Capítulo I

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Dylan M.

  O meu dia realmente não havia começado bem. Primeiro eu acordo atrasado e quando estou saindo de casa um carro passa do meu lado e me encharca com uma poça d'água e tenho que voltar para me trocar, e agora eu estou de frente para o meu chefe, ou melhor, ex-chefe, que está colocando suas coisas numa caixa.

  –Como assim o senhor não é mais o CEO da empresa?—Questiono enquanto me aproximo dele para ajudá-lo.

   –O meu contrato acabou, jovem Dylan. Quem vai assumir o cargo agora é o real dono da Black Empire's, Vince Black.—Ele me olha com o seu sorriso gentil. Por mais que o senhor Thompson seja uma pessoa já de idade ele possui muita competência. Mas parece que esse tal Vince não acha isso.

  Ele termina de juntar suas coisas e se despede de mim. Agora eu estou sozinho na sala, um pouco triste, mas volto a fazer meu trabalho. Vince deve chegar na empresa só depois do horário do almoço e acho que devia adiantar a papelada da semana para causar uma boa primeira impressão.

  Pelo que eu já ouvi falar esse Vince estava em Londres até pouco tempo em uma viagem que ninguém sabe o real motivo, mas dizem que ele é uma pessoa inteligente e bonita, mas o que tem de beleza tem de rigidez e mal-humor. Enquanto ajeitava alguns papéis na minha mesa ouço gritos do lado exterior.

  –Sua incompetente! Por acaso você não sabe fazer nem mesmo a porra de um relatório direito!?—A porta é aberta, lê-se quase arrombada, por uma figura alta, de olhos verdes e um smoking feito sob medida completamente cheio de raiva. Ele olha para a minha mesa, me encarando de cima a baixo—O que está fazendo parado aí? Você é meu assistente, não é? Qual a minha agenda?—Ele grita comigo e eu me levanto, pegando os papéis que eu havia separado e enquanto isso ele se sentava na mesa e jogava a cabeça para trás, fechando os olhos.

  –Hunm. Bom dia senhor Black, meu nome é Dylan Moretti e estarei ajudando o senhor no que for possível.—Ele ajeita a postura e me encarando como se estivesse olhando minha alma—Bem, aqui estão as planilhas que o senhor precisa analisar sobre um projeto que o senhor Thompson iniciou e aqui está a sua agenda da semana, com todas as reuniões.—Coloco as duas pastas sobre a mesa e vejo que ele ainda está me encarando. Isso me deixa desconfortável.—Precisa de mais alguma coisa senhor?

  –Café. Eu quero um café sem açúcar, leite e creme, quero com o grão mais amargo que tiverem, anotou? Você tem vinte minutos.

  –Eu não preciso anotar senhor, tenho uma boa memória. Com licença.—Me viro indo em direção à porta e sinto seu olhar quase que perfurando minhas costas e minha bunda.

   Pego o elevador que todos os funcionários usam e desci até o térreo. Minha sorte é que havia uma cafeteria do outro lado da rua, fui até lá e encarei uma fila de mais ou menos oito pessoas.

  –Bom dia senhor, o que vai querer?—A atendente me pergunta com um sorriso no rosto.

  –Bom dia, eu quero um café, com o grão mais amargo que você tiver. Sem leite, açúcar, adoçantes ou creme, por favor.—Ela anota o pedido e em cinco minutos eu estou tentando equilibrar o café em meio as pessoas, esbarrando em algumas e recebendo olhares maldosos de outras.

  Corro até o elevador e subo até o último andar. A porta está fechada, mas ainda consigo ouvir os gritos que Vince está dando com alguém pelo telefone. Dou duas batidas na porta antes de entrar.

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