Lei de Murphy

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Voltei 🫣

Aparecendo essa hora com mais um capítulo.

Curtam e comentem. Até o próximo!




Já diz a Lei de Murphy: tudo que está ruim sempre pode piorar. Para Gabi, a cota de "coisas ruins" e desastres de seu dia já tinha sido atingida antes mesmo das oito horas da manhã. Acordara atrasada para uma reunião importante no Grupo - na verdade, Carol lhe ameaçara de morte se ela não estivesse presente - o carro de sua mãe não quis pegar e ela teve que chamar um motorista de aplicativo que demorou horrores para chegar por causa do trânsito caótico de São Paulo, demorou outra eternidade para chegar ao colégio e quando o fez, quase atropelou um aluno no portão em sua correria para chegar á sala de reuniões.

Mas Lei de Murphy é lei e, como tal, ela tem que ser seguida à risca. Foi só abrir a porta da sala de reuniões e Gabriela desejou nunca nem ter saído da cama naquela terça-feira. Viu Carol sentada à cabeceira ao lado de uma mulher enfiada em um terninho creme, coque na cabeça e óculos de armação grossa milimetricamente equilibrados no nariz pontiagudo (deveria ser a presidente do Conselho de Pais, Gabi constatou), viu Paulo sentado à direita da diretora, Ernesto á frente dele, mais alguns rostos que ela desconhecia e apostou serem os outros professores e coordenadores da escola e por fim...

- Ah, não - disse baixinho, sentindo seu estômago dar uma cambalhota e sua boca ficar ligeiramente seca.

Henrique Mondego em pessoa ocupando a outra ponta da mesa de reuniões. Mas o que diabos aquele homem fazia ali?

- Você está atrasada quinze minutos - Carol deu seu melhor "bom dia". Gabi até quis rebater com alguma resposta pronta e ácida, talvez sarcasmo, mas assumiu sua melhor postura profissional e deu a explicação mais aceitável... E verdadeira.

- Desculpem, eu tive uns imprevistos - um deles foi ter esquecido de colocar o despertador, teve vontade de dizer, mas se manteve em silêncio - Bom dia.

Dirigiu-se para ocupar a cadeira ao lado esquerdo de Carol.

- O trânsito dessa cidade realmente é complicado, ainda mais em hora de rush. A gente sempre precisa sair de casa com duas horas de antecedência - Paulo tentou amenizar a tensão quase palpável que havia se instalado ali.

- Bom, eu marquei essa reunião porque nós temos o balanço desse primeiro mês de consultoria depois da situação em que o Grupo foi colocado - Carol soou firme, decidida e se fez ser ouvida por todo mundo ali. Gabi chegou a olhá-la com certa surpresa, afinal, desconhecia, até então, esse lado "mulher de negócios" e administradora da irmã. Sentiu orgulho.

- Os números são bem animadores - Paulo pontuou - A Carol andou me mostrando e nós temos uma perspectiva bem melhor daqui para frente. Não tivemos mais nenhuma baixa no número de alunos, estamos mantendo um diálogo saudável com os pais e os mestres - olhou para a moça sem nome de óculos ao lado de Carol e para o corpo de professores ali presente - E eu acredito que em termos jurídicos estejamos bem também, certo, Henrique?

- Caminhando para isso - o homem pontuou com um sorriso ameno. Gabi teve vontade de revirar os olhos - Consegui junto ao juiz o desbloqueio das contas da escola.

- Mentira? - Carol se ajeitou na cadeira como se tivesse levado um choque. Espera, as contas do Grupo estavam bloqueadas? - Ai, graças à Deus, Henrique! Eu já estava começando a me preocupar com a situação dos professores. Temos cash então pra continuar honrando nossos compromissos?

- Temos sim - Henrique respondeu, sorrindo - O juiz entendeu que o Grupo não faz mais parte do patrimônio do Marcos e que a estrutura da escola foi usada para fins escusos sem o conhecimento e consentimento da administração.

Mil Acasos - SheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora