Cap.01 -O Fio do Destino (赤い糸)

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"Um dia uma cigana leu a minha mão

Falou que o destino do meu coração

Daria muitas voltas, mas ia encontrar você..."

(Vou te amar - Hugo Pena e Gabriel)

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Janeiro de 2022

A cidade de São Paulo vibrava com a energia frenética de uma metrópole em crescimento, mas havia um lugar onde o tempo parecia desacelerar, onde o ruído da vida urbana dava lugar ao murmúrio sutil de uma história não contada. O sol das três da tarde desta terça-feira irradiava uma luz dourada sobre as ruas movimentadas, e uma brisa suave acariciava as calçadas, trazendo um vislumbre de serenidade para o tumulto da cidade.

Em um pequeno apartamento no coração do centro velho, Diego estava imerso em um mundo de sonhos. O quarto, iluminado apenas pela luz suave de um abajur antigo, era um refúgio de calma em meio à agitação que se desenrolava do lado de fora. A cama estava desarrumada, e Diego, deitado ali, parecia estar em um estado profundo de contemplação. Seu rosto, sereno e relaxado, refletia uma paz indescritível.

Enquanto ele dormia, o mundo ao seu redor parecia se dissolver em uma névoa de lembranças e sensações indefinidas. Era como se ele estivesse à beira de um despertar, imerso em uma consciência que se estendia além da realidade cotidiana. A sensação era familiar, como se ele estivesse prestes a encontrar algo que transcendia o tempo e o espaço.

Na quietude de seu sono, Diego estava envolvido por uma sensação de conexão profunda, um fio invisível que parecia entrelaçar seu ser com algo ou alguém distante. Esse fio, embora não visível, era uma presença constante, ligando-o a uma história antiga e poderosa que se desenrolava em outras dimensões da existência no espaço e no tempo.

A lenda do Akai Ito precisa ser citada neste princípio, essa lenda nos conta que um fio vermelho, que é invisível para olhos humanos, unia duas pessoas destinadas a se encontrar. Este fio, embora indestrutível e flexível, guia as pessoas por caminhos sinuosos, levando-as inevitavelmente para seus encontros predestinados.

Para Diego, essa lenda era mais do que uma simples história; era uma metáfora para a busca do amor e da conexão que ele sentia em sua vida, ele tinha sonhos desde os cinco anos de idade com uma mesma pessoa, em diferentes épocas, culturas e cenários, mas sempre ele.

O conceito do Akai Ito não era o único que moldava a percepção de Diego sobre o amor e o destino. Ele também estava profundamente influenciado pelas ideias de Platão, que falava sobre almas gêmeas e o amor como um caminho para a completude espiritual. Platão, em seu diálogo "O Banquete", descrevia como, no início dos tempos, os seres humanos eram criaturas duplas, e a separação dessas criaturas resultou em uma busca eterna por suas outras metades. Segundo Platão, encontrar a alma gêmea era um retorno à totalidade perdida, uma busca pela unidade primordial.

No sonho de Diego, essas duas ideias se entrelaçavam. O fio vermelho do Akai Ito e a busca platônica pela alma gêmea eram partes de uma tapeçaria maior, um padrão que ele estava começando a compreender. Ele sentia que havia uma verdade profunda em ambos os conceitos: uma conexão predestinada que guiava os encontros e a busca por um amor que completava a essência de uma pessoa.

Nosso protagonista estudou e ainda estuda muito sobre esses conceitos e muitos outros, porque precisa disso para não enlouquecer e acredite nesses 23 anos de vida ele já teve momentos de chegar a beira do precipício da insanidade.

A vida de Diego estava prestes a mudar, e o fio do destino estava pronto para guiá-lo em sua jornada.

Uma história de amor e destino que se estendia através das eras e das vidas passadas. O fio vermelho estava prestes a se manifestar, e a busca por sua alma gêmea, conforme descrito por Platão, estava prestes a começar.

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