Luz e sombra

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Volteiii 🫣

Percebi que quanto mais eu demoro pra aparecer, mais merdas acontecem 🫠





O dia amanheceu nublado naquele sábado. Havia nuvens cinzas no céu, o prenúncio de uma tempestade. Gabi adorava dias nublados. Primeiro porque não havia aquele sol quente queimando sua pele; segundo, porque curtia um friozinho. Sua cor meio que já denunciava que tomar sol não era lá dos seus passatempos preferidos.

- Bom dia, família tradicional brasileira - já chegou cantarolando à mesa do café. Deixou um beijo carinhoso nos cabelos da mãe e sentou-se diante dela.

- Hummm... e essa felicidade toda? Tudo isso é por causa da galeria? - a mulher quis saber.

- Também, dona Elaine. Ó, eu fiquei mega feliz que deu tudo certo. Mas não é só por isso não.

- Não é mesmo, Elaine - Leide entrou na conversa - Eu bem vi a Gabi ontem de papinho com uma certa empresária do ramo hoteleiro num canto da galeria.

Gabi riu grande.

- Não, mentira - Elaine ficou realmente surpresa - Você e a Sheilla...

- Claro que não, mãe - a artista tratou logo de interromper - Primeiro, que a Sheilla é casada... infelizmente - tinha que acrescentar - Segundo, que não era bem uma conversa não. Estava mais para discussão.

- Brigaram de novo?

- Mais ou menos - e vendo a cara intrigada da mãe - Mas, ó, pelo menos ninguém agrediu ninguém.

- Eu confesso que fiquei surpresa de ver a Sheilla lá - Elaine comentou - Nem sabia que você tinha convidado.

- Eu tinha que tentar, né? - bebeu um gole do seu suco - Joguei as cartas e deu certo. Significa que a Sheilla está disposta a conviver comigo sem querer me matar, o que eu acho um tremendo avanço. E ao contrário do que certas pessoas pensam - enfatizou o fim da frase e olhou para Leide - Não tinha nada de mais ali. Só um desentendimento, pra variar.

- Que desentendimento? - Elaine quis saber.

- Deixa pra lá, dona Elaine. A gente vai resolver facinho... eu acho - acrescentou - Agora deixa eu ir que estou atrasada. Dia nublado assim é bom de ficar na cama, mas o dever me chama. Tchau pra quem fica.

- Vai pra galeria?

- Pra ONG - Gabi falou mais alto lá da sala pra poder ser ouvida - Cê vai precisar do carro agora de manhã?

- Não, pode pegar.

Gabriela rumou para a garagem de onde saiu cantarolando ao volante do Corolla de Elaine. O caminho para a ONG não levou mais que meia hora e quando chegou por lá o primeiro rosto que viu foi o de Renata. Ah, fala sério... seu dia estava até bom. Não é que não gostasse da professora de música, é só que não simpatizara muito com ela. Não sabia dizer o motivo, mas era como se o santo não tivesse batido.

Gabi tratou de desviar o olhar e seguiu para a sala para preparar o material da sua aula, mas foi parada por Naiane lhe chamando lá da entrada.

- Está com a manhã muito cheia hoje? - a amiga já foi logo perguntando.

- Bom dia pra você também, Naiane. Eu também estou bem, obrigada - ironizou - Mais ou menos. Tenho duas turmas agora de manhã. Por quê?

- Ah, é que eu queria conversar com você sobre uma ideia que a Renata teve e que a gente super está comprando - Naiane explicou ao revirar de olhos de Gabi - Ela sugeriu montar uma pequena orquestra com a turma de música com a ajuda da Bruna. Aí a gente pensou em bolar uma apresentação pra comunidade e usar sua arte como painel. Você podia produzir com seus alunos.

Mil Acasos - SheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora