Visita de cortesia

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Volteiiii

Quem é vivo sempre aparece e eu apareci pq o Enem não conseguiu me m@tar

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Mas vocês devem estar se perguntando: ah, mas a Sheilla já desconfiava da traição, então nem deveria ficar surpresa assim. Desconfiar, mesmo que seja quase com uma certeza, não é a mesma coisa que ver. Já diz o ditado: o que os olhos não veem, o coração não sente e ali Sheilla havia finalmente visto, presenciado a traição de Henrique nua e crua na sua cara. Seu coração sentiu.

Seu coração, seu cérebro, seu corpo por inteiro sendo dominado por uma vontade súbita de cometer um crime e a vítima seria ele, Henrique. Cinco anos, meu Deus, cinco anos casados e acabar tudo assim, desrespeitada e traída pelo cara que disse que amava e que jurou lhe amar e lhe respeitar de volta diante de um juiz. Que porra de respeito era aquele?

Só de pensar em Henrique agarrado a outra nas convulsões do sexo, ou que fosse só um abraço despretensioso mesmo, já lhe dava náuseas e uma ânsia de vômito absurda. Sheilla começou a se questionar quanto tempo ele passou dormindo com outra e procurando por ela quando chegava em casa. Quantas vezes transara com Henrique sendo que ele acabara de transar com outra mulher?

Correu para o banheiro. Bruna, Renata e até Davi foram atrás. Colocou para fora tudo que havia dentro de si. Vomitou uma, duas, três vezes. Mas não era exatamente físico, era psicológico. E seu psicológico, este estava em frangalhos.

- Sheilla, não é melhor procurar um médico? - Davi perguntou preocupado. Nunca vira a amiga daquele jeito.

- Eu acho que não é exatamente mal estar físico, Davi - Bruna, como sempre, sendo precisa - A Sheilla está abalada emocionalmente e o corpo dela acabou sentindo. Isso é muito comum.

- Verdade, Bruna - Renata concordou - Toma um banho, Sheilla, deita. Você precisa descansar - sugeriu.

- Descansar é a última coisa que vou conseguir fazer - falou em um fio de voz, mais para si que para ser ouvida. Analisou o próprio reflexo ao espelho e foi só aí que se deu conta de onde estava. Seu apartamento o qual deixara há quase duas semanas com Ninna. Seu quarto e de Henrique. Correção: seu quarto - Eu queria ficar um pouco sozinha.

Aquilo não deveria pegar ninguém de surpresa, só que Davi, Bruna e Renata não acharam uma boa ideia. Não com Sheilla naquele estado.

- Tem certeza? - a musicista quis se certificar - Desculpa, Sheilla, mas você não me parece muito bem. Eu posso ficar aqui com você, se você quiser, é claro.

Sheilla se sentiu tocada pelo gesto dela, mas precisava realmente ficar sozinha. Precisava agir com praticidade e não queria ninguém por perto naquele momento.

- Tenho, eu realmente prefiro ficar só pra colocar as ideias no lugar. Obrigada por tudo, gente, vocês foram maravilhosos, mas daqui pra frente é comigo.

- Sheilla - Davi se preocupou - O que você vai fazer?

- Nada de mais, Davi - ela ainda riu fraquinho - Cuidar da parte burocrática só.

Davi não entendeu muito bem, mas assentiu mesmo assim. Despediu-se dela com um beijo carinhoso na testa pedindo que qualquer coisa que ela precisasse, que ligasse imediatamente. Renata também repetiu o gesto. Odiou ver Sheilla naquele estado, mas não podia fazer muito. Pediu para que ela entrasse em contato por mínimo que fosse o motivo e se colocou à disposição caso ela precisasse de algo.

Quando os três saíram e Sheilla se viu sozinha, a primeira coisa que fez foi arrancar os lençóis da cama de maneira brusca e nada delicada, juntou uma pilha deles no chão para mandar para a lavanderia. Em seguida, dirigiu-se ao closet, de onde arrancou todas as camisas, calças, peças íntimas, tudo que era de Henrique. Enfiou as peças de qualquer jeito dentro de duas malas. Passou a mão pelos produtos dele no banheiro e os jogou dentro de uma nécessaire sem um pingo de cuidado também. Abriu a janela da varanda para que o ar circulasse dentro do quarto: não queria sentir sequer o cheiro do perfume do marido. Ex-marido.

Mil Acasos - SheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora