Flocos que caem

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Eu me assustei ao dar de cara com alguém.

— Olá?...

— Sally! Hoje eu sou Sally, te vejo depois! — disse a garota apressada, não me dando tempo de ver sua aparência direito.

Ignorei e continuei andando, chegando a uma série de corredores escuros. O lugar parecia sombrio e misterioso, e o tamanho do mausoléu tornava fácil se perder. A atmosfera fria lembrava-me da solidão dos flocos de neve caindo em um vasto campo vazio.

"Hey, cuidado!" Fui segurada pela cintura por alguém ao escorregar próximo a um banco. No impulso, caí sobre o estranho, que me amparou para que eu não me machucasse. No escuro, eu não conseguia ver nada, e o nervosismo me dominava. De repente, um clarão iluminou o local, revelando quem estava ali comigo.

— Vicky?

— Benjamin?

Nos levantamos rapidamente.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei, ainda meio desconcertada.

— Estou apenas conhecendo a propriedade — respondeu ele vagamente.

— Oh, sinto muito pelo antes, fui muito invasiva. Desculpe!

— Tudo bem, não se preocupe. Vamos nos levantar! — disse ele, com um sorriso simples. Eu notei o quanto ele era bonito de perto, como uma estátua esculpida em gelo, fria e perfeita.

— Tudo bem mesmo?

— Claro! Por que não me espera aqui? Vou pegar uma bebida para você.

Concordei, sentando-me em um banco próximo a uma pequena varanda. Vi uma garota de cabelo loiro passando rapidamente pelos corredores. Pensando ser Liz, fui atrás, mas ao alcançá-la, percebi que era Rosé, outra ídolo famosa. Voltei ao lugar onde estava.

Quando cheguei, Benjamin já estava lá com um champanhe que parecia caro.

— Desculpe a demora, achei que tinha encontrado minha amiga.

— Sem problema. Sente-se. Convenci o barman a nos dar esta bebida.

Me sentei com ele na varanda. Ele me serviu, e ao pegar a taça, nossos dedos se tocaram, causando um leve constrangimento.

— A lua está linda hoje, não é? — comentei.

— Sim, a noite está esplêndida! Um pouco fria, porém.

— Está com frio? Tome meu casaco.

— Não precisa, você não deve ficar no frio por minha causa.

— Não se preocupe, sou resistente ao frio. Não é à toa que me chamam de príncipe de gelo.

— Chamam você assim? Que brega! — sorri.

— É sim, mas é por eu ser um ex-patinador.

Ele me cobriu com seu casaco preto listrado, aquecendo-me. O tecido parecia carregar o frio de um lago congelado, mas seu gesto era caloroso.

— Então, você era patinador? Por que decidiu se tornar ídolo?

— Precisava de novos ares, algo que me afastasse dessa frieza.

— Não acho você frio.

— É mesmo? — disse ele, surpreso.

— Você parece ser focado, e às vezes isso faz com que esqueça de mostrar outras partes de si.

— Ser o príncipe de gelo é difícil. Acho que me tornei arrogante como defesa.

— Já pensou que nem todos querem te atacar? Alguns só querem te conhecer.

Ele desviou o olhar, vulnerável. Estávamos deitados no chão, um pouco bêbados. Ele afastou uma mecha de cabelo do meu rosto.

— Seu cabelo é lindo, mas quero ver seu rosto.

Toquei na mão dele, sentindo a suavidade de sua pele, e o beijei. O beijo era quente, diferente de sua aura fria. Minhas emoções, antes como flocos de neve, tornaram-se bolas de neve, cada vez maiores. Os lábios dele se moviam com uma delicadeza e uma paixão que eu não esperava, seu gosto misturando-se ao champanhe, criando uma sensação inebriante. Sua mão deslizou suavemente pelo meu rosto, enquanto a outra me puxava para mais perto, aprofundando o beijo. Eu podia sentir a batida acelerada do seu coração, que refletia a minha.

O beijo se intensificou, nossos corpos se aproximando mais. A maneira como ele me segurava, firme mas gentil, fazia meu coração disparar. Era como se naquele momento, tudo ao nosso redor tivesse desaparecido, deixando apenas nós dois e a sensação avassaladora de estarmos conectados. Ele parecia derreter o gelo que cercava seu próprio coração, revelando um calor inesperado.

Parámos de nos beijar, ambos ofegantes, nossos rostos ainda próximos.

— Precisamos voltar para a festa, preciso achar minha amiga — disse, tentando recuperar o fôlego.

— Vamos! — Ele se levantou, e fomos juntos até a festa. A música alta nos separou, e eu o perdi de vista.

— VICKY! — ouvi uma voz feminina chamando. Era Liz.

Corri até ela.

— Tenho algumas coisas para te contar — sorri.

— Quero ir embora.

— Como assim? Você estava animada para vir.

— Não quero mais estar aqui.

— O que aconteceu?

— Nada, Wony.

— Elizabeth, você não fica assim quando nada acontece.

Liz olhou para mim com uma expressão séria, e em seguida saiu rapidamente de perto. Fui atrás dela, preocupada.

— Ei, eu vou com você, só preciso fazer algumas coisas, ok? — disse, tentando acalmá-la. Abracei-a, vendo que ela não estava confortável ali, e decidi que precisava conversar com aquele rapaz de pele pálida que eu havia beijado há pouco.

— Estarei esperando na recepção — disse ela, afastando-se, deixando-me sozinha no bar.

— Olá, princesa! — ouvi uma voz familiar se aproximando. — Deixa eu adivinhar, você está tomando um Bloody Mary? — Olhei para o lado, um pouco receosa, e logo percebi quem era...

🔞-A Princesa Entre Gelo e Cordas Onde histórias criam vida. Descubra agora