Jealousy
Agora Jake podia saber porque Jay exalava tanta luxúria que ia além do sorriso branco impecável e das roupas caras. Ele vivia como um garoto rico de Iksan. A residência dos Park's que para variar era uma mansão de três andares em cores neutras e muito bem combinadas, era muito perto da costa da cidade, o que dava a eles uma visão privilegiada do mar há alguns metros da casa e a faixa branca de areia também podia ser vista.
Jake se deu conta que estava com a boca aberta quando saiu do Bentley que o dono da casa dirigia e tossiu forçado, tentando se recompor. Ele não queria que Jay o achasse um invejoso, ele só estava meio deslumbrado e completamente deslocado por imaginar que dividia faculdade e agora também o time com um dos garotos mais ricos de "San Trindad".
— Eles gostam de dar festas aqui. - o garoto comentou enquanto ambos se dirigiam até a porta de entrada.
— Eu imagino.
— Meu pai gosta de reunir os garotos do time, ele sente como se voltasse no tempo. - sorriu fraco, meio cabisbaixo, mas Jake não precisou questionar o porquê, pois assim que o Park escancarou a porta da mansão deu de cara com o senhor Park diante do piano, os dedos calmamente dançando sobre as teclas mescladas entre o preto e o branco enquanto sentado em sua cadeira de rodas.
— Querido, aí está você! - uma mulher de aparência doce se aproximou do homem que sorriu e Jay sorriu leve para a cena — Só não pergunte nada sobre a condição dele. - cochichou com o mais novo, chamando a atenção dos pais.
— Eu nem pensei nisso.
— Filho, você já chegou!
— Como um bom anfitrião, aí está você. - o pai comemorou e Jay caminhou até ele, o abraçando desajeitado.
Jay havia sido um garoto de sorte na sua segunda chance de viver. Sua primeira vida, como ele gostava de chamar, não se lembrava quase nada dela, os únicos relances de um passado infeliz vinham como flashes em sonhos pesados que o faziam suar como se corresse uma maratona, tudo o que ouvia eram gritos, sirenes, murros e nada mais. Agora sua segunda vida havia sido generosa, adotado por um dos casais mais bem sucedidos de Iksan e de toda a Costa. Joseph Park, ou apenas Joe, como era conhecido na cidade, era um garoto prodígio no hóquei e herdeiro de uma das maiores redes de hotéis do continente e da cardiologista renomada, diplomata e palestrante Sarah Song. O casal se conheceu ainda na adolescência, em Seattle nos Estados Unidos e se mudaram para a Coréia do Sul afim de explorar novas experiências e começarem suas faculdades no país natal. O casamento não demorou quase nada, antes mesmo da conclusão dos cursos universitários eles já haviam subido ao altar e antes do acidente que colocou o Park em um cadeira de rodas, eles perderam um filho e aquilo marcou o casal. Era o sonho de Sarah ser mãe e então um garotinho machucado, olhos assustados e expressão mórbida apareceu na ala pediátrica do hospital no qual fazia residência. Eles se escolheram no momento em que ela o deixou escolher a estampa do band-aid, no momento que ele sorriu para ela em meio a uma tristeza inocente cobrindo o rosto dele. Jay havia sido escolhido por eles e não só contou com a sorte de uma vida confortável, mas também com muito afeto, o que despertava alguma inveja do melhor amigo.
Heeseung sentia certo desprezo da situação. Jay havia sido "achado no lixo", como seu pai gostava de cuspir quando falava do garoto, mas era cercado de amor e de ternura, nem mesmo a condição do senhor Park o fez um homem amargo, pelo contrário, ele sempre dava um jeito de comparecer aos jogos mais importantes do filho. Jay era um sortudo filho da puta e ele só um azarado desgraçado.
— Nenhum dos caras chegou? - perguntou se ajeitando ao lado do pai diante do piano.
— Sungjoo está esperando a nova namorada. - a mãe revirou os olhos e eles riram — Você deve ser o Jake, não é? - ela se virou para o rostinho novo em sua sala.
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Dirty Blood || HeeJake - Enhypen
Fiksi PenggemarSinopse: Após denunciar a maior máfia acadêmica da cidade, Jake Sim precisa lidar com as consequências de ser perseguido, assombrado e apaixonado pelo líder daquela que não poupa esforços para vê-lo atormentado, perdido e completamente rendido ao...