Inesperado 2.2

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O espaço abafado pareceu piorar com a chegada do bárbaro. As duas figuras que acompanhavam o homem aumentando o número dos inimigos do ator. Para piorar, a tensão aumentou quando o recém-chegado informou:

Senhora, trouxe meus homens porque eles são minha anestesia. Sei que a senhora me entende.
A voz grossa e um tanto sarcástica não combina muito com o olhar mortífero do homem, mas amedronta ainda mais sua vítima. Tem sabe que se for ferido pode perder sua vida e sua carreira. Anos lutando para ser uma estrela e agora virar uma estatística?

Para ele, pior que ser ferido é ser vítima de alguém que deveria amá-lo. Nos últimos meses ele presenciou todo o amor familiar dos Theerapanyakul. Não teve inveja ou ciúmes, pois sabe que é algo que não tem mais idade para conquistar, Mas a meia-irmã matá-lo? Nem em seu maio pesadelo ele vivenciou tal atrocidade...

Quando o torturador abriu a maleta, Tem soltou-se das cordas, mas manteve as mãos às costas e os olhos no homem. Quando Tiene se aproximou da maleta, o homem sacou de uma navalha e a dominou.
Foi tudo tão rápido e tão bem orquestrado, que Tem levou alguns segundos para entender o que estava acontecendo.
— Você me traiu, Nuan! Eu vou matá-lo.  — Ele gritou, olhando para o seu companheiro de crime, que agora ria tenso. Por um segundo pareceu um riso conhecido, mas o homem desfez o segredo quando    retirou a máscara e Tem viu que era Porsche.
— Bem, em outra vida talvez o mate. Eu adiantei o serviço, quando o substitui, senhora. Ele deu mais trabalho que os outros, confesso. 
A mulher soltou um grito agudo, amaldiçoando Porsche por matar seu amante.

Um dos homens que o "torturador" tinha chamado de anestesia, deu voz de prisão à mulher e Tem prendeu-se de novo nas cordas, quando percebeu que isso complicaria mais a mulher.
Porsche apenas riu e foi ao encontro de Tem.
Abraçou-o e, fingindo aprofundar o abraço, deu um nó na corda, prendendo Tem com mais força.
— Ele está amarrado, senhor. - Falou, com a voz irritada.
O outro policial aproximou-se do ator, agora sem a máscara e o soltou, cortando a corda.

Tem se permitiu chorar abraçado Porsche.
— Você não pensou que sua família iria lhe abandonar, não é, Tem?
Ele nunca se sentiu parte de uma família. Não sabe o que sentir em um momento assim. Simplesmente se permitiu ser abraçado pelo primo do namorado. As lágrima reprimidas surgiram rápidas em seus olhos, molhando  o ombro do outro. Tentou controlar-se, mas os sentimentos eram maiores que ele. Com algum esforço engoliu as lágrimas e se permitiu ser guiado para longe daquele inferno.
— Senhor, vá para casa e Descanse. Amanhã venha dar seu depoimento.   — O policial falou, solícito,
Tem agradeceu, fazendo uma reverência. Porsche se dirigiu ao policial:
— Diga ao delegado que amanhã daremos uma coletiva. Esperamos sua equipe lá. Tenham uma boa tarde.
Só no furgão que os esperava que Tem reviu o "torturador". O belo homem, com quem ele teve pouco contato desde que Tankhun entrou em sua vida, sorria-lhe calmo, enquanto se desculpava: 

— Desculpe o mal jeito, Tem.  Infelizmente demoramos para nos infiltrarmos na gang dessa mulher. Nossos guarda-costas seguiram vocês, mas não puderam cercá-la antes. E eu não ajudei muito quando entrei. Acho que acabei estressando mais você em uma situação que já não era fácil.

Tem suspirou. O excesso de bondade e compaixão de pessoas estranhas confundindo-o, já que o desespero das últimas horas foi provocado por alguém com quem ele divide laços de sangue. Agradeceu, acanhado, perguntando-se intimamente por seu namorado.

Pete, como se soubesse o que ele estava pensando,   sorriu-lhe, abrindo uma chamada de vídeo. Tankhun surgiu na tela.
— Amor! Você está bem? Eles o machucaram?   — A primeira coisa que notou foi os olhos vermelhos do namorado. O rosto que ele ama estava inchado, mostrando que não havia paz no coração e que de alguma forma ambos tinham dividido o mesmo desespero. Resolveu responder com cuidado:
— Não estou ferido. Estou bem. Fiquei nervoso só. Porsche chegou logo e mesmo que estivesse carrancudo, diminuiu meu medo.
O carro chegou logo à mansão Theerapanyakul.
Tankhun praticamente arrancou Tem do automóvel.
Beijou e abraçou o namorado, beijou os pulsos doloridos e marcados pelo corda, olhou-o  todo, procurando outros ferimentos e prometendo o inferno para Tiene e seus homens.
Quando ele se acalmou, Tem disse-lhe que precisavam conversar. Mas a conversa não aconteceu logo. Um por um, Theerapanyakul, Saengtham e Kitisawad também abraçaram e procuraram ferimentos em Tem. Toda aquela atenção mexendo ainda mais com seus sentimentos.

Em chamas   #TemTankhun    #KinnPorscheOnde histórias criam vida. Descubra agora