pode ficar, richard ríos

012

LINA

Por conta da insistência de Cecília, decido mostrar pra ela as fotos da sessão de hoje, principalmente as minhas favorita, mas obviamente eu estava morrendo de vontade de mostrar as fotos pra ela também.

Todas as fotos do time ficaram incríveis e todas foram bem elogiadas pela equipe de marketing, pela própria Leila e pelo Abel. Principalmente as de Richard, que por acaso, acabaram sendo minhas favoritas também.

Respiro fundo e balanço a cabeça. Nada de colombiano agora.

── Minha melhor amiga arrasa mesmo. ─ Cecília fala animada  ─ eu colocaria como papel de parede se fosse uma foto minha.

── Seu papel de parede foi uma foto que eu tirei sua. ─ a encaro rindo e ela sorri dando de ombros.

── Isso é o sinal do quanto você arrasa. ─ ela pisca beijando minha bochecha.

Dou risada e me ajeito no sofá, deixando a almofada no colo, passar o tempo com Cecília e meu pai é minha coisa favorita no mundo, principalmente agora.

── Você já tem um acompanhante pra festa? ─ Cecí pergunta me olhando.

── Que festa?

Tiro a atenção das fotos e encaro minha amiga, arqueando a sobrancelha.

── Minha festa de despedida, dah. ─ ela resmunga, empurrando meu ombro levemente.

── Ah, sua festa de abandono, você quer dizer? Eu já disse, não vou. Naninao. ─ falo negando com o dedo.

── Eu não vou te abandonar, idiota. Vou viajar a trabalho, mas eu vou voltar pra você. ─ ela fala sorrindo, vindo me abraçar.

Eu tento me afastar enquanto dou risada e protejo meu notebook, sentindo os braços de Cecília ao meu redor. Os pais de Cecília eram vizinhos do meu pai, então sempre que eu vinha visitar ele, nós duas brincávamos juntas o dia todo e acabamos virando amigas. Somos melhores amigas praticamente desde sempre.

Mas também somos o completo oposto uma da outra, enquanto eu prefiro ficar escondida nos bastidores, apenas observando e tentando passar despercebida, Cecí prefere ser aquela na frente das câmeras, a alma da diversão. E nós fazemos as coisas funcionar assim.

E vamos continuar fazendo, mesmo quando ela for embora.

── Eu vou na sua despedida, mas só porque não vou ter nada melhor pra fazer no dia. ─ falo rindo e ela belisca meu braços. — sem acompanhante.

── Com acompanhante.

── Sem acompanhante. — falo — não tenho ninguém pra levar.

── Tem sim. ─ ela sorri e eu arqueio a sobrancelha. ─ o colombiano tatuado em frente o corredor, que provavelmente está caidinho por você.

Engasgo com a minha água e dou risada, balançando a cabeça levemente.

── Somos amigos, Cecília. E caso você perdeu parte da história, eu trabalho com ele, e meu histórico em misturar as coisas não acabou muito bem da última vez. ─ a lembro.

Cecília se ajeita ao meu lado e pega meu notebook, colocando na mesinha de centro. Me encosto no sofá, sabendo o que viria a seguir, minha melhor amiga devia ter continuado no ramo de psicologia.

── Lina, você não pode ficar se privando de se envolver com alguém por conta do filho da puta do Theo. Ele é um inútil. ─ Cecília resmunga. ─ você precisa se libertar disso e viver sua vida.

── Eu vivo minha vida, Cecília, mas você está viajando, Richard e eu somos amigos. E ele é.. caramba, ele é o Richard. ─ dou de ombros. ─ ele tem as ficantes dele e eu sou só a amiga dele.

── Aham, tô viajando sim. ─ ela me encara com tédio. ─ me conta de novo o que aconteceu no estacionamento hoje, só pra refrescar minha memória sobre vocês serem só amigos. ─ ela se apoia no sofá, dando um sorriso vencedor.

Faço uma careta e fico em silêncio, porque estava tentando evitar aquele momento. Estávamos tão perto e eu não podia simplesmente beijar ele, certo? Me envolver logo com Richard só iria trazer dor de cabeça.

── Somos amigos, esquece, Campos. ─ falo apontando para Cecília e me levanto, indo por meu notebook pra carregar no quarto.

── Amigos que quase se beijam não são só amigos, Catalina! ─ ela fala da sala, se inclinando no sofá, suas tranças caindo ao redor do seu rosto.

Finjo que não a escutei e entro no quarto, ouvindo ela resmungar na sala, solto uma risada e assim que coloco o celular para carregar, eu volto para a sala.

── Lina, você precisa ver isso! ─ ela me encara, se levantando do celular em um pulo.

Me aproximo dela rapidamente e olho na direção do celular, que está aberto em um story que Richard publicou hoje a tarde. É uma foto do ensaio, mas não é qualquer foto, e sim uma foto que eu tirei.

── "Através da lente da melhor fotógrafa." ─ Cecí lê a legenda na foto, me encara com um sorrisinho em seguida.

A ignoro e encaro a foto com um sorriso de lado, sentindo um agito idiota no peito, saber que Richard realmente havia gostado das fotos me deixa feliz.

── Não posso fazer nada se sou a melhor mesmo. ─ a encaro rindo e me afasto, me jogando no sofá, ainda com um sorriso nos lábios.

── Seu sorriso bobo grita amizade, Catalina. ─ ela me encara rindo.

Puxo a almofada do sofá e jogo em Cecília, não ficando surpresa quando ela joga em mim de volta, e não demora muito até nós duas estarmos em uma briga de almofadas idiota na sala.