011

401 47 17
                                    


RICHARD

Acaricio levemente a cintura de Lina com meus dedos, sentindo o cheiro doce do perfume dela. Era engraçado pensar em como as coisas poderiam mudar de lugar em questão de dias, eu havia me acostumado com o cheiro de Lina, com sua presença tão rápido que não imaginava ficar longe agora.

Não era exatamente um convite pra sair como eu pretendia, porém, eu queria Lina em um jogo meu, mas não como fotógrafa do time e sim como apenas Lina. 

Ela demora pra responder e eu fico um pouco, muito, ansioso pela resposta, até que ela sorri e eu sinto meu coração acelerar.

── Isso é um sim? ─ pergunto meio em dúvida.

── É sim. ─ ela concorda sorrindo. ─ mas eu vou com meu pai, ok? Se eu for em um jogo do palmeiras e não o levar, ele provavelmente vai me tirar do testamento dele.

── Lina Mendéz, você vai levar seu pai ao meu jogo? Nem te beijei ainda e você quer me apresentar ao sogrão. ─ falo brincando e ela revira os olhos rindo.

── Não sei como suas ficantes caem no seu flerte, Ríos. ─ ela balança a cabeça.

Dou de ombros com um sorriso de canto e deito um pouco a cabeça enquanto a observo, ela solta uma risada e deixa um tapa leve em meu ombro, sorrindo em seguida.


── Vou dizer ao Juan para encontrar você, seu pai e Cecília no jogo então, pode ser? ─ falo a encarando e Lina sorri me olhando. ─ que foi?

── Eu não disse que Cecília iria com a gente.

── Cecília tá sempre com você. ─ pisco e beijo o topo da cabeça dela.

Encaro a morena com um sorriso quando ela levanta a cabeça para me encarar. Uso a mão livre para afastar o cabelo em frente o seu rosto e mantenho meu olhar no dela, acariciando levemente a linha do seu maxilar com o polegar.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, o clima ao redor parecia ter mudado, ficando menor e quente. Mas por incrível que pareça, algo precisa acontecer no exato momento quando estou inclinando meu rosto em direção ao rosto da morena, meu celular começa a tocar no bolso e eu me nego a atender, mas Lina se afasta pegando o capacete dela.

── Eu.. hm.. nós conversamos depois então. Eu preciso ir, meu pai vai ficar louco se eu demorar. ─ ela fala sorrindo, sem me dar a chance de responder.

── Lina..

Meu celular volta a tocar no bolso.

── Pode atender, não tem problema. Eu te mando mensagem depois. Dirija com cuidado pra casa. ─ ela sorri acenando.

Ela acena com a mão livre e abaixa a viseira do capacete, saindo do estacionamento do CT depois de subir na moto. Pego o celular e desbloqueio pra ver quem está me ligando, soltando um suspiro ao ver as duas ligações perdidas de Nicole e suas mensagens.

Me apoio no carro e passo a mão no rosto, pensando no que poderia ter acontecido se meu celular não começasse a tocar, na verdade, eu sei exatamente o que poderia ter acontecido e porra, eu queria isso.

── Vou começar a manter essa merda no silencioso. ─ falo sozinho enquanto encaro o celular.

Limpo a barra de notificação e guardo o celular, entrando no carro para poder ir embora do CT.

pode ficar, richard ríosOnde histórias criam vida. Descubra agora