17. Deus salve a Rainha

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Quando Visenya pousou novamente ao chão, ela pôde ver o rastro de destruição que a luta deixou. Todo o sentimento, toda a tristeza que ela estava sentindo a dominou facilmente enquanto ela se movia em direção a Sunfire. O dragão estava todo machucado, porém ainda estava vivo, e Aegon estava jogado no meio do animal.

Visenya correu até o corpo de Aegon, seu coração batendo descontrolado, temendo o pior. Com as mãos trêmulas, ela se ajoelhou ao lado dele, sentindo o calor fraco de Sunfire irradiando ao redor. Aegon estava inconsciente, o rosto pálido e sujo de sangue. Por um momento, Visenya sentiu como se o chão estivesse se abrindo sob seus pés.

— Aegon, por favor, acorde... — murmurou, sua voz embargada pela dor e pelo desespero. Ela passou os dedos pelo cabelo dele, tentando acordá-lo, mas ele não reagiu.

Vermithor rugiu baixo, como se sentisse a angústia de sua montadora, e Visenya sabia que precisava agir rápido. Ela olhou ao redor, vendo que os outros dragões estavam fora de vista, mas a batalha ainda não tinha acabado. A escolha agora era clara: ela tinha que proteger Aegon.

— Eu vou cuidar de você, meu amor. — sussurrou, decidida. Com esforço, Visenya começou a puxar o corpo de Aegon para cima de Vermithor. Ela sabia que não podia levantar voo com os dois dragões feridos, mas precisavam sair dali antes que mais inimigos chegassem.

— Vossa Graça, o que fazemos agora? — Perguntou Cole, assustando a rainha, que não tinha percebido que os soldados sobreviventes a seguiram.

Visenya, ainda abalada pela condição de Aegon, tentou organizar seus pensamentos. A batalha estava ganha, mas o custo foi alto demais.

— Voltamos para casa. Todos estão feridos, e seu rei precisa de cuidado médico, agora. — Respondeu ela, a voz firme, mas carregada de preocupação.

— E quanto ao dragão da traidora? — Alguém perguntou, lançando um olhar cauteloso para Visenya. — Faremos uma exibição pública?

Outro soldado se juntou à pergunta, seus olhos buscando algum sinal de aprovação da rainha. Visenya estreitou os olhos, sentindo uma pontada de raiva. Eles queriam transformar a morte de Rhaenys e Meleys em um espetáculo, mas ela sabia que tal ato só traria mais medo e caos ao reino.

— Não, nem pensar. Os dragões são venerados como deuses. Um dragão morto só vai infundir medo no povo. — Respondeu ela, com uma dureza em sua voz que fez os soldados recuarem. — Deixem essa decisão com a Mão do Rei. — Disse, referindo-se a Aemond, que naquele momento caminhava em direção a ela.

Aemond chegou ao lado de Visenya, seus olhos encontrando os dela com uma mistura de preocupação e determinação.

— Cuidaremos disso mais tarde. Agora, precisamos tirar Aegon daqui. Ele precisa de ajuda, e rápido. — Aemond declarou, sua voz firme enquanto colocava uma mão reconfortante no ombro de Visenya.

Visenya assentiu, sentindo o peso da responsabilidade em suas costas. Ela sabia que o caminho à frente seria difícil, mas, por agora, tudo o que importava era salvar o homem que amava.

———

Quando chegaram na Fortaleza Vermelha, o rei foi imediatamente levado para seus aposentos, onde os melhores mestres foram convocados para atender às suas feridas. Sunfire, o majestoso dragão de Aegon, ficou para trás, acompanhado por Sor Criston Cole e os guardas que sobreviveram à batalha. Mestres de dragões também foram enviados para cuidar da fera ferida.

Visenya, exausta e coberta de poeira e sangue, tomou um banho rápido antes de trocar sua armadura desgastada por um vestido elegante. A responsabilidade de informar o conselho sobre a condição do rei agora recaía sobre ela. Enquanto caminhava pelos corredores da Fortaleza ao lado de sua tia, sentia o peso das expectativas e do medo que rondava o castelo.

As Chamas do Dragão - Aegon TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora