13• Guerra.

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Finalmente.

Nossos pés sobre a velha madeira que um dia foi o caminho em que boto partiu.

Uma leveza tomou conta dos meus pulmões, só de saber que eu respirava o mesmo ar de meu filho, olhei de antemão para Lena e segurei sua mão lhe conduzindo para o bosque. Catherine amarrou o barco e pegou duas armas, entregou uma pra mim e veio logo atrás.

Lena— Eles estão nós vigiando.

Catherine olhou como se não pudesse aspirar. Lembrei de quando Lena me disse: "Quando você fica cego seus outros sentidos ficam muito mais aguçados." Ela deve ser bem sensitiva, até porque foi a única que enxergou o campo como ele realmente é.

— Será que eles pegariam o barco?

Lena— Não, está fora do campo!

Suspirei aliviada. Se dessem um fim no barco nós ficaríamos reféns e sem mantimentos.

[...]

Locke abriu a porta, quando nos viu correu em nossa direção e esticou os braços, abraçando minhas pernas e as de Lena. Cat ficou de canto olhando para ele com admiração.

Locke— Minhas mamães voltaram!

As bochechas de Lena ficaram coradas e ela ajeitou os óculos escuros em seu rosto.

Me abaixei, peguei meu pequeno e o abraçei forte. Eu estava com tanta saudade que meus olhos salivaram e meus lábios se lastimaram, ficando murchos de admiração e confusos de tanto sentir. Levei ele até os braços de Lena, dando baluarte para tal.

Lena— Senti saudades suas.— Comentou enquanto envolvia o pequeno.

Catherine sobrevia tudo, me lembrei dela e chamei atenção de meu derradeiro.

— Quero que conheça sua vovó Locke, ela se chama Catherine.

Locke — Vó? Eu tenho uma vovó?– Ele a fitou com curiosidade e moveu seus lábios de um maneira torta.

Ela se aproximou dele e acariciou suas bochechas, ele com seu coração grande abriu seus braços para ela. O pequeno conseguia ver o quão confuso seus olhos estavam, o que profundo seus pensamentos estariam. Ele podia saber por um simples olhar que em seu coração havia angústia e a culpa de não ter sido para si antes, o que deveria ser.

Catherine— Desculpe, queria ter o conhecido antes..

Locke— Tudo bem, você estava longe como a Branca de Neve.

Locke levou Catherine para dentro do chalé e já á apresentou para suas tias. Tivemos um momento familiarizado, paramos para tomar um chá da tarde e depois Lena começou a expander cada detalhe de nosso plano, além de contar a situação. Ela parecia muito mais atraente e assombrante quando proseava daquilo que entendia.

Meu pulmão se encheu de esperanças, era como poder respirar poesia, me sentindo grandemente contagiada pela fidúcia. Aquele momento em que o silêncio se torna risadas e estar em apuros significa estar seguro, apenas por estar com quem ama. Independente do final dessa guerra, meu galardão era ter todos que amava a minha vista.

Na vila tinham aproximadamente 180 corações, batendo em unísso. Mentes confusas, como de qualquer ser. Nosso erro foi ter achado que para ser forte, não poderíamos nos sentir fracos.

Lena— Kah?

— Hm?

Lena— Você está bem? Sam e Alex estão indo levar as crianças e idosos para um abrigo, e Catherine foi precatar dos demais.

— Estou feliz por você estar no meu time.

Segurei sua mão, me sentindo tênue.

Lena— Antes você não me parecia bem com minha presença.

Jardim Encantado. (KARLENA/SUPERCORP)Onde histórias criam vida. Descubra agora