12• Caminho de volta

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Eu leio muitos livros, assisto a muitas séries e filmes, mantenho minha cabeça ocupada e minha vida "recheada", como uma grande torta de morango, que parece tentadora, mas é um pouco azeda. Eu vivo em um faz de contas interno, apenas para não ser oco, meramente para não ser vazio.
Eu posso viver mil amores nos livros e me entregar a eles, mas eu penso: Quando vai chegar minha vez?

Ocasionalmente eu apreciaria apenas escrever e não me desafiar a ações, porque falar sobre sentimentos não é uma coisa que eu goste de ler, mas sim uma que eu goste de escrever. E ao remoer isso eu transponho para um estado de melancolia. Vem a grande questão, berrando em meus pensamentos: Se eu não agisse com punhos, as pessoas estagnariam para ver o que assenhoreio a arrazoar? Ou isso só faz sentido quando prezada ação tem importância?
E o pior, estou reclamando, mas ninguém sequer me escuta. Eu só sinto que um dia irão, mas não pelo o que eu tenho a dizer e sim pelo que fiz.

Agora eu estou a frente de uma futura guerra e eu nem mesmo sei digladiar, pois passei tempo de mais escrevendo sobre o que entrevia, que nunca fiz nada.

Eu tenho Lena, minha doce Branca de Neve. Ela perdeu em um dia mais do que eu possa ter perdido em mil vidas. Mesmo assim, ela se mantém de pé todo o santo dia. Eu não tenho uma grande família, mas se eu perdesse Locke com certeza eu ficaria louca. Ela é a pessoa mais forte que eu conheci, por isso, aprecio sua força e acredito nela.

— Estou com medo de não achar o caminho de volta, se eu perder Locke..

Lena— Você não vai, Kara! Você se lembra que caminho seguiu?

— Não depois da boia, eles me resgataram..

Lena— Nós vamos no meu barco e você procura pela boia, pode ser?

— Obrigada.‐ Segurei em sua mão e apertei.

Nós preparamos mantimentos, compramos armas e pegamos todo o resto que precisaríamos. Lena me levou até seu barco e para minha surpresa tinha outra pessoa lá.

— Como.. você conhecia ela?

Lena— Ela entrou em contato comigo, perguntou de você e disse que quer te ajudar na luta.

Lena disse dando um pequeno sorriso.

Meu olhar vagou para Cat, era como se ela rezasse para que eu não a rejeitasse. Dei um pequeno sorriso e um sinal com a cabeça, de agradecimento. Ainda é estranho essa amargura que sinto dentro de mim ao pensar nela, tudo poderia ter sido diferente se ela tivesse ficado comigo.

Mas, como posso deixar de senti‐ló? Talvez se eu viver o presente, não me lembrarei dos traumas do passado e não me ansiarei das inseguranças futuras.

Não quero que ela se sinta rejeitada, porque quando ela olhou em meus olhos e disse "você é minha filha" eu me senti como um nada. Como posso ser sua filha? Eu deveria ser sua filha, mas eu não fui. Não fui porque você não foi minha mãe.

Catherine— Eu era militar antes de me aposentar, sei bem como atirar e posso ser útil.

— Obrigada, foi muito corajoso da sua parte.

Fui até o timoneiro para dirigir o barco, me concentrei em seguir meu coração até ver a boia flutuando.

— Achei!

Me virei para encará-las, os cabelos pretos de Lena voavam com o a brisa do vento, seus olhos quase lacrimejavam. Derrepente, em câmera lenta eu vi um lindo sorriso se abrir, esse sorriso era poesia, daquelas que não podem ser explicadas e apenas sentidas. Eu não poderia dizer o tamanho da especiosidade de seu sorriso, mas poderia explicar facilmente como meu coração dispara ao vê-lo.

Jardim Encantado. (KARLENA/SUPERCORP)Onde histórias criam vida. Descubra agora