Capítulo V: Por quê?

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Não se preocupe, está tudo bem comigo.

"Só dói quando eu respiro".

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O dia amanheceu. Ranpo estava com preguiça de sair da cama. Edgar não estava mais lá, apenas Karl.

O detetive se perguntou o que o outro estaria fazendo, até que ele escuta um barulho de...

Um disco de vinil numa vitrola?

Ah, sim... Ranpo havia ganhado de Poe um tempo atrás - ele não queria nem saber o preço daquilo - junto com alguns discos, mas acabou nunca usando pois não sabia usar.

Aquele foi o primeiro dia que ele quis levantar imediatamente de sua cama.

Era possível se escutar uma melodia calma, mas ao mesmo tempo dançante. Era uma música que ele não escutava fazia muito tempo...

Ele chegou na cozinha, e então, escutou algo que nunca imaginou que iria escutar...

Poe estava cantando e, meu Deus, como ele cantava!

- Chasse and whinsk and natural-turn... Anata ni mahou o ageru... - Ranpo sentiu seu coração bater mais rápido, um rubor subiu por sua face, o pobre detetive estava sem ar...

Ele já sabia o que era.

- Mitsugetsu un, deux, trois...

Edogawa Ranpo amava a voz de Edgar Allan Poe.

Edogawa Ranpo amava Edgar Allan Poe.

Ranpo nem percebeu que Poe estava preparando um café da manhã. O detetive simplesmente vai até o escritor, que estava fazendo alguns pães doces para o mais baixo, e o abraçou por trás.

- Laradarada... Lara da da da... - Ranpo continuou o canto do outro, agora novamente com a melodia marcante.

- R-Ranpo?! Há q-quanto tempo v-você está aí...? - o romancista, ainda cozinhando, pergunta com vergonha. Ele odiava sua voz. Ele não queria que ELE o ouvisse cantar.

- Tempo o suficiente para te escutar! - O detetive disse, ainda não largando de seu "rival", pelo contrário, ele o abraçou mais e chegou mais perto.

- O-o-o que...?!?!?! - Allan ficou vermelho de vergonha, ele não tinha aonde enfiar a cara. - Desculpa, Ranpo querido, eu sei que minha voz não é tão bonita e que eu perturbei seu sono e- Oh, céus, esqueça do que eu acabei de te chamar! - O tom avermelhado no rosto do arquiteto apenas aumentava a cada palavra.

- Não! Tá tudo bem! Sério... Eu amo a sua voz, você canta muito bem Ed!

- Você não- você não está dizendo isso apenas para me alegrar, não é Ranpo...?

- Se eu realmente fizesse isso, Karl já teria me mordido, "Poe querido"!

Naquele momento outra música começou a tocar... Era um música de Elvis Presley. Uma linda música de Elvis Presley.

Ranpo não largava de Allan, não importa o que ele estivesse cozinhando ou se estivesse atrapalhando.

- Take my hand... - O romancista começou a cantar em um tom baixo, pois ele ainda tinha inseguranças com sua voz. - Take my hole life too...

Mistério impossível | RanPoeOnde histórias criam vida. Descubra agora