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S/n on.

— S/n, o que você está fazendo aqui a essa hora? — Lizzie pergunta, com um sorriso no rosto, mas ainda assim confusa.

Eu estava parada na porta da casa da loira com uma sacola cheia de besteiras, incluindo chocolates e salgadinhos. Depois que saí da casa da Jéssica ontem, não falei com a Lizzie nem mandei mensagem. Estava com um sentimento estranho, algo que nunca senti por ninguém, nem mesmo pela Jéssica, e isso estava me deixando assustada, confesso.

Entretanto, eu não iria deixar isso atrapalhar a gente. Sei que não temos algo sério e provavelmente nunca teremos, por motivos óbvios, mas não vou ficar pensando nisso. Vou apenas aproveitar o momento.

— Respondendo à sua pergunta, senhorita Olsen — começo a falar —, eu senti sua falta e decidi "invadir" sua casa para assistir a filmes com você enquanto comemos muita besteira — digo, e ela solta uma leve risada, dando espaço para eu entrar. — Só consegui vir agora porque tive que esperar minha mãe sair para o trabalho — explico.

— Entendo — ela diz enquanto fecha a porta atrás de si. — O que vamos assistir? — Lizzie pergunta curiosa.

Na verdade, eu nem havia pensado nisso. O filme era apenas uma desculpa para ficar perto da loira. Eu gostava da companhia dela.

— O que acha de maratonar Brooklyn Nine-Nine comigo? — pergunto animada.

— Comédia? — ela pergunta, e eu aceno positivamente com a cabeça. — Está bem, então — ela sorri.

— Você só tem duas opções: ou gosta da série, ou gosta da série — falo enquanto caminhamos em direção à sala. — Nunca confie em uma pessoa que não gosta de Brooklyn Nine-Nine — faço uma cara séria.

— Ah, claro! Porque uma sitcom constrói caráter, né? — ela entra na brincadeira.

— Isso! — concordo, sorrindo.

Ligamos a TV e colocamos na série. Sentadas no sofá em frente à televisão, assistimos à série enquanto comíamos besteiras e jogávamos conversa fora. Passar o tempo com ela era tão bom, tão leve, tão contagiante.

Lizzie on.

Passar esse tempo com a S/n me fez ficar mais calma em relação ao ocorrido de ontem. Ele não havia me ligado mais ou mandado mensagem, e isso é bom.

Eu sabia que o que estávamos fazendo não era certo, e assim como eu, ela também sabia. Mas não é como se fôssemos ter algo sério. Ano que vem, S/n vai começar a faculdade, provavelmente vai se mudar e conhecer pessoas novas... então eu decidi que só iria aproveitar enquanto está acontecendo.

Eu sentia um carinho enorme pela garota, mas não sei se poderia afirmar que era amor. E, caso fosse, eu jamais contaria isso a ela. Uma confissão como essa pode mudar tudo, acabar com tudo de uma vez, e eu não quero que acabe agora.

Eu pensava, sim, na Kate e em como ela se sentiria se descobrisse. Isso me deixava tão nervosa, mas quando eu estava com a S/n, era como se isso não importasse. Pela primeira vez, coloquei meus desejos acima dos dos outros. Se isso for egoísmo, então, pela primeira vez, estou sendo egoísta.

A garota estava com a cabeça apoiada em meu ombro e, quando me viro para olhá-la, vejo que estava dormindo. Um sorriso involuntário aparece em meu rosto. Já estava tarde, mas eu não queria mandá-la embora.

— S/n — chamo delicadamente, tocando em seu rosto. Vejo-a abrir os olhos lentamente e me encarar.

— Está tarde, não é? — pergunta, e eu aceno positivamente com a cabeça. — Acho que vou indo então — ela fala, fazendo menção de se levantar.

— Ou você pode dormir aqui comigo — falo sem pensar. Ela sorri, me encarando.

— Não quer que eu vá embora? — ela provoca.

— Honestamente? Não... — olho nos olhos dela. — Eu gosto de te ter por perto, S/n.

— Confissões a essa hora? — ela solta uma leve risada. — Eu também gosto da sua companhia, Elizabeth — retruca.

— Então isso é um sim para o meu convite?

— Uhum. Só vou ter que ir embora bem cedo, antes que a minha mãe chegue — avisa.

— Isso não é um problema para mim. Agora vamos subir; você já estava babando no meu ombro — brinco.

— Cala a boca, Olsen! Eu não babo enquanto durmo — fala, indignada.

— Meu ombro está todo molhado, olha! — continuo provocando a garota.

— Você está tão engraçada. Me acordou para ficar inventando mentiras? — fala séria, e eu caio na gargalhada.

— Estou brincando. Vem, vamos dormir — seguro sua mão, guiando-a até meu quarto.

Momentos como esses me faziam esquecer que, uma hora, tudo isso vai acabar.

*Não revisado*

Jogando com o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora