"Porque tenho problemɑs, mɑs você tɑmbém tem
Entα̃o me dê todos eles e eu te dɑrei todos os meus
ɑproveite ɑ glóriɑ de todos os nossos problemɑs
Porque nós temos o tipo de ɑmor necessάrio pɑrɑ resolvê-los
Sim, eu tenho problemɑs
E um deles é o quɑn...
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J e n n i e
— Eu vou deixar passar dessa vez porque ela te ofendeu, Lisa. Mas estou decepcionada com a sua atitude, há outras maneiras de resolver esse tipo de situação. –Minha amiga funga baixinho enquanto a Sra. Margarida termina seu sermão. Esse é o primeiro emprego da Lisa, ela está levando a sério e muito feliz de estar aqui. E quase o perdeu hoje por causa da amiguinha estúpida do Taehyung.
Eu ainda estou tão furiosa. Desde o momento que ele passou pela porta com aquela loira idiota o seguindo feito uma cadelinha, eu me senti estranhamente amarga. Quando eles começaram a se abraçar então... a coceira sob minha pele estava tão incômoda que eu precisei evitar olhar na direção deles.
Como diabos eu pensei que ele teria esperança de salvamento? Me ajuda na noite anterior e no outro dia já faz merda. Foda-se se o ver com aquela garota me irritou, nós não somos nada. Nem nos gostamos. Mas deixar que ela entre aqui e trate minha amiga daquela maneira? Eu pensei que ao menos nos respeitássemos. Taehyung trouxe uma vaca mal educada e Lisa quase perdeu seu emprego por isso. Eu sei que ela não deveria ter atacado aquela burra, mas não a culpo. Eu mesma já taquei uma bandeja na cabeça de um babaca no meu antigo trabalho.
— Eu prometo que não irá se repetir, Sra. Margarida. –Lisa choraminga e se joga nos braços da nossa chefe, a senhorinha arregala os olhos. — Você é tão boa. Eu prometo que a partir de agora vou trabalhar meus problemas de raiva e vou começar a resolver os problemas com diálogo e talvez eu até comece a meditar para ter certeza que vou canalizar minha raiva em algo produtivo e... –Alcanço sua boca e a tapo com a palma da minha mão, a puxando para longe da Sra. Margarida, que suspira aliviada.
— Ok, Lisa, ela já te entendeu. Muito obrigada por deixar essa passar, Sra. Margarida. –Agradeço uma última vez. Lisa balança a cabeça ao meu lado e eu tiro minha mão da sua boca.
— Primeira e última vez, meninas. Vocês podem ir, eu fecharei a lanchonete mais cedo hoje por motivos pessoais. –Explica e nós assentimos. Não esperava que ela fosse fechar agora, sem aviso prévio. Deve ter sido algo repentino.
Quando Lisa e eu saímos da lanchonete alguns minutos depois, reviro os olhos e bufo ao ver Taehyung encostado no capô do seu carro conversando com um loiro que nunca vi antes. Ao me ver, o moreno dispensa seu amigo e caminha na minha direção. O que ele ainda está fazendo aqui?
— Finja que não o viu. –Murmuro entredentes, puxando minha amiga para desviarmos dele, mas Taehyung é mais rápido e me segura pelo pulso.
— Sem correr, linda, sabe que quero falar com você. –Paro de frente a ele e ergo minhas sobrancelhas, incrédula com a sua coragem de agir como se estivéssemos bem. Puxo meu pulso do seu aperto e cruzo os braços.
— Não me importo, eu não tenho nada para falar com você. E nem quero. –O dispenso de imediato, planejando me virar para sair, mas ele me segura novamente, da mesma forma.
— Eu te esperei por mais de uma hora aqui, Jennie. –Uau, sem apelidos para soar sério. Quase me fez acreditar. Quase. Ele acha mesmo que eu vou cair nessa? Taehyung não ficaria aqui esperando esse tempo todo apenas para falar comigo.
— Você acha que eu vou acreditar nisso? –Zombo, rindo sarcasticamente.
— Há uma câmera logo ali, você pode checá-la depois. Agora só quero que me escute. –Pede, não se importando com minha acidez.
— Bom... eu acho que vou indo. –Lisa se pronuncia de repente, andando para trás lentamente.
— Não! Eu já estou indo com você. –Ela ignora minha afirmação, olhando para a mão de Taehyung ainda ao redor do meu pulso. Posso ver o brilho de travessura nos olhos da minha amiga.
— Vocês estão ocupados, e eu vou encontrar minha mãe aqui perto. Tchau! –Fala apressadamente, virando-se e caminhando tão rápido que parece correr. Observo-a se afastar com meus lábios entreabertos. Essa vadia traidora.
— Olha, o que aconteceu hoje foi uma merda. –Taehyung começa, fazendo-me voltar para a nossa situação. Torno a puxar meu pulso do seu toque. Estou tão irritada com ele. — Eu não tive nada a ver, você sabe.
— Não teve? Foda-se, não venha querer se fingir de inocente para mim. Eu vi com meus próprios olhos, sua amiguinha foi uma verdadeira vaca com a Lisa. –Faço questão de refrescar sua memória. Porque como ele pode querer dizer que não teve nada a ver quando ele estava todo aconchegante com aquela bruxa?
— Por que eu seria responsabilizado pelas atitudes da Min-ju? Ela fez aquilo sozinha. –Taehyung insiste, cruzando seus braços e parecendo bem empenhado em me fazer acreditar nele. Não vai dar certo.
— Não é disso que se trata. Você trouxe aquela estúpida e a deixou ser uma vaca com a minha amiga. Não há discussão. –Rebato, Taehyung abre a boca como se pensasse no que dizer e depois a fecha. — Viu?
— Não. Eu não deixei nada, nem deu tempo de reagir. –O idiota teima. Ele está seriamente me tirando do sério.
— Taehyng, me deixe em paz. –Cuspo, tratando de mostrar toda a minha insatisfação. Eu estou irracionalmente furiosa.
— Eu pensei que fôssemos amigos. –Murmura, como se eu estivesse sendo a megera aqui. Amigos? Bem, eu também pensei. Mas percebi que não funcionamos de nenhuma maneira.
— Não, não somos. Hoje eu vi bem o seu tipo de amiga, prefiro não fazer parte. –Minha ironia o faz passar a língua pelos seus dentes da frente e respirar fundo, parecendo frustrado.
— Min-ju não é minha amiga. Ela não é nada. –Eu não me importo, é o que continuo repetindo mentalmente para mim mesma. Mas o sangue borbulhando em minhas veias grita "mentirosa".
— Não pareceu, Taehyung. Alguém precisa lhe mandar o memorando de que quando uma pessoa não é "nada", você não a abraça com se ela fosse muito. Mas se bem que já percebi que você faz isso com frequência. –Despejo, tanto amargor no meu tom que eu mesma estremeci ao terminar. Deus, de onde vem toda essa raiva?
— Estamos falando da situação entre Min-ju e Lisa agora? –O moreno questiona incrédulo, abrindo os braços em confusão. Engulo em seco e disfarço meu breve erro.
— Sim, do que mais estaríamos falando? –Exaspero, sabendo muito bem que eu ultrapassei esse assunto. Agora se trata apenas de como me senti desconfortável ao ver Taehyung tão aconchegado naquela garota depois de ter me prendido em seu colo durante o café na mesma manhã.
Mas eu posso culpá-lo, afinal? Fui eu quem baixei a guarda, eu me deixei relaxar com ele. Taehyung não me obrigou a nada ou me prometeu nada. Eu apenas esqueci minhas barreiras por um breve momento depois que ele me ajudou na noite anterior. Ainda assim, o desconforto não vai a lugar nenhum.
— Eu não sei. –Sussurra, olhando-me tão intensamente que eu preciso desviar. Foda-se, chega disso.
— Não somos amigos. Não somos nada. –Repito suas palavras e vejo um lampejo de insatisfação em sua expressão antes que eu me vire e me afaste rapidamente. Ele não me interrompe dessa vez.
O que deu em mim? A verdade é clara, fiquei brava com o que Min-ju fez com a Lisa, sim, mas a fonte da minha raiva não era isso, todos os meus pensamentos estiveram rondando sobre como ela tinha a atenção de Taehyung naquele momento. Todas as minhas justificativas para estar furiosa envolviam: "Taehyung trouxe sua amiga", "Taehyung não fez nada", "Taehyung estava bem confortável com ela". Bem, parece que meu inconsciente quer me mandar um recado. Maldito.
