A neve cai e a música começa

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Levantei-me lentamente da cadeira, caminhei em sua direção com um olhar decidido e sentei ao seu lado. Olhei nos seus olhos, tentando não o beijar, e, ao reparar o quão perfeito ele era de perto, deixei que seu olhar me penetrasse. Ele veio na minha direção, tentando me beijar, então desviei o rosto, não o deixando me beijar. Olhando para o lado, vi na mesa branca com detalhes dourados, havia um caderno preto.

Fiquei curiosa e peguei o caderno, dizendo:

— Bom, acho que é melhor irmos com mais calma, talvez eu não goste de ir com tudo.

Levantei-me e disse, sorrindo com seu caderno na mão:

— Vamos aos poucos!

— Vicky, esse caderno é meu, você pode me devolver?

— Oh, Jay, eu sei. Eu não gosto de obedecer muito, você sabe.

Seus olhos se arregalaram e ele disse:

— Bom, isso é muito pessoal.

— O que foi? Tem algo a esconder de mim?

Ele me encarou por alguns segundos, acenou com a cabeça e bateu no assento ao seu lado, me convidando para sentar. Suspirando fundo, cruzou os braços e disse:

— Tudo bem, Vicky. Espero que esteja pronta para o que está aí.

Li algumas páginas em silêncio enquanto ele passava seu braço ao redor da minha cintura. Essas pequenas folhas lidas me deram uma nova visão sobre Jay. Era como se suas palavras fossem carregadas de sentimento e, a cada letra, houvesse uma emoção nova a ser descoberta. Ele escrevia sobre sonhos, medos e incertezas, o que me deixou tocada; suas palavras internas contrastavam com sua atitude confiante.

— Jay, você escreve muito bem. Estou realmente impressionada — elogiei, fechando seu caderno suavemente.

— Obrigado. Isso é o que eu geralmente faço para manter minha mente sã.

— Eu entendo. É realmente algo que também faço — admiti, sentindo uma conexão inesperada com ele.

Começamos a conversar sobre tudo o que sentíamos e como éramos pessoas que sentiam muito por tão pouco. A cada conversa que eu tinha com ele, sentia tudo se entrelaçar de forma harmônica.

Paramos de conversar e nos olhamos. Seus olhos transpareciam os meus e, em seguida, comecei a olhar seu lábio inferior, o quanto era suave. Eu estava pronta, finalmente, para beijá-lo. No entanto, alguém bateu na porta, cortando o clima.

Jay se levantou e foi atender, enquanto eu fiquei sentada, me arrumando e retocando meu gloss labial.

— Ei, seu idiota do caralho, você tá atrasado.

Senti meu coração congelar. Era Benjamin. Fui ao banheiro rapidamente, tentando não ser vista por ele. Fiquei atrás da porta, escutando suas conversas.

— Eu já vou, imbecil. Não me incomode.

Consegui ver pelo espelho da televisão da sala a expressão que eles tinham um para o outro. Aquilo era puro ódio, como se suas almas estivessem lutando entre si.

Jay bateu a porta na cara dele e entrou. Me recompus e saí do banheiro, dizendo:

— Bom, eu estava retocando a maquiagem. Quem era? — perguntei descaradamente, pois sabia de quem se tratava.

— Era só um idiota com quem sou obrigado a trabalhar.

— Bom, eu vou indo. A Liz me mandou uma mensagem, está precisando de mim.

Abri a porta e saí. Antes de sair, ele pegou meu braço com força e disse:

— Daqui a uns 10 minutos, irei cantar lá embaixo. Por favor, vá me ver.

— Tá bom, estarei lá, não se preocupe.

Saí então furtivamente, com medo de ser vista pelos dois ao mesmo tempo. Comecei a procurar o número de Liz, pois eu estava em desespero. Quando olhei para trás, vi alguém entrando no quarto de Jay. Era Sally, a garota de quem eu tinha falado antes. Ela olhou para mim e sorriu. Não consegui entender suas motivações e fiquei com ciúmes, o que era estranho, pois aquilo não era algo que eu queria sentir.

— Alô? Vicky? Cadê você?

— Elisabeth, eu preciso de você.

— O que foi? Me encontre naquela parte do bar. Estarei com o Matthew lá.

Desliguei e fui rapidamente na direção do ponto de encontro. No caminho, vi um casal correndo rapidamente pelos corredores. Um deles quase caiu e a mulher de vestido vermelho o segurou. Eles sorriram felizes. Ao ver aquilo, comecei a repensar um pouco sobre minhas atitudes e como eu queria viver aquilo com alguém.

— Vicky?

A voz ressoou do fim das escadas. Era Benjamin. Minha boca ficou seca e fiquei um pouco trêmula. Respirei fundo e desci em sua direção.

— Olá, será esse meu príncipe de gelo? — falei assertivamente.

Ele arregalou os olhos e sua pele, em um tom pálido, ficou avermelhada por um segundo, assim como o vestido da moça que vi antes.

— Seu o quê?

— Ei, quer tomar uma bebida?

Ele acenou com a cabeça, nervoso. Chegamos ao bar.

— Uma bebida sem álcool para o casal bonito — expressou o bartender de cabelo ruivo.

— Benjamin, sobre o que estávamos conversando?

— Eu não lembro — disse ele, nervoso.

— Tudo bem, eu também não lembro. Você sabia que alguns cantores convidados hoje vão cantar também? — Entreguei sua bebida.

— Oh, sobre isso...

Quando ele iria falar, Liz e Matthew chegaram.

— Ei, Vicky, não vai nos apresentar?

— Claro! Espere um pouco. Bartender, por favor, quatro Bloody Marys sem álcool.

— Benjamin, essa é a Liz, minha melhor amiga, e esse é o Matthew, meu novo amigo.

Alguém gritou de repente, o que me assustou:

— Ben! Vamos!

Era um dos rapazes que faziam parte da banda de Benjamin e Jay. Esse era um pouco mais fofo e um pouco afeminado.

— Estou indo, Sunny. Ei, Vicky, não esqueça de ir me ver, ok?

Ele então pegou minha cintura e beijou meus lábios rapidamente. Um selinho, um simples beijo dele foi capaz de arrepiar totalmente meu corpo e me fazer sentir um calor incomum. Fiquei estática, não esperava que ele fizesse aquilo. Então ele chegou ao meu ouvido e sussurrou:

— Me desculpe por não pedir antes, mas quando estou com você não consigo me segurar. Tudo parece quente. Estarei aqui novamente para você, me espere um pouco.

Então ele se afastou, correndo na direção do seu amigo. Fiquei incrédula e olhei para o rosto de Matthew e Liz. Os dois estavam olhando chocados, seus queixos tão caídos quanto o meu.

Assim que me recuperei, senti alguém batendo nos meus braços, tentando chamar minha atenção. Então, virei ainda temente, e mesmo sentindo uma sensação estranha, virei meu rosto surpresa.

🔞-A Princesa Entre Gelo e Cordas Onde histórias criam vida. Descubra agora