| 011 ── 𝐂𝐎𝐍𝐒𝐔𝐋𝐓𝐀

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── 'Cê tem certeza que não quer que eu vá com você?

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── 'Cê tem certeza que não quer que eu vá com você?

Não sei em que momento da minha noite mandei mensagens praticamente implorando que Chico viesse para minha casa.

E também não sei como não fizemos nada até agora. Talvez pela energia estressada que eu carrego.

Há praticamente uma semana, consegui convencer meu padrasto de ir a um médico, coisa que achei que era impossível, mas nunca imaginei que ficaria tão ansiosa na noite anterior da consulta.

Eu sempre penso o pior em todas as situações, e isso me deixa louca. Tenho medo de cada tosse que eu dou, e o fato de eu ficar doente a cada dois dias não me ajuda.

Não consegui dormir e passei um reboco na minha cara para tentar esconder isso. Fiquei a noite inteira conversando com o Francisco por mensagem, na tentativa de me acalmar.

Em algum momento da madrugada, que não me lembro muito bem, pedi para que ele viesse em casa me ajudar. Sem saber exatamente o porquê.

É sempre assim. Eu surto como uma louca desesperada e ele vem me ajudar, tentando se manter calmo.

Ambos somos estressados, mas ele é menos que eu. Isso funciona.

── Não precisa, Chico. ── Respondo, andando pela casa em busca de meu documento.

Ele está sentado no sofá, e me aproximo quando vejo o que procuro atrás do móvel. Noto sua expressão de confusão, nem ele sabe o porquê de estar aqui.

── Eu sei, Francisco. Não precisa fazer essa cara de tonhão. ── Debato sozinha, de costas para ele. ── Eu tava surtando e precisava que alguém viesse me ajudar, esse alguém foi você. Eu já tô bem agora.

── Não parece não, pô. ── Ele diz, me fazendo virar para ele com a cara fechada. ── Não faz essa cara. Tu sabe que quando 'cê tá louca da cabeça você fica falando coisa sem sentido.

── Eu não tô louca da cabeça.

── Tá sim. ── Rebate. ── Mas tá tudo bem, eu gosto.

Dou um tapa em sua orelha, me voltando a mesa para guardar o documento que felizmente achei.

Mexo em minha bolsa, contando meus objetos.

── Escova, dinheiro, documentos, celular... ── Me viro a ele. ── Tô esquecendo de algo?

── Chave do carro? ── Ele sugere.

── Chave do carro. ── Repito, mais uma vez correndo pela casa para procurar.

Meus passos rápidos muito provavelmente incomodam meu vizinho de baixo, mas não me importo, é um bêbado chato pra caralho que não faz nada além de reclamar.

Faço uma boa bagunça pela minha casa, o que vai me render alguns minutos de estresse para arrumar quando eu voltar. Não acho a chave em nenhum lugar.

𝐌𝐔𝐋𝐇𝐄𝐑 𝐃𝐄 𝐅𝐀𝐒𝐄𝐒, 𝐜𝐡𝐢𝐜𝐨 𝐦𝐨𝐞𝐝𝐚𝐬.Onde histórias criam vida. Descubra agora