──── 𝗠𝗔𝗜𝗧𝗘 𝗥𝗘𝗜𝗦, uma paulista morando no Rio de Janeiro. Apaixonada por praia, por ler, por academia, por gravar, por futebol e PRINCIPALMENTE pelo Corinthians.
Formada em direito e iniciando uma faculdade de jornalismo, Maitê é também uma...
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── Tu é muito franga, cara. ── Ramon reclama. ── Meu Deus, irmão.
Suspiro, sem interromper meu exercício. Executo a "remada unilateral", com o joelho direito apoiado no banco e postura natural enquanto puxo o peso.
De vez em quando, Donatello paga a diária da minha academia e vem treinar comigo.
── Olha teu braço tremendo. ── Ele zomba.
── 'Ô Ramon. ── Me alinho, olhando em seu rosto. ── Se tu continuar enchendo o saco eu juro que taco esse halter na sua cabeça.
── Ih, qual foi? ── Coloca as mãos na cintura, me encarando com as sobrancelhas erguidas. ── É vingança, minha filha.
── Tudo isso porque eu me recusei a passar o número da Anna Luiza? ── Questiono, largando meu peso em um canto.
── Óbvio, porra. ── Diz, como se fosse óbvio. O observo enquanto ele pega os halteres que pesam o triplo do que eu pego. ── Só pedi o número dela, nada mais.
── Por que que tu não vai no instagram dela e pede? ── Cruzo os braços.
── Tá louca, 'fia? Esqueceu que tu entrou na conta dela e me bloqueou sem ela saber?
Suspiro, derrotada. Eu fiz isso mesmo.
── Em minha defesa... ── Inicio, largando os braços. ── É a quinta amiga minha que você pede pra ficar. As outras quatro não falam mais comigo.
── Daí a culpa já não é mais minha.
Mordo a bochecha, o encarando em um silêncio infinito. Só me distraio quando um velhinho de quem sou amiga me cumprimenta com um sorriso.
── Oi, Maitê. ── Ele acena.
── Oi, Osvaldo! ── O sorriso cresce em meu rosto. ── Faz um tempo que eu não vejo o senhor.
── Tive que operar, acredita? ── Ele coloca as mãos na coluna, me fazendo apertar os olhos.
── Putz, que ruim. ── Digo, sincera. ── Mas 'cê já ta melhor?
── Tô indo. ── Ri da própria desgraça. ── A médica me passou uns exercícios, daí tô aqui né.
Sorrio, o olhando com simpatia.
── Tem que se manter na ativa.
── É, infelizmente. ── Ele respira fundo, finalmente notando Donatello. ── Tudo bem, jovem?
── Tudo ótimo, e com o senhor?
── Tudo na paz. ── Deixa seus dentes a mostra. ── Vou indo, a Thais ta me chamando.
── Vai lá. ── Aceno enquanto ele se distancia.
Me volto para meu amigo, que me encarava com carinha de cachorro perdido.
