Forever is just the beginning

Minha História

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Minha cabeça começou a doer e a mulher misteriosamente sumiu da minha vista, me deixando ainda mais curiosa. Por alguns instantes, tentei vasculhar o ambiente com os olhos, procurando qualquer sinal de onde ela pudesse ter ido, mas parecia que ela havia desaparecido no ar.

A dor na cabeça piorou e fui obrigada a fechar os olhos por um momento. Quando os abri novamente, percebi que algo estava diferente. As cores ao meu redor pareciam mais vibrantes, e os sons, mais nítidos. Um murmúrio suave, quase imperceptível, ecoava ao longe, como se a própria realidade estivesse sussurrando segredos.

Apoiei-me na parede próxima, tentando recuperar o equilíbrio. Olhei em volta novamente e notei uma pequena luz piscando ao fundo do corredor. Relutante, mas movida pela curiosidade, comecei a caminhar em direção à luz. Cada passo parecia ressoar no chão, e o murmúrio ficava mais claro.

Cheguei a uma porta entreaberta, de onde a luz emanava. Respirei fundo e empurrei a porta com cuidado. Lá dentro, encontrei uma sala pequena, repleta de livros antigos e objetos estranhos. No centro, sobre uma mesa, havia um pequeno dispositivo brilhante, que parecia ser a fonte da luz.

Antes que pudesse examinar mais de perto, ouvi um som suave atrás de mim. Virei-me rapidamente e lá estava a mulher, olhando para mim com um sorriso enigmático.

"Finalmente você chegou", disse ela com uma voz suave e hipnotizante. "Agora, tudo fará sentido."

– Quem é você? – perguntei impaciente.

– Por enquanto, pode me chamar de Michelle – respondeu ela com um sorriso misterioso.

– Michelle, o que está acontecendo aqui? Por que minha cabeça dói tanto? E por que você desapareceu?

Michelle se aproximou lentamente, sua presença quase etérea, e pousou uma mão fria sobre a minha testa. A dor começou a diminuir, como se fosse absorvida por um campo invisível ao seu redor.

– Tudo será explicado no momento certo – disse ela, recuando um passo. – Mas primeiro, preciso que confie em mim e venha comigo.

Ela gesticulou em direção a um painel de madeira na parede, que eu não havia notado antes. Com um leve toque, o painel se abriu, revelando uma passagem secreta. Michelle entrou primeiro, e eu hesitei por um momento, mas a curiosidade e a sensação de que eu estava no meio de algo maior me impulsionaram a segui-la.

A passagem nos levou a um corredor estreito e mal iluminado, cujas paredes estavam cobertas de símbolos antigos que eu não conseguia decifrar. O murmúrio que eu havia ouvido antes agora parecia vir de todos os lados, aumentando a sensação de mistério.

Finalmente, chegamos a uma câmara ampla e circular, iluminada por tochas que ardiam com uma chama azulada. No centro, havia um pedestal de pedra, sobre o qual descansava um livro antigo, suas páginas amareladas e cobertas de runas.

– Este é o Livro do Destino – explicou Michelle. – Contém segredos que podem mudar o curso da história. Mas ele só pode ser aberto por alguém especial.

Ela olhou diretamente para mim, seus olhos brilhando com uma intensidade que me deixou sem palavras.

– E você – continuou ela – é essa pessoa especial.

Olhei confusa com toda aquela história. Aquela mulher é a mulher do quadro, e eu estou ficando completamente louca.

– Você está morta! – acusei, atônita com tudo aquilo.

Michelle sorriu, tocando novamente o meu rosto com um gesto reconfortante. Seus olhos esmeralda mergulharam nos meus, com uma profundidade que parecia atravessar a própria alma.

– Não estou necessariamente morta, garotinha – disse ela com um tom suave, mas enigmático. – O que você vê não é a totalidade da verdade. Estou aqui de uma maneira... diferente.

Senti um frio na espinha ao ouvir suas palavras. Havia algo de sobrenatural em sua presença, algo que eu não conseguia compreender completamente.

– Então o que você é? – perguntei, tentando entender. – E por que eu?

Michelle se aproximou do pedestal, onde o Livro do Destino repousava, e gesticulou para que eu a seguisse. O murmúrio que eu tinha ouvido antes parecia agora mais forte, quase como se o próprio livro estivesse chamando.

– Há muito tempo, eu fui guardiã deste livro – explicou ela, os olhos ainda fixos nos meus. – Minha missão era proteger os segredos que ele contém e garantir que caíssem nas mãos certas. Agora, você foi escolhida para continuar essa missão.

Ela pegou o livro com cuidado e o colocou nas minhas mãos. O peso era surpreendente, e a sensação que ele transmitia era de um poder imenso e antigo.

– Mas por quê eu? – perguntei, tentando absorver a magnitude da situação. – O que faz de mim a pessoa certa?

Michelle sorriu novamente, uma expressão que misturava esperança e tristeza.

– A resposta está nas páginas do livro – disse ela. – E para encontrá-la, você precisará embarcar em uma jornada que vai além daquilo que conhece. Está pronta para enfrentar o que vem a seguir?

A pergunta pairou no ar, e eu sabia que a decisão que eu tomasse mudaria minha vida para sempre.

– Você realmente está falando a verdade? – perguntei, estranhando não sentir seu toque em meu rosto, embora a sensação permanecesse.

Michelle sorriu com uma expressão maliciosa e, de repente, se afastou abruptamente.

– É claro que não! – ela gargalhou. – Isso é a primeira edição de *Orgulho e Preconceito*.

Ela apontou para o livro sobre o pedestal, que eu agora via claramente como um exemplar clássico, e não o artefato místico que eu tinha imaginado.

A raiva e a frustração tomaram conta de mim. Eu me levantei da mesa, encarando-a com fúria.

– Quem é você? Não vou perguntar novamente! – rosnei em sua direção.

Michelle, ainda com um sorriso nos lábios, finalmente se explicou.

– Eu estou presa nesta casa, basicamente amaldiçoada – disse ela, o sorriso agora mais discreto após um momento de silêncio. – Sou a mulher do quadro. A dona desta mansão.

Meu olhar de desconfiança não se dissipou, mas a revelação parecia, pelo menos, mais sincera.

– Como você ainda está aqui e com essa aparência? – perguntei impaciente, frustrada com toda a enrolação.

Ela cruzou os braços e, com um tom de indiferença, respondeu:

– Digamos que eu sou imortal. O que vocês chamam de vampiro.

Essa nova revelação era quase surreal, e eu senti o peso das suas palavras. O que mais poderia estar escondido nesta mansão? E como tudo isso se conectava com os problemas que eu já enfrentava?

– Então, você está dizendo que não há livro mágico, e que você é uma vampira amaldiçoada? – perguntei, tentando entender a nova camada de complexidade que se adicionava à situação.

Michelle assentiu, seu olhar agora sério.

– Exatamente. E há muito mais a ser descoberto aqui, se você estiver disposta a enfrentar a verdade.