Garotos ruins trazem o paraíso até você, mas, no meu caso, esse paraíso se tornou um verdadeiro inferno disfarçado de prazer. Me envolvi com Toji Fushiguro, um cretino vagabundo, dez anos mais velho, que fode bem para caralho e some por semanas. Gos...
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— Apenas uma listra significa que deu negativo, não é? — indago, com a voz trêmula e os olhos marejados.
— Exatamente — responde Mei Mei. — Deu negativo?
Balanço a cabeça em negação, sentindo o peso do mundo desabar sobre meus ombros, enquanto lágrimas quentes e descontroladas escorrem pelo meu rosto. Não pode ser.
— Estou grávida — revelo, levando a mão à boca para conter o desespero que ameaça rasgar meu peito. — Meu Deus! O que vou fazer?
— Não adianta chorar pelo leite derramado dentro de você — diz, suas palavras duras, porém necessárias. — Mas ficará tudo bem. Certamente não faltará nada, e você será uma mãe incrível, na medida do possível. — Ela dá de ombros, tentando não mostrar seu pesar e decepção.
Assinto, com os olhos ainda cravados no teste em minhas mãos.
— Poderia me deixar sozinha? — peço, abrindo um sorriso ameno entre lágrimas.
— Tem certeza disso?
Levanto os ombros, desnorteada, com um semblante desolado. Não tenho mais convicção de nada, exceto que eu mereço isso.
— Bem… vou indo, então — informa, relutante, sem saber como me consolar. — Avise quando quiser conversar.
Estou tão fodidamente ferrada que ela nem se deu ao trabalho de subjugar minha alma e dizer em voz alta: eu avisei!
Como disse Rachel em Friends:
Existe o fundo do poço, dez metros de cocô e, depois, eu.
Coloco o teste no lixo e saio do banheiro, indo em direção à minha cama. Deito-me lentamente, ficando em posição fetal.
Será que ele está deitadinho assim na minha barriga?
Ah, coitadinho. Ele escolheu uma mãe tão desmiolada.
Eu não sei cuidar de crianças, pois nunca tive irmãos, sobrinhos ou algo semelhante. Posso afirmar que nunca troquei uma fralda em toda a minha vida.
Meus pais…
Eles ficarão tão desapontados ao descobrir que, além de engravidar de um vagabundo, serei uma mãe solteira. Deve ser triste dedicar tanto cuidado e delicadeza para criar uma filha, apenas para vê-la se sujeitar a tão pouco.
Mas sabe de uma coisa?
Mesmo que o Toji me chame de pirralha o tempo todo, não sou uma adolescente. Eu sei que consigo ser uma boa mãe. Acredito que sim.
Consigo, a não ser que ele tenha sete cabeças.
Posso deixá-lo escorregar dos meus braços enquanto estiver dando banho nele, mas o pegaria rapidamente, antes que ele se afogasse.
