19. Péssimo momento para usar meu pijama do My Little Pony (Laura)

1.5K 356 366
                                    

❤️ Por favor, não se esqueçam de votar nos capítulos! Obrigada ❤️

A sensação que eu tinha era que minha garganta estava pegando fogo. A dor era tão incômoda que nem liguei de estar ajoelhada no chão frio e duro do meu banheiro, abraçada com a privada. Toda a Ice e aquela dose de tequila estavam sendo eliminadas de uma vez pelo meu corpo, e minha noção de tempo já tinha sumido.

— Eu trouxe um copo de água. — a voz grave, mas suave, do Sam me tirou do meu transe, e eu levantei a cabeça para encarar a porta fechada.

— Han... pode deixar aí... eu já pego. — respondi, nervosa, porque eu definitivamente não queria que Sam me visse vomitar. Não de novo, pelo menos, porque já tinha sido vergonhoso o suficiente na garagem. 

Eu nunca esqueceria do olhar desesperado dele ao me ver abrindo a porta de casa com pressa para correr até o banheiro. O modo como ele me seguiu sem nem hesitar, perguntando no que poderia ajudar.

— Não seja ridícula, Laura. — Sam abriu a porta de uma vez, e eu virei o rosto para o outro lado na mesma hora, tentando esconder o quão péssima eu estava. 

Consegui ouvir seus passos vindo em minha direção, mas quando o silêncio tomou conta do ambiente, voltei a encará-la, dominada pela curiosidade. Sam estava de pé ao meu lado, e eu precisei erguer a cabeça para encontrar seu olhar. Sua expressão deixava claro que ele estava desconfortável, mas também... preocupado.

Sam soltou um suspiro antes de continuar, dessa vez com um tom de voz mais calmo:

— Você precisa se hidratar. Por favor, tome a água. — ele ajoelhou para deixar o copo ao meu lado e nossos rostos ficaram tão próximos que eu conseguia ver a pupila dilatada dele, os cílios longos e levemente curvados. E então me dei conta de que eu estava a encarando... fixamente! Na mesma hora peguei o copo e dei goles longos e demorados, quebrando o contato visual. 

Sam não comentou nada, e eu me vi prestes a agradecer por todos aqueles cuidados, mas no mesmo instante me lembrei que eu tinha acabado de vomitar e virei o rosto outra vez, tentando me afastar dele. Meu hálito deveria estar horrível e eu queria poupá-lo daquele nível de intimidade nojento.

— Você precisa de um banho. — ele continuou, mas seu tom não era uma crítica, e sim uma sugestão. Sua sombra projetada sobre mim era a prova de que Sam já estava de pé outra vez.

Mantive meu rosto virado na direção contrária a ele enquanto respondia:

— Eu sei. Eu vou... eu não acho que vai sair mais nada. Só preciso escovar os dentes e... — fiz menção de me levantar e senti a mão quente da Sam no meu antebraço, me puxando para cima sem nenhuma dificuldade. O calor do toque fez meus pelos arrepiarem e deixou meu corpo ainda mais mole.

— Deixa eu te ajudar, você está fraca. — Sam comentou, apertando um pouco mais os dedos na minha pele, como se estivesse com medo de eu desmontar. Mas eu não queria que ela continuasse tão perto de mim, não enquanto eu estava naquele estado, então puxei meu braço de volta e me apoiei na pia, ciente de como aquilo poderia soar. 

— Está tudo bem, eu consigo me virar agora. — respondi e olhei pra ela, tentando reforçar meu argumento. Mas Sam não pareceu convencida e sua expressão ganhou um ar sério.

— Você é sempre tão teimosa assim? — Sam franziu os cenhos, parecendo irritada e impaciente.

Droga, ele fica tão lindo nesse modo superprotetor.

— Olha quem fala. — respondi, na defensiva, e Sam massageou as têmporas com os olhos fechados, exausto. Eu odiava estar dando trabalho, mas precisava de um pouco de privacidade. Precisava que Sam entendesse que eu queria ficar sozinha.

Como (não) reprovar no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora