KARA DANVERS
Sam e Alex ficaram com Lockee aquele dia para que eu cuidasse de Lena. Ela não ousava a falar nada, tudo que eu ouvi foram seus soluços corroídos, até que um devasto silêncio se instalou.
A servi com um chá de ervas daninhas, a mesma não recusou curvando os lábios até a borda da xícara, fez uma pequena careta e se pronunciou a primeira vez em muito tempo.
Lena- Você precisa ser tão doce assim até em um chá?
Minhas bochechas arderam, não seria a Branca de neve se não reclamasse, não é?
- Vou contar como um elogio..- Ri estupidamente, quer dizer, por que é que estou rindo?
Lena fez uma cara séria.
Lena- Se quiser ir embora eu não me sentirei incomodada.
- Oh. Oh. Está me expulsando?- Talvez ela precise ficar só?
Lena- Não! Eu só- Eu quero dizer, você não precisa estar aqui, você deve ter algo melhor a fazer..?
- Lena.- Toquei em seu doce rosto.- Eu quero estar com você, se tudo bem estiver por ti.
Sua respiração ficou calma, ela segurou a mão na minha que pairava sob sua face e acariciou, com um pequeno sorriso nós lábios, automaticamente eu sorri de volta.
- Como você está?
Lena- Dói, mas você me ajuda, obrigado Kara, eu esqueci de como é bom ter alguém que se importa.
Sorri.
- Quanto mais eu te conheço mais eu me importo, mesmo relutante com medo de que você me rejeitasse em algum momento, pensando se todo esse sentimento de mim não fosse pena, mas não é Lena, e nunca séria nada além de admiração, de querer fazer você ter aquilo que merece, mesmo sabendo que isso seria impossível, porque nem todas as bênçãos do mundo te cortejariam, mas talvez, a mais pequena delas é a que conte e para alguém simples como eu, é o mínimo que posso fazer.
Lena- Você..Deus..- Ela se jogou sobre meus braços e eu a segurei, em um abraço singelo.- A coisa que eu mais gosto em você é as coisas bonitas que diz.
- É fácil quando tudo sobre o que você tem pra falar é belo, é isso que eu vejo aqui.- Eu te vejo Lena.
[...]
Lena caminhava comigo segurando os petiscos de Alfredo, demorou alguns semanas mas eles se familializaram. O dia estava frio então aproveitemos para se banhar na grande sauna de Alfredo.
Lockee deu seu pulo de Tarzan, se amarrando sob os cipós e arremessando-se para água. Ajudei Lena entrar com cuidado e ficamos até a altura do pescoço, a temperatura estava além do agradável e as paredes da sauna amaciadas da argila verde. Ao desviar o olhar para Lena notei como o frio a fazia bem, e todas as outras estações que a vi! Sua respiração era facilmente enxergada pela fumaça, sua pele estava mais branca que o normal, sua bochechas e queixo vermelhos, seus lábios quase vinho, e seus olhos.. Rao.. seus olhos refletiam na grande sauna, deixando com que florescesse mais de seu verde, medrasse mais de seu jardim, mais claros como nunca.
Lockee foi até Lena e a pegou de surpresa com um abraço quente.
Locke- Aqui é bom tia Lena, mas é melhor quando mamãe me abraça.- Rio sapeca e saiu nadando atrás de Alfredo.
Lena- Bons abraços é?
Toci e coçei minha garganta.
- Quer experimentar?
Lena- Devo?- Arqueou a sombrancelha, e devo dizer, que gesto lindo e não por ser algo singelo ou genuíno, mas de uma forma diferente, aliciente e inebriante.
- Sem ricos de arrependimentos.- Ri e me posicionei atrás de si, passando meus braços por suas curvas e deixando meu rosto apoiado em seu ombro.
Ela aproveitou por breves momentos, suspirou e se virou de frente para mim, me abraçado de volta e encostando seu rosto em meu peito, que acabou por saltitar, me deixando envergonhada.
Lena- Você está..rápida.- Acrescentou.
- Oh, eu costumo... Meu coração é assim mesmo!- Proclamei.
Virei meus olhos para Lockee que contava os dentes de Alfredo enquanto se esquentava, e virei-me para Lena novamente.
- Branca de Neve..
Lena- Hm?
- Você..é..você...está bonita.- Demorei longos segundos para finalizar aquela frase.
Lena- Só bonita?
- Não! Quer dizer, você está ótima... Muita linda, como todos os outros dias sempre esteve, mas hoje está diferente, porque você muda junto das estações.
Lena- Obrigada querida.
- Oh meu rao! Me deu um apelido?
Lena- Não diria que sim, na Irlanda é mais como um dialeto.
- Oh, então vem de lá?
Lena- Nasci e morei por muito tempo, mas os últimos cinco anos eu estive em Nacional City.
- Eu sabia que esse sotaque charmoso não era de algum lugar dos EUA!
Lena- Acha meu sotaque charmoso?- Perguntou com um sorriso sinico.
- Lena. Você está fazendo aquilo.- Meu rubor estava tomando conta de minha face.
Lena- Ao menos posso perguntar? Você é muito sensível.- Murmurou a última parte.
- Hm..eu..acho sim! Acho atraente e devidamente doce.- Confessei.
Lena- Obrigada.- Ela corou.
Eu tive vontade de dizer o quanto ela é incrível, o quanto é apaixonante e como não faz sentido que alguém tenha a machucado. Lena me contou que esteve em um relacionamento Com Jack e que ele a destratava, agia como se ela fosse pouco, mas ele não tinha uma conduta de homem! Ele a traiu diversas vezes e a fez pensar que é isso que ela merecia, que ela não teria mais que isso na vida, e, por esse motivo que ela pensa que agora que está cega não é merecedora de ninguém. Um pensamento inútil, quando eu faria de tudo para ter alguém como ela, ela é encantadora em tudo que faz, eu gostaria de dizer pra ela.
Sua pupila branca foi ficando pequena, sinal de que se sentia confortável, consetâneo para ambas, nunca me senti tão livre. Conhecer Lena Luthor está se tornando a memória mais feliz de meu patrono.
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Jardim Encantado. (KARLENA/SUPERCORP)
FanficLena acabará de perder tudo e recomeçar em uma pequena vila no campo, composta por natureza e tranquilidade. Kara morava na vila a muitos anos, a cinco anos ela se tornou mãe, quando em uma noite escura o boto que um dia já viverá pelas redondezas...