era cheio novamente e ele ficava boiando até ser esvaziado.
Quando cheguei na sala mais funda vi o aquário. Era uma esfera de algo que parecia vidro, suspensa por cabos um pouco acima do chão de concreto. Agora, ele estava vazio e Kusog estava sentado no fundo do aquário.
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Elevação
FantastikO que é necessário para se criar a paz? Após conseguir criá-la, como mantê-la? Simples, é necessário poder. Não o poder físico, econômico ou social, não. É necessário o poder em sua forma mais simples, a influência. E para manter a influência de for...