Operação 13

Capítulo 02

A agente especial Yanin saiu de seu escritório e atravessou o corredor em direção à sala de descanso da equipe de operações. Embora dissesse a si mesma que não estava preocupada, sua mente ainda girava em torno do dossiê da nova "recomendada" que havia acabado de receber.

— Boa tarde, chefe — cumprimentou um jovem enquanto ela caminhava pelo corredor de paredes escuras e iluminação suave. O cargo de agente especial sênior era altamente respeitado, sendo um dos mais elevados na hierarquia, com poder de comando imediatamente abaixo da administração.

A estrutura da agência era dividida em níveis de comando. O primeiro nível era composto pelos agentes comuns, que incluíam as divisões de administração, operações de campo e apoio. Em seguida, vinham os agentes especiais, depois os agentes especiais seniores, posição ocupada atualmente por apenas duas pessoas, uma delas sendo Yanin. E no topo, estava a alta administração.

— E aí, como está? — respondeu Yanin — Já está totalmente recuperado pra voltar ao trabalho? — perguntou ela ao rapaz da equipe de operações de campo da Equipe 02. Ele havia sofrido um ferimento na coxa direita após ser atingido por uma bala cerca de quinze dias atrás.

— Sim, senhora — respondeu ele — O médico me avaliou e liberou para voltar ao trabalho

— E pra onde está indo?

— Vou buscar alguns documentos no setor RH — respondeu ele com um tom neutro — Depois, vou levar pra chefe assinar

— Tudo bem, seja bem-vindo de volta

Ele se afastou, enquanto Yanin seguia em direção ao seu destino. Ao abrir a porta da sala de convivência da equipe de operações, encontrou o local vazio. Normalmente, quando não estavam em missão, era ali que todos se reuniam para conversar, realizar pequenas reuniões informais ou fazer refeições. Era praticamente uma "sala de trabalho não oficial."

Diante disso, Yanin entrou na sala, pegou uma garrafa de água na geladeira e deu alguns goles para saciar a sede, na esperança de que isso ajudasse a aliviar um pouco a irritação e o humor instável que ainda a rondavam. Talvez os membros da equipe estivessem no ginásio ou no campo de treino nos fundos do prédio.

Pensando nisso, ela decidiu ir até o lado de fora. Embora seu dia tivesse começado de forma nada agradável, pelo menos não havia nenhuma emergência que exigisse sua presença em campo. Entretanto, ultimamente, os incidentes graves, que colocavam vidas civis em risco, haviam aumentado de maneira alarmante. Nos últimos dez anos, a média de ocorrências graves era de, no máximo, 05% por mês, mas agora o número tinha subido para cerca de duas por semana, o que, para ela, era um aumento significativo. Talvez fosse reflexo da ampliação das áreas de atuação da unidade, o que acarretava uma quantidade maior de casos sob sua responsabilidade.

A unidade era um dos centros de operações de segurança nacional, composta por agentes de diferentes setores, incluindo novos membros recrutados, transferidos ou designados de outras áreas, como funcionários civis, militares, policiais ou alguns dos agentes especiais que foram recrutados diretamente pela unidade e passaram por treinamento conjunto com academias militares. Outros foram enviados para cursos de formação complementar em institutos de prevenção ao crime, tanto nacionais quanto internacionais. Após concluírem a formação, passaram por mais treinamento, teórico e prático, focado em prevenção à violência e anti-terrorismo.

— Pete — chamou Yanin, ao avistar um jovem que caminhava em sua direção. Ele tinha acabado de ser designado como agente de operações de campo, mas ainda não havia sido oficialmente alocado em uma equipe. Pete era de porte atlético, com cabelo curto no estilo militar, vestindo uma regata branca e shorts enquanto socava um saco de areia no ginásio atrás do prédio — Onde estão os outros?