"Porque tenho problemɑs, mɑs você tɑmbém tem
Entα̃o me dê todos eles e eu te dɑrei todos os meus
ɑproveite ɑ glóriɑ de todos os nossos problemɑs
Porque nós temos o tipo de ɑmor necessάrio pɑrɑ resolvê-los
Sim, eu tenho problemɑs
E um deles é o quɑn...
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J e n n i e
Jesus Cristo. Minhas pernas parecem gelatina. Ignoro Jungkook preparando algo no fogão e corro para me trancar no banheiro. Meu coração está tropeçando no peito, minha boceta está molhada e meus seios estão eriçados. Bem, Taehyung me deixou excitada, muito.
Eu mal pude resistir às provocações dele e depois à minha própria. Precisei de tudo de mim para me afastar e sair de lá. Argh! Quase perdi as rédeas.
— Mas você está aqui, firme e forte, vadia. –Murmuro para mim mesma e me olho no espelho. Então alcanço a escova de dentes que Taehyung me deu ontem e começo a higiene.
O cafajeste me ajudou ontem. Ele foi além de... surpreendentemente gentil. Apenas do seu jeito disfuncional, desajeitadamente ele me ajudou a me sentir melhor. Com a porra da pizza, as brincadeiras e aquela pergunta repentina: "O que aconteceu?". Isso mexeu comigo, eu quis desabafar. Mas lembrei onde estava e com quem eu estava. Kim Taehyung não se importa com os meus problemas, e nem precisa. Ter sido um cara bom para mim ontem foi o suficiente.
Eu não sei o que estava pensando quando saí correndo de casa, eu apenas... precisava. Estava me sentindo sufocada, e estava com medo. É, fiquei com medo do meu pai.
Quando saio do banheiro depois de escovar os dentes, molhar o rosto e prender o cabelo em um coque desleixado, avisto Jungkook e Taehyung conversando casualmente na cozinha. O primeiro ainda está cozinhando e o segundo está sentado em um banquinho perto do balcão.
— Bom dia. –Cumprimento, sentindo-me um pouco sem graça, mas não por Taehyung, e sim por Jungkook. O que ele deve estar pensando agora? Invadi a casa deles ontem nada discreta e agora estou parada feito uma idiota aqui.
— Bom dia, Jennie. –Jungkook responde com um grande sorriso. Estranho. Taehyung me olha com as sobrancelhas erguidas e eu cruzo os braços, desafiando-o. O idiota me segura pelo antebraço e me puxa para sentar no seu colo.
— Ei! Seu folgado. –Resmungo, tentando sair, mas Taehyung envolve seus braços ao redor da minha cintura em um aperto de aço e esconde seu rosto no meu pescoço. Que saco! Por que eu não posso simplesmente não gostar? Um arrepio subiu pelos meus braços e eu tive que reprimir um suspiro de satisfação com a sua proximidade.
— Quietinha, eu estou bravo com você. –Murmura contra o meu pescoço e eu reviro os olhos, tentando não sorrir.
— Como se eu ligasse. Você mereceu, e acho melhor não testar minha paciência. –Minha ameaça o faz rir e levantar a cabeça, nós dois olhamos para Jungkook, que nos observa como se houvesse uma melancia sobre nossas cabeças.
— Omelete? –Oferece, a frigideira pairando entre nós.
Taehyung não me deixou descer do seu colo para comer em paz. Jungkook serviu três pratos com omelete e torradas e xícaras de café. Para dois jovens de dezenove anos morando sozinhos, eles se viram muito bem. Eu realmente os imaginei comendo restos de pizza e bebendo refrigerante hoje de manhã. Culpada, eu julgo as pessoas muito rápido. Mas não posso evitar, na maioria das vezes eu estou certa.
Não posso dizer que não gostei de passar o café da manhã inteiro sentada na coxa do cafajeste. Seus braços ao meu redor para alcançar sua comida e eu confortavelmente comendo a minha sobre o balcão. As conversas entre ele e Jungkook eram cômicas. Xingamentos e provocações a cada três frases enquanto falavam do trabalho.
— Eu preciso ir. Vou para a lanchonete mais tarde. –Aproveito para falar quando eles dão uma pausa na conversa. Terminei meu café há poucos minutos e eles estão repetindo um segundo prato.
— Já? Tem certeza que não quer ficar mais um pouco? Não tem problema. –Taehyung usa o mesmo tom que usou para fazer aquela pergunta ontem, ele está sendo sincero e está levando a sério, importando-se com minha situação. A que eu neguei explicar. Não vou contar meus problemas para ele porque eu tento negar para mim mesma, mas me importo com o que ele pensa.
— Sim, vou encontrar as meninas antes de ir para a lanchonete. –Explico, Jungkook assente e pega os pratos sujos, levando-os até a pia e me deixando sozinha com seu amigo. Crio coragem para agradecer. Sou orgulhosa e chata, admito, mas sei reconhecer o que fazem por mim. E Taehyung... bem, ele foi surpreendente ontem. — Obrigada, Taehyung. Sério, eu não sei o que faria se você não tivesse aparecido.
— Eu tenho certeza que você daria um jeito, você é a pessoa mais dura na queda que eu conheço. E eu te conheço há o que? Um mês? –Eu não esperava que ele fosse ser legal agora também. Ele é tão idiota o tempo todo, agindo como se só pensasse em sexo, mas na verdade tem muito mais no seu interior. Se ao menos ele soubesse usar isso ao seu favor na maioria das vezes.
— Acho que um mês. Eu não sei o que teria feito, realmente. –A admissão me escapa. Eu nunca iria preocupar nenhuma das meninas com minha situação na noite anterior. Eu nunca preocuparia ninguém. Por isso digo que não sei o que faria, talvez passasse a noite sentada na calçada até amanhecer. Mas Taehyung me encontrou. Eu não chamei ou ele perguntou, ele só me achou. — Obrigada, de verdade. –Ainda em seu colo, vejo de perto seu rosto pensativo. Ele fica em silêncio por alguns segundos, um flash de seriedade em seus olhos antes que ele sorria torto e decida fazer nossa abordagem de sempre. Aliviar o clima com provocações. E graças a Deus por isso, já estava ficando sem graça com toda a sua atenção.
— Claro, gatinha. Recompense-me. –Ele faz um dos seus bicos idiotas e aponta para a sua boca. Como sempre, cobrando-me com beijos. Reviro meus olhos e gargalho, esse idiota.
— Nos seus sonhos, canalha. –Seguro seu maxilar e viro seu rosto para o lado, depositando um beijo na sua bochecha. Levanto-me do seu colo antes que ele possa reagir, então me afasto.
— Era na boca, gatinha. Não fique toda tímida agora. –Ele resmunga, observando-me caminhar até a porta. Destranco o ferrolho e olho para ele, erguendo meu dedo do meio e o fazendo rir alto.
De ontem para hoje, os acontecimentos foram estranhos e nada que eu poderia imaginar acontecendo, mas era justamente o que eu precisava para não me afundar nos problemas com o meu pai. Ficar sozinha não ajudaria, ficar com uma das meninas e ter que lidar com a pena delas muito menos, porque eu as amo e sei que elas me amam, elas não conseguiriam agir normalmente. Taehyung... ele apenas fez mágica.
