4- Nervos

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Mariana CavalcanteCT do Palmeiras, SP

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Mariana Cavalcante
CT do Palmeiras, SP

Ontem, quando o Richard me colocou no grupo da equipe, meu irmão já estava dormindo, mas hoje de manhã eu acordei com o próprio indignado por que passei meu número para o Ríos. 

— Você tava demorando demais pra pegar as informações com os meninos, e eu preciso disso para fazer o meu trabalho. — Terminei a fala. 

— Será que precisa mesmo? — Meu irmão contra argumentou fazendo a curva para entrar no CT. 

— As vezes eu fico puta com você por isso, você me sufoca. Puta que pariu viu, nem os nossos pais são assim. 

— Eu faço isso pra te proteger, porque eu sou homem Mariana, e eu sei o que eles pensam e o que eles fazem. 

— Raphael, eu já tenho 23 anos! — Esbravejei. — Já deu né? Pelo amor. 

— Tá, tá bom! Se envolve, mas se te magoarem que nem daquela vez nem adianta vir chorando pra mim, dessa vez eu não vou te consolar. 

— Obrigada! — Disse ainda brava, descendo do carro que já estava estacionado. Peguei minha bolsa e saí andando até minha sala sem dizer nada a ninguém. 

Me joguei na cadeira acolchoada da sala e respirei fundo, encarando a foto com meus pais que eu havia colocado na moldura, ao lado da foto em que estavam eu o Raphael e nosso avô. 

Escorei a cabeça no apoio próprio para isso e encarei as luzes no teto, hoje eu tenho que fazer uns exercícios de flexibilidade com os meninos e ver o aquecimento, depois vamos para o Allianz Parque, onde eles vão jogar e eu vou ficar com a equipe médica no banco. 

Eu odeio brigar com meu irmão em dia de jogo, por medo dele perder a concentração, sempre me sinto culpada e acabo pedindo desculpas. 

Mas ele também não precisava me lembrar do caralho da primeira decepção, há quem diga que o termo certo é primeiro amor, mas eu não, por que se fosse amor não tinha acabado do jeito que acabou. 

Me assustei quando escutei três batidas na porta da minha sala, me arrumei na cadeira e então gritei: 

— Entra. 

A porta foi aberta e Daniella entrou com uma das bolas de ginástica nas mãos.

— Eles estão prontos para começar. 

— Eu, já tô indo. — Levantei optando por não usar o meu jaleco, já que são só exercícios. 

♧︎︎︎

— Muito bem meninos, agora façam o movimento de ir para frente e para trás. — Orientei-os a fazer um exercício muito utilizado no rugby. 

Os jogadores de rugby foram um dos assuntos que eles mais falaram na faculdade, por que eles praticam um esporte que usa literalmente todo o corpo, então os exercícios de flexibilidade deles são bem avançados. Pensando nisso, eu resolvi trazer para os meninos e eles estavam fazendo os exercícios muito bem até agora, sem reclamar de nada. 

𝐂𝐨𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐃𝐨𝐦𝐢𝐧𝐚𝐝𝐨 - 𝑅𝑖𝑐ℎ𝑎𝑟𝑑 𝑅𝑖𝑜𝑠 𝑀𝑜𝑛𝑡𝑜𝑦𝑎 Onde histórias criam vida. Descubra agora