orange couple | criston cole

6. longa vida a rainha rhaenyra.

Quando a notícia de que o Rei Viserys havia exilado seu tio, Visenyra não pensou que a seriedade da situação fosse tão grande. Isso, é claro, até o Rei invocar suas duas filhas para o anúncio de sucessão.

Rhaenyra seria a primeira mulher a herdar o Trono de Ferro. Ela seria Rainha.

Visenyra pegou o pesado colar de ouro em suas mãos, caminhando na direção de Rhaenyra e parando atrás da Princesa, olhando -a pelo reflexo do espelho.

— "Rainha Rhaenyra" soa bem. – A Segunda Princesa falou, um sorriso quase imperceptível em seus lábios enquanto ela colocava o colar no pescoço da irmã.

— Acho que você é a única que pensa assim.

— Rhaenyra, não fale assim. Comentários auto depreciativos não combinam com você. – Visenyra quase a repreendeu, usando ambas as mãos pra tocar os ombros da irmã, tentando dar qualquer tipo de conforto a ela.

— Só estou aqui porquê todos nossos irmãos morreram e nosso querido tio não é um ser racional: ele está sempre sendo ultraje porquê nunca está pensando direito. – A Primeira Princesa falou, arrancando uma risada alta da irmã mais nova, o que também a fez sorrir.

— Bom, já é mais do quê muitos reis que só carregaram a coroa na cabeça porquê tinham entre as penas algo que nós não temos. Em compensação... – Ela balançou a cabeça. – Sempre os faltava algo no cérebro.

— Visenyra. – Agora era a mais velha que repreendia a irmã. – Nosso pai também é Rei.

— Nosso pai é merecedor da Coroa agora, Nyra, porquê ele se esforça pra tal. Mas não há como negar que o escolheram por ser homem, há?

— E quanto a mim, irmã?

— Você é a primogênita do Rei, você está pegando o que é seu por direito... Rhaenyra, – Visenyra foi rápida em dar a volta para olhar a irmã, cara a cara,- O Trono de Ferro é seu direito de nascença, irmã. Não importa o quanto alguns homens neguem isso.

— Você ... – Rhaenyra tinha as palavras na ponta da língua, mal esperando Visenyra terminar de falar para responde-la.– Você terá sua cadeira no meu conselho, Visenyra. Bem ao meu lado... Como minha Lady Mão.

— Não deixe nosso Tio escutar isso. Ele ficará com inveja. – Visenyra brincou, tocando as mãos quentes da irmã. As levou até seus lábios e beijou-as. – Vossa Graça.

°•°• 9 dias depois °•°•

Visenyra não conseguiu vivenciar o luto. Ela havia perdido mais de cinco irmãos e em todas as vezes, sentia que uma parte de si também ia embora quando as almas dos irmãos partiam: não pela perda dos garotos, apesar de também sentir muito por tal, mas porquê a morte deles sempre vinha acompanhada do desmoronamento de sua mãe. Ela não suportava ver a Rainha Aemma sofrendo.

Ver sua mãe desorientada com a morte de mais um filho era como se rasgassem sua carne com lâminas cegas. Era doloroso porquê sabia que não havia nada a ser feito, doloroso porquê sabia que a Rainha se culpava, doloroso porquê ela sabia que aconteceria de novo e odiava que sua mãe sofresse.

Visenyra estava passeando pelo castelo, segurando a barra de seu vestido enquanto olhava para os próprios pés, assobiando alguma canção qualquer quando passos pesados lhe chamaram a atenção. Levantou a cabeça somente para ver Lorde Corlys saindo do Pequeno Conselho pisando fundo, irritado ao ponto de nem mesmo ver que Visenyra estava bem ali, na sua frente. Antes que pudesse pensar em fazer alguma coisa, a atenção da princesa foi desviada mais uma vez.

Rhaenyra saiu do Pequeno Conselho logo em seguida, bufando como um dragão cospe fogo. Visenyra arqueou as sobrancelhas em confusão, seu corpo automaticamente apressando o passo para ir ao encontro da irmã.