A música para, e a geada toma conta.

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— O que você quer? — falo com uma voz arrogante.

— Olá, Vicky, como vai? — diz Sally, uma linda garota de rosto pequeno, lábios na cor salmão, cabelos pretos ondulados e lentes na cor azul-cinzento.

— O que você quer comigo? Está me perseguindo ou algo assim?

— Querida Vicky, pensei que éramos amigas, por que está sendo assim?

Ela então olha para Liz:

— Elizabeth! Como vai? Faz tempo que não nos falamos também.

Liz então olha para mim e para Mattew sem ação e responde:

— Vou bem. Por quê?

— Só passei para dar um oi a vocês duas e dizer algo para a Vicky.

Ela se aproxima e me abraça; não consigo me sentir bem, mas deixo isso acontecer. Então, ela diz:

— O Jay é bem bonito, talvez ele seja o que eu esteja procurando essa noite. Foi bom conversar com ele.

Naquele momento, começo a me sentir estranha. Era como se eu estivesse com raiva, não por ela tentar se aproximar de alguém de quem eu estava tentando, mas sim por ser ela. Eu aceitaria isso de todos, menos dela.

— Minha querida Sally, você é linda, mas sabe que sua beleza nunca compensará sua total falta de personalidade, não é? Vestir-se como todo mundo e ser aquela que todos amam, mudando-se conforme cada pessoa que conhece, nunca lhe trará nada duradouro. Você acha que todos a amam e faz de tudo pelo mínimo de atenção; isso é ridículo. Se eu fosse você, olharia para trás e veria quantas vezes abriu mão de si mesma para agradar os outros. Somente quando você aprender a ser verdadeira consigo mesma encontrará algo realmente significativo. Então, por favor, me deixe em paz.

Em seguida, viro indo para perto de Liz; ela, por sua vez, foi para longe, não consegui ver sua expressão de tão rápido que ela foi.

— Parece que você assustou o monstro, Vicky. Parabéns.

— Por que está sendo irônica?

— Você exagerou bastante dessa vez — diz Liz, meio irritada.

Ignoro-a e começo a me concentrar na festa. Eu estava nervosa, com medo de ser pega com os dois ao mesmo tempo.

— Galera, galera! Estão animados para a festa de hoje? — O som abafado ecoa em toda a mansão. Era um dos donos da festa. Não lembrava seu nome, mas ele tinha uma aparência muito agradável. — Se não estavam animados, agora ficarão, com vocês os queridos animados.

Olhei para Liz e começamos a rir.

— Queridos animados?

Mattew então expressa:

— Ah, eles não podem usar o nome da banda deles, então têm que usar um assim — ele sorri para nós.

Quando percebo que eles entraram, me aproximo rapidamente, dando as mãos a Liz, que por sua vez estava dividida entre eu e Mattew. Acabo soltando sem querer e me vejo perdida. Me dirijo ao máximo que posso para a frente, tentando vê-los cantando. Eu temia que eles falassem comigo ao mesmo tempo, mas eu precisava vê-los. Não sei por que, mas eu já estava sentindo falta deles. É meio confuso pensar que conheci eles há algumas horas e já estou assim, não consigo me reconhecer mais.

— Olá, pessoal, a noite está animada! — gritou um dos membros, e os outros entraram. Primeiro, Benjamin, com uma energia fria que lhe conferia um charme misterioso. Os pequenos sinais lunares em seu rosto realçavam a naturalidade de sua beleza, parecendo quase etéreos.

Logo após, veio James, que mordia os lábios a cada instante, como se estivesse sempre preso em um pensamento profundo. Jhony, o líder, tinha olhos felinos que pareciam desvendar qualquer segredo. Nicholas, o mais novo do grupo, trazia uma vivacidade contagiante. William, o querido afeminado, exalava uma gentileza única, enquanto Evan impressionava com suas pernas incrivelmente longas, que pareciam desproporcionais, mas fascinantes.

Por último, entrou Jay, o guitarrista. Seus cabelos negros brilhavam sob a luz, e sua presença emanava um calor intenso e envolvente. Ambos eram donos de belezas incomparáveis, embora eu nunca escolhesse alguém apenas pela aparência. O que os tornava verdadeiramente especiais era a forma como me faziam sentir.

Eles começaram a cantar. Fico dividida em olhar para os dois; se por um lado estava encantada com a voz de Jay, por outro, pela performance de Benjamin. Era uma sensação ambivalente. Por que eu estava fazendo aquilo? Por que eu não conseguia escolher entre os dois, sendo que a decisão poderia ser fácil? Eu estava mais envolvida do que pensava, e isso não é a melhor sensação para alguém como eu. Então, apenas saio de perto e vou para o bar novamente, buscando na bebida a resposta para essas perguntas.

— Oi, garçom, por favor, um Blood Mary — expresso com energia.

— Pra já, minha senhora! — Então ele pega a bebida, faz alguns malabarismos e me serve. Estava bem mais salgada que o comum, mas fui gentil sorrindo para ele, que não parecia muito experiente como barista.

— O que uma senhora tão bonita faz aqui sozinha? — ele perguntou.

— Bom, eu...? Eu não estou sozinha.

— Entendi — expressou com um olhar de julgamento.

Me senti desconfortável, mas então me voltei com uma atitude confiante; eu não deixaria que aquilo me afetasse.

— Tenho dois caras que estão comendo na minha mão. Os dois se conhecem e nem sequer sabem que estão disputando por mim.

— Nossa, então você deve ser realmente muito cativante, porque parece que a garota que acabou de sair daqui também está lhe procurando.

Virei para trás, ainda sorrindo, pensando que era Liz. Quando olho, vejo que, na verdade, era Sally. Então, minha boca seca e me sinto tensa. Se ela tinha ouvido o que eu falei, iria contar para Jay. Era questão de tempo para que Benjamin também soubesse, e se ele soubesse, esse seria o fim da minha noite divertida.

Então pensei um pouco, deixei a bebida para trás e comecei a andar procurando alguém que me ajudasse. Eu estava em desespero. Então, de repente, me vejo entrando em mais um dos corredores daquela enorme mansão velha.

— Vicky?

🔞-A Princesa Entre Gelo e Cordas Onde histórias criam vida. Descubra agora