Com o coração e a mente corrompidos, S/n Stark se vê perdida em meio a uma nova descoberta, após perder os amigos que tinha e com medo de fazer novos amigos, ela tenta descobrir sozinha como lidar com as mudanças em seu corpo, como ela vai lidar com...
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| S/N WILLA STARK
- Senhorita Stark, como se sente? - a enfermeira do colégio se aproxima de mim lentamente, eu olho para minhas mãos, que estavam novamente enfaixadas e suspiro sentindo uma leve ardência.
- Estou bem, senhora Peterson - respondi educadamente a fazendo sorrir para mim de maneira reconfortante, mas aquilo não me deu conforto algum, na verdade tudo dentro de mim estava uma completa bagunça, eu era uma verdadeira bagunça.
- Você está sendo liberada do resto de suas aulas, tentamos entrar em contato com o seu pai, mas ele não nos atendeu - ela me notificou tristemente, eu nem me surpreendia mais, ele deve estar em uma reunião ou apenas ocupado com qualquer coisa mais importante do que eu.
- Pode chamar o Peter para mim, senhora Peterson? - perguntei sentindo vontade de chorar, não sei exatamente o motivo, apenas sei que queria liberar aquele sentimento e seria legal ter meu melhor amigo por perto, eu odiava me sentir sozinha, e o Peter era a única pessoa que eu tinha no momento, eu só confiava nele.
- Sinto muito, mas o senhor Parker não compareceu ao colégio hoje - a olhei confusa, o Peter nunca falta, a não ser por doença, mas desde que ele virou o homem aranha ele nunca mais ficou doente, o que será que aconteceu para fazê-lo faltar? Será que aconteceu algo? E se aconteceu, porque ele não me falou?
- Ok, obrigada - apoiei as minhas mãos na maca, mesmo sentindo-as doer, para me levantar.
- S/n, precisa de ajuda? - ela me perguntou preocupada, eu fiquei de pé e peguei a minha mochila que estava em uma cadeira.
- Não, senhora Peterson.
Eu nunca precisei...
Durante toda a minha vida, eu aprendi como é viver sozinho, mesmo quando sua casa está cheia de pessoas, tive que aprender que eu nunca poderia contar com o meu pai para nada, que eu nunca poderia contar com ninguém para nada, eu estava ali sozinha, eu por mim mesma sempre, sempre lutando para me manter de pé, sempre lutando para respirar, para andar, para sobreviver, era apenas eu jogando em meu próprio time, apenas eu.
Minhas pernas ainda funcionavam, então eu podia muito bem andar, mesmo que minha mente estivesse corrompida de alguma forma da qual eu não saberia dizer dizer ou explicar, era difícil para mim entender o que estava acontecendo, eu tenho apagado e acordado em lugares diferentes, sonhado acordada, não sei mais definir o que é sonho ou realidade, acho que estou enlouquecendo. Ouvi meu pai falar uma vez que minha mãe tinha problemas que a impediam de ser uma pessoa normal, e que isso havia levado a sua morte, e se eu tivesse uma doença como a da minha mãe? Estaria eu definhando aos poucos na frente de todos?
Parei em um parque observando pais brincarem com seus filhos, parecia ser algo legal, eles pareciam felizes e isso me causou uma enorme tristeza, vê-los felizes era bom, mas pensar que eu nunca tive um momento como esse com o pai, era triste. Senti meu rosto molhar e foi quando percebi que havia começado a chorar, a dor no meu coração era mais forte do que a dor em minhas mãos, e por isso eu chorava, as coisas poderiam ser diferentes se minha mãe ainda estivesse viva, talvez meu pai me amasse tanto quanto ama suas invenções, ou talvez ao menos eu tenha crescido com o amor de uma mãe, mas o destino me arrancou essa possibilidade.
