Cap. 8 - Saudade do seu beijo

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"Tô com saudade de tu, meu desejo
Tô com saudade do beijo e do mel
Do teu olhar carinhoso
Do teu abraço gostoso
De passear no teu céu..."

(Gostoso demais - Maria Bethânia)

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Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te enfim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

(Vinícius de Moraes)

*Aviso: Ceninha +18 (bem de leve, por enquanto)

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Diego, contornou o carro rapidamente, entrou e passou o cinto de segurança.

Amaury arrancou com o veículo, Diego estava vermelho, seu coração disparado.

No rádio tocava baixinho uma música de Gal Costa.

Tentando se concentrar na estrada, Amaury comprimia os lábios, o cheiro de Diego, aquele bendito cheiro adocicado de morango e primavera atordoava suas ideias.

Apertou mais o volante até os nós dos dedos esbranquiçarem.

— Estamos jogando algum jogo do silêncio?

— Você é uma pessoa difícil, Diego Martins.

— Cara, vou te dizer que eu nunca fui tão fácil em toda minha vida com ninguém.

— Tá dizendo que você tá sendo fácil?

— Pra você? Cara, eu tô sim. —ele riu.

— Diego... — o tom era de aviso.

— Ah, por favor, a gente já se pegou, já entendemos que tem química aqui, a gente se gosta... Você vai querer que eu complique por quê? Vai dizer que você não sabe que eu tava na saída do estacionamento de propósito?

— Por que eu, Diego? Você tem um milhão de peixes no mar pra escolher.

— Ih... Ah, lá... — Diego direcionou o olhar pra janela um pouco sem graça.

— Vai dizer que não?

— E você é o pobrezinho que ninguém nem olha, né? Você tem espelho em casa e certamente sabe o barulho que você causa quando aparece.

— Se você tá dizendo...

Diego lhe deu um tapinha no ombro.

— Convencido! — sorriu, levando uma mão ao rosto.

Diego não acreditava que estava dentro daquele carro, era tão bom poder estar com ele no plano real e não mais em sonhos.

Queria poder contar tudo pra ele, disparar na cara dele todas as verdades de todos aqueles anos e recordações de vidas passadas, mostrar seu diário e seus desenhos, mas sabia que se fizesse isso passaria a imagem de um completo louco e provavelmente acabaria afastando ele de vez, ele o julgaria como um desses caras obcecados e tóxicos, assim ele pensava um pouco angustiado.

— Ó... Eu tô ensaiando uma peça com as crianças, a faixa etária atual é dos oito aos quinze anos nesse grupo.

— Qual peça?

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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