Cap 7

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Narrador Roberto

Meu nome é Roberto Nascimento, sou mais conhecido como Capitão Nascimento, eu faço parte do BOPE do Rio de Janeiro.
Eu já estava nessa guerra á 10 anos, e só queria sair dela. Em mais um dia de operações, tivemos um policial baleado e que parecia grave. Não tivemos como esperar a ambulância chegar, o colocamos dentro da viatura e o levamos pro hospital.

Ele acabou tendo que ir pra cirurgia, o estado dele era extremamente grave, o que mais me ficou puto naquilo, foram duas coisas.

O filha da puta que atirou nele apareceu no hospital, havia levado um tiro de raspão.
Fui em direção ao local que ele estava, uma enfermaria havia começado a atende-lo quando adentrei em seu leito e peguei em seu pescoço, pronto para matá-lo quando ela entrou na minha frente.

- Que isso.. solta ele - ela pegou em minha mão e puxou - você não pode fazer isso - disse assustada

- Foi esse filha da puta que atirou no policial que está a beira da morte - disse com o rosto enfurecido

- Mas aqui você não pode fazer isso, o meu dever é não deixar ele morrer assim como eu fiz com seu amigo, preciso que você se afaste do meu paciente- disse entrando na minha frente

- quer dizer então que a senhora defende traficantezinho de merda ?

- Aqui a questão não é essa, de defender ou não, mas aqui não é local do sr.. como é seu nome ?

- Capitão Nascimento - disse com o olhar irritado, não queria muita conversa, eu queria matar aquele filha da puta.

- Aqui Capitão Nascimento, não é local pro senhor resolver as suas questões com quem deve ou não morrer, ele entrou aqui como meu paciente, devo tratar ele como qualquer outro, e se for necessário, pra garantir isso entrar na sua frente, eu irei, então peço que o senhor se retire e aguarde notícias do seu amigo lá fora - disse ofegante e nervosa

- Essa porra não vai ficar assim - disse pro homem deitado na maca e apontando o dedo na cara dele.

Fui embora dali, e fiquei esperando na viatura, não conseguia ir embora sem notícias, porra, polícia também tem medo de morrer, a gente tem família, e aquilo não ia ficar por menos.

Pouco tempo depois, recebemos a notícia, que nossa amigo havia perdido a vida por conta daquele desgraçado, que eu garantiria que não ficaria vivo por muito tempo.

Quando eu menos esperei, vi o cara que havia atirado na gente, durante a operação, é aquele arrombado saiu rindo parceiro, eu ia matar ele rindo também.

Chamei alguns colegas e fomos pro morro que eles estavam mais cedo.
Não havia nada que poderia me impedir, a não ser a sede se vingar a morte do meu parceiro que havia deixado dois filhos e uma esposa.

Eles chegaram e fomos atrás dele, subimos o morro na surdina, passando pelos becos e vielas e finalmente, achamos ele. Eu teria a honra de vingar.
Um dos meus caveiras que estavam comigo o seguraram, enquanto eu dava socos na cara daquele babaca.

- Ri agora seu filha da puta, você tirou a vida de um caveira, essa porra não ia ficar barato não

- Por favor - disse ele chorando - não me mata, eu tenho família, não foi e.. - dei um soco no meio da cara dele.

A tortura durou algumas horas, queria que ele sentisse dor primeiro, dei alguns bons tiros nele, não pra matar, mas para deixar ele agonizar.
Chamamos o resgate pra levar ele, e quando chegamos no hospital ele já havia morrido, eu não poderia demonstrar felicidade quando a enfermeira que havia falado comigo mais cedo veio na minha direção.

- O que é isso ? O.. o que aconteceu ? - disse com os a sobrancelha arqueada e assustada

- O que aconteceu é que ele cruzou o nosso caminho - disse com um sorriso de lado.

- Cruzou o seu caminho ? Foi você quem fez isso ? Aaah... meu Deus - disse com o olho marejado

Ver os olhos dela marejados, de certa forma mexeu comigo, até que ela era bonita. Eu, facilmente poderia pegar ela, mas ali não era lugar pra esse pensamento.

- Olha.. como é seu nome ? - disse interessado

- Laura - disse secando as lágrimas

- Laura, não é nada pessoal, eu só fiz o meu trabalho.

- Eu... eu preciso sair daqui, me desculpa, que o senhor tenha uma boa noite viu - ela saiu da minha direção e eu saí para fora do hospital.

Aquele rosto não saiu mais da minha mente, o olhar dela pra mim, me fizeram sentir a pior pessoa do mundo, mas aquele era meu trabalho, eu fui treinado pra isso, e aquela situação exigia isso de mim.

De lá, fui direto pra casa, mas aquela mulher não saia da minha mente, talvez foi o jeito de falar, na maioria das vezes ninguém vai contra o que eu falo, ou passa por cima das minhas ordens. Mas eu tinha que deixar isso de lado, tinha muita merda pra eu resolver e me preocupar com mulher agora era a menor das minhas preocupações. Mesmo depois do meu divórcio ainda tinha minhas recaídas com minha ex, mesmo que tenha partido da minha parte essa decisão, eu gostava de vê-la sem ter obrigações de dar atenção, eu não tinha tempo pra isso.

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