Capítulo II: O pulso

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"Eu sou um escritor; o que, claro, é só um outro jeito de dizer que eu vivo no meu próprio mundinho estranho de fantasia cheio de expectativas irreais. Obrigada por entender."

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Como eu disse, eles não deixaram assim. Aquilo tinha que mudar. PRECISAVA mudar.

Naquele dia, Allan disse que não havia encontrado um local para ficar - uma grande mentira descarada - e, portanto, dormiu no sofá da casa de Ranpo naquele dia.

— Bom dia Ranpo — Disse Poe, chegando no quarto do detetive. Ele encontrou o mesmo brincando com papel em sua cama, procrastinando para não levantar.

— Ah! Bom dia Ed! — Respondeu Ranpo com alegria. — Eu meio que tô com preguiça de levantar, então decidi brincar com papel enquanto espero a sua cópia chegar!

Ed.

Edgar Allan Poe amava o apelido que Edogawa Ranpo o havia concedido.

Edgar Allan Poe amava Edogawa Ranpo.

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Diana estava dormindo pacificamente em seus casa quando ouviu o barulho de uma janela quebrando. Fazia tempo que ela não escutava isso.

A garota correu até a cozinha - de onde o barulho veio - para encontrar quem ela não via já fazia um tempo. Uma garota de estatura média, cabelos roxos e olhos amarelos segurando um machado apareceu na frente daquela vista solitária de uma manhã nublada.

— MENINA DO PRÉDIO?


— DIANA! PRONTA PRA TER UM MEMBRO ARRANCADO? — Disse a garota que, um tempo atrás quando Diana ainda estava na guilda, explodiu um prédio onde ela estava com Mark e Lucy, tentando parecer que foi culpa da Máfia do Porto. Aquela garota era da Decadência dos Anjos. — Desculpe ser rude! Ainda não me apresentei, certo? Eu sou Dara Doyle, e eu vou literalmente te comer!

Diana pega uma faca de carne e corre até Dara, porém a mesma pula da janela antes da escritora alcança-la. Quando Jones olha para baixo, a garota já está no chão. Como a romancista mora no primeiro andar, foi fácil ouvir o que a canibal gritou.

— Nos vemos da próxima vez! Dorothee não vai ficar muito feliz se eu te matar!

Dorothee? Como aquela garota estranha conhecia Dorothee? Qual seria a relação dela com sua amiga? Isso tudo seria resolvido logo.

— Garota esquisita... Vou conversar com eles sobre isso.

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Diana, depois de um bom tempo, conseguiu chegar à casa de Ranpo. Tudo estava, obviamente para quem conhece o detetive, uma bagunça. O mais baixo estava comendo um pão doce caro enquanto Poe o observava.

— Cheguei.

— Oi Diana! O Edgar me comprou um pão doce muito bom e eu não vou te dar!

— Tudo bem, eu pelo menos tenho dinheiro para comprar meus próprios doces diferente de você! E eu já disse para me chamar de Jones!

— Não briguem, por favor! — Allan se adiantou para que uma discussão não se iniciasse.

— Isso! Não devemos brigar! Aliás, tenho algo para dizer... — Jones se sentou à mesa junto aos dois, colocando sua maleta no chão e pendurando seu sobretudo na cadeira. — Bem, hoje invadiram a minha casa. Allan, você lembra de quando eu, a Lucy e o Mark quase fomos explodidos por uma garota? Foi ela. Ela disse conhecer a Dorothee.

Mistério impossível | RanPoeOnde histórias criam vida. Descubra agora