CAPÍTULO 1

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É um castigo divino

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É um castigo divino.

Há seis anos, no auge dos meus 18 anos, estive em um relacionamento sério com um loiro educado, gentil e cavalheiro, chamado Nanami. Eu, como a boa tola e inconsequente que sou, preferi me entregar aos prazeres da juventude. Nanami, sistemático como é, disse que não haveria mais uma segunda oportunidade. Nunca me arrependi tanto. É um gosto amargo como o fel, porque eu o amava, mas era imatura demais.

Me arrependo, porque eu provavelmente estaria noiva ou até mesmo casada com alguém que sempre me amou, respeitou e fodeu perfeitamente bem.

E eu teria sido poupada de conhecer o maluco do Toji quatro anos depois.

Espera aí...

FAZ DOIS ANOS QUE ESTOU SENDO TRATADA COMO UM LANCHINHO?

ISSO NÃO É UM CASTIGO DIVINO, MAS SIM UMA HUMILHAÇÃO JUSTA.

No entanto, sou tão esforçada, acredito que mereço mais. Não sou exatamente rica, mas trabalho muito para manter meus luxos. Minhas unhas estão sempre bem feitas e delicadas, meus cabelos loiros são hidratados com as melhores linhas do mercado. Meus perfumes florais são importados e minhas bolsas são de marcas relevantes. Não sou tão rica como minha melhor amiga, Mei Mei, mas sustento minha vaidade... e minhas massagens semanais... e meus produtos de skin care. Ela diz que sou uma patricinha burra.

Toji, em contrapartida, tem dinheiro, mas a quantia que gasta desenfreadamente em seus jogos de apostas é absurda. Ele já comentou sobre o universo dele e, aparentemente, é o mesmo que o da Mei. Feiticeiros, maldições horrendas e blá-blá-blá. Não faço parte desse mundo, e nem desejo. Além de achar que durmo melhor sem saber exatamente o que o cretino, grosso e vagabundo faz.

Nunca me importei em tê-lo em minha casa ou ir para a dele, como um delivery. Nunca me importei em encontrá-lo naquela boate em que nos conhecemos. Aliás, ele mandou uma mensagem mais cedo - depois de uma semana -, dizendo que me esperaria lá. Não perguntou se eu queria, porque é sempre fácil assim. Mandou mensagem, comeu e tchau.

Cansei disso. Afinal, dois anos não são dois dias. É inevitável almejar dormir de conchinha várias vezes na semana, sair para lugares públicos como um casal, fazer planos para o futuro e parar de remoer nosso passado. Eu, com meu ex que me arrependo de ter deixado, e ele, com sua falecida esposa, que ele diz que deixou de amar há tempos, mas possui um vínculo eterno devido ao filho.

Eu deveria acreditar que ele não a ama? Se ele parece querer me afastar de todo jeito?

Me afasta sentimentalmente como se eu fosse capaz de fazer algo com sua mente. Sou tão inofensiva quanto uma flor dessas que desabrocham apenas em determinada estação.

Ele não entende isso, aquele cretino, vagabundo. Grande e fodidamente gostoso, que me manuseia como uma boneca sem dificuldade alguma, afinal, meus 1,59m e meus 50 quilos não são lá muito intimidante para seu corpo robusto, que parece uma geladeira Electrolux de duas portas e freezer invertido.

HEAVEN TO YOU- Toji Fushiguro.Onde histórias criam vida. Descubra agora