Dias tinham se passado desde que eu solicitei o passaporte. O alívio de ter eles em mãos era indescritível, era uma pequena vitória em meio a uma maratona que eu ainda tinha que correr. Com apenas quatro dias até a viagem para o confronto contra a EG, tudo estava se encaixando. Meus preparativos estavam avançados, e a certeza de que Aria cuidaria bem da Lia durante minha ausência de mais de dois meses me dava paz. Mesmo assim, um turbilhão de pensamentos me acompanhava constantemente, e eu sabia que havia algo importante que precisava resolver antes de começar a organizar minhas coisas.
Enquanto olhava para a minha mala parcialmente preenchida, sentia uma mistura de excitação e ansiedade. Viajar com o time para uma competição de alto nível era um sonho se tornando realidade, mas a necessidade de lidar com assuntos familiares ainda pesava. A relação com meus pais não estava das melhores desde que decidi seguir minha carreira, e a ideia de partir sem tentar esclarecer as coisas me incomodava profundamente. Além disso, havia o Joaquim, meu irmão, que sempre foi meu maior apoiador. Precisava me despedir dele adequadamente.
As palavras não ditas e os sentimentos não resolvidos pairavam sobre mim como uma nuvem carregada. Sabia que, para realmente me concentrar na competição e dar meu melhor, precisava ter uma última conversa com meus pais. Não seria fácil, principalmente com minha mãe, que nunca escondeu seu desapontamento com a minha escolha. No entanto, eu esperava que essa despedida pudesse, de alguma forma, abrir um caminho para o entendimento e, quem sabe, para a reconciliação.
Os preparativos para a viagem estavam praticamente concluídos, e o pensamento de passar dois meses fora de casa era tanto emocionante quanto intimidante. A agenda seria intensa, com treinamentos, estratégias e jogos, mas tudo que eu sempre quis estava prestes a acontecer. No entanto, não conseguiria partir com a mente tranquila sem resolver a questão com meus pais. Era hora de enfrentar essa conversa, algo que eu vinha adiando por tempo demais.
Pensei muito sobre como abordar o assunto com eles. Não sabia se eles entenderiam, se me apoiariam ou se continuariam com a mesma resistência de sempre. Independentemente de suas reações, eu precisava tentar. Sentia que, se não resolvesse isso agora, levaria comigo um peso desnecessário que poderia afetar meu desempenho e a minha paz. Respirei fundo, tentando reunir coragem para enfrentar o que vinha adiando há tempos.
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𝗧𝗨𝗗𝗢 𝗘𝗠 𝗝𝗢𝗚𝗢 ✮ LOUD tuyz
Fanfiction✦⭑𖦹 Cecília Ballmer, aos 19 anos, sempre sonhou em se tornar uma jogadora profissional de Valorant, se dedicando incansavelmente aos treinos e competições. Sua determinação finalmente a leva a ser contratada pela renomada equipe LOUD, onde encontra...