𝓢𝓽𝓻𝓸𝓷𝓰 𝓛𝓸𝓿𝓮 ▶𝓟𝓮𝓽𝓮𝓻 𝓟𝓪𝓻𝓴𝓮𝓻 [ᴄᴏɴᴄʟᴜɪᴅᴀ]

▶Capítulo 7

Faltavam apenas dois dias para o baile, e desde o meu encontro com o Peter na escola, estava evitando falar com ele. As ligações, mensagens, cartas que ele enviava pelo Happy... Ignorei tudo.
Pepper, minha mãe, e eu, saímos para procurar um vestido para o baile. Meu pai aceitou a ideia de eu ir com o Chandler para o baile, então eu teria que me arrumar.

— O que acha desse? — Pepper perguntou segurando um vestido rosa bem "menininha"

— Depois de todos esses anos convivendo comigo, achou que eu iria gostar disso? — respondi fazendo a melhor cara de decepção

— Você gostava de rosa quando era mais nova. — ela diz devolvendo o vestido para seu lugar

— O que acha desse? — minha mãe questionou segurando um vestido marsala com detalhes de renda, longo e de mangas ombro a ombro

— Eu amei! — digo pegando o vestido e correndo para o provador

Coloquei aquele vestido e encarei o espelho por no mínimo cinco minutos. Ainda não tinha feito cabelo e nem maquiagem, mas me sentia tão linda. Saí do provador e as duas ficaram me encarando com sorrisos de orelha a orelha. Não sabia se estava mais feliz por ter ficado bonita o suficiente para emocionar as duas, ou de ter encontrado o vestido perfeito de primeira.

— Você está linda. — Pepper opina de olhos marejados

— Afrodite não chega nem perto de tamanha beleza. — minha mãe diz também de olhos marejados

— Por Odin, é só um vestido... — digo rindo das duas — Por favor, não deixem Afrodite ouvir isso!

— Vai ser esse? — Pepper perguntou me encarando

— Sim. Deixo você cuidar do cabelo e da maquiagem. — sorri e ela assentiu também sorrindo

Compramos o vestido e escolhi um sapato dourado. Pepper acabou comprando mais roupas para nós três e paramos um pouco para comer. Minha mãe provou o hambúrguer favorito do meu pai e meu, que agora era o dela também. Tomamos sorvete e fomos ao cinema, e tenho que confessar que ter duas mães é melhor do que ter amigas.

— Bom, chegou a hora de ir pra casa. O Happy já está no estacionamento esperando a gente. — Pepper informa encarando o ecrã do celular

— Adorei o passeio, a gente tem que repetir isso de novo. — digo animada

— Eu adoraria. — minha mãe diz me abraçando de lado

Voltamos para casa e Steven e Nat chegaram juntos com a gente. Era meio que uma reunião com os adultos então subi para o meu quarto. Estava exausta, então precisava muito me deitar.

— Boa noite, Star. — digo ao entrar em meu quarto

Star era como a Sexta-Feira, porém ela era meio que "só minha". Meu pai a criou para me ajudar com basicamente tudo. Ela tem um sistema de segurança, reconhecimento de voz, e outras coisas que eu ainda não descobri.

— Boa noite, senhorita Erica. — Star responde

— Alguma atualização? — me sento na cama tirando os sapatos

— Peter Parker deixou uma mensagem de voz. Quer ouvi-la?

— Não, pode excluir.

— Certo. Mensagem excluída.

Me joguei na cama encarando o teto e, de repente, me veio uma enorme vontade de chorar. Eu sentia falta do Peter. Mesmo que tenhamos passado tão pouco tempo juntos, eu sentia algo diferente quando estava com ele.
Era uma droga tudo aquilo ter acontecido. Era uma droga maior ainda isso ter me afetado a ponto de que, até a menção ao seu nome me deixe sem ar.

— Senhorita Erica, tem alguém na sua varanda. Protocolo de segurança ativado.

Imediatamente eu pulei da cama já pronta para atacar quem quer que fosse, e as armas da Star foram ativadas. Mil e uma coisas passaram pela minha cabeça. Poderia ser Loki, querendo me sequestrar para negociar o tesseract com Thor. Ou poderia ser um enviado de Zeus, pronto para me matar.

— Não ataca! — alguém gritou assim que a porta da varanda se abriu — Sou eu, não ataca!

A Star e eu quase o matamos. O que deu na cabeça do Peter para invadir o meu quarto? Ou ele é louco, ou é suicida.

— Desativar protocolo de segurança. — digo me aproximando do Peter — O que você está fazendo aqui?

— Você não fala comigo na escola, não responde minhas mensagens, não atende minhas ligações. Erica, eu senti sua falta. — ele diz andando de um lado para o outro no quarto

— Você é tão falso.

— Erica, eu sei, eu não deveria ter ficado com a Liz. Principalmente depois do nosso quase beijo. Mas é que eu fiquei confuso, e você não voltou e a Liz disse que gostava de mim. Desculpa.

— Eu não me importo com quem você fica, ou namora, ou vai ao baile. Faça o que quiser Peter, eu não ligo nem um pouco. — cruzo os braços sentando na cama e ele faz o mesmo

— Sua boca diz isso, mas seus olhos dizem totalmente o contrário.

Peter começou a se aproximar, e eu sabia o que ele queria fazer, mas depois de tudo, beijá-lo estava fora de cogitação, então apenas me afastei antes que fosse tarde demais. Por mais que no fundo aquele beijo fosse tudo o que eu mais queria.

— Acho que já deu sua hora. Pode ir embora por favor? Eu preciso descansar. — pedi indo até a porta da sacada e abrindo a mesma

— Eu sei que está chateada comigo, e sei que levará um tempo para me perdoar, mas eu gosto muito de você e eu espero que me perdoe algum dia. Eu sinto muito, de verdade. — ele disse e por fim atravessou a porta

— Acho que vai precisar de uma ajuda do Doutor Estranho, só em outra realidade pra eu perdoar você, Peter.

Tranquei a porta e fechei as cortinas, não queria mais ouvir nada do que aquele garoto falava. Me joguei na cama e encarei o teto, em algum momento eu conseguiria pegar no sono.

— Erica? — ouvi a voz do meu pai e me sentei na cama — Ainda está acordada?

— Sim... Quer alguma coisa?

— Conversar.

— Eu fiz algo?

— Não, nada disso. Eu só queria falar sobre o Peter. Acho que te devo explicações.

— Não, não me deve nada pai. Eu entendo perfeitamente, não precisa explicar.

— Preciso sim. Eu sei que gostava do Peter, e eu o tirei do programa por ciúmes e medo de que se machucasse. Eu não fui profissional e sim super protetor.

— Pai, não quero falar sobre o Peter agora, está bem? Podemos falar sobre isso outra hora?

— Tudo bem. Olha, vamos ter uma reunião do cachorro quente essa semana para comemorar sua volta, o que acha?

— Eu adoro as noites de cachorro quente com os vingadores, o senhor sabe disso. E obrigado pai...

— Por nada meu anjo. Agora, descansa. Você tem um baile para ir daqui um dia, e tenho certeza que ainda não sabe dançar.

— Preciso saber?

— É claro que sim. Vou procurar alguém para te ajudar com isso, não se preocupe.

— Eu nunca fui para um baile.

— Eu sei, e é por isso que vamos fazer de tudo para que se divirta. Quero que tenha uma ótima noite e uma boa experiência.

— Obrigado...

Recebi um beijo na testa e um sorriso, em seguida fui deixada sozinha novamente em meu quarto, me virei para o lado na falha tentativa de pegar no sono.