Caio Castellani:
1 mês atrás (início de janeiro)
Cheguei na minha casa e ela não mudou nada, está simplesmente igual há 1 ano.
Admito que me deu um calafrio quando passei para dentro, aqui o silêncio reina...
A residência fica localizada em um dos melhores e mais caros condomínios de Campinas, quando eu ia morar em outro lugar acabei me mudando de país.
Não é de ter barulho, a vizinhança é bem quieta... Mas hoje está fora do normal.
Nunca liguei para essa casa, sério mesmo... Ela foi uma das primeiras conquistas que meu pai teve.
É imensa, tem 5 quartos todos são suítes, sala, copa, cinema, biblioteca, escritório, cozinha bem grande, piscina, quadra de vôlei, entre outras mil coisas.
Só não vejo necessidade de tudo isso, até porque mora meu pai e minha mãe... Mas ele faz questão de não vender.
Eu tenho tanta lembrança ruim dessa casa, cada choro, crise de ansiedade, insônia, gritaria, confusão, ofensas, agressões, tudo isso vai ser quase impossível esquecer.
Ângela (minha mãe) saiu da cozinha e veio em minha direção com os braços abertos.
- Oi filho, que bom que voltou. - Disse, me abraçando.
- Oi mãe.
- Estava com saudades, oi Breno.
- Oi tia. -Breno respondeu-a.
Notei que seu rosto estava mais vermelho que o normal, acho que ela fez outro procedimento facial.
Ela me dizendo que estava com saudades é um grande avanço, será que é porque meu pai não está em casa?
- Mãe, vou para meu quarto, quero tirar essa roupa.
- Vou contigo. -Disse meu amigo.
- Filho quero ter uma conversa com você mais tarde, ok?
Aquilo estava me deixando muito angustiado, mas não ia tocar no assunto... Vou fazer o Breno me falar, porque não quero dar o braço a torcer.
- Ok. -Respondi seco.
Fui subindo em direção ao meu refúgio, novamente.
Entrei e está tudo exatamente como eu deixei, até o lençol acho que só trocaram para lavar e já colocaram de volta...
- O que está acontecendo? -Perguntei para ele.
- Esquece, prometi que não ia te dizer. -Respondeu se jogando em minha cama.
- Você vai me falar sim, é fiel a nossa amizade ou não, caralho? -Já disse bravo e dando um tapa leve em seu pé.
- Aí, chato... Tô vendo que para melhorar seu humor é só nascendo de novo.
- Haha, muito engraçado você. -Disse revirando os olhos.
- Não faça isso, nem tente mudar de assunto. -Rebati.
- É sério, seu humor nunca vai mudar?
- Para sua felicidade, jamais. -Dei um sorriso forçado.
- Por que não vai me dizer?
- Porque acho que é impróprio, não é legal e seria uma atitude de merda... Sua mãe quer fazer isso, agora dá para parar de me encher o saco?
- Que droga. -Disse bravo.
Já estou até vendo quando meu pai chegar da empresa, vai vir com aquela conversa de sempre, me obrigando a trabalhar com ele.
Troquei de roupa, coloquei uma blusa preta e um short da mesma cor.
Irei descer para cozinha, estou com muita fome... Ainda não almocei, rejeitei a comida do avião, pois naquele momento não estava com fome.
- Vai ficar aí? -Perguntei para o meu carrapato (Breno).
- Vai onde?
- Cozinha. -Respondi já saindo do quarto.
E não é que ele desceu também, é realmente meu carrapato.
Virei a sala e fui entrando na cozinha, fiquei feliz em ver que a Maria ainda trabalha aqui. Ela me criou, literalmente... Minha mãe e meu pai vivem na empresa, então minha responsável era ela.
Fui ao seu encontro com um sorriso no rosto e quando ela me viu se emocionou.
- Que saudade meu menino. -Me disse com os olhos marejados.
Fui abraçá-la e respondi:
- Eu também estava, Maria.
Ela tinha uns 50 anos, não era velha só tinha a aparência.
- Você voltou faz tempo?
- Não, acho que faz uns 20 minutos.
- Ah, eu estava fazendo compras, comprei tudo que você gosta porque sabia que iria voltar hoje, só não sabia o horário.
- Tudo bem, quando não te vi pensei que o chato tinha te mandado embora, fico feliz por ter suportado ele e por estar aqui ainda, Maria.
Foi aí que ela tirou um pudim pequeno da sacola, esse é o meu doce preferido e um dos únicos que eu como, mas ninguém sabe a não ser Breno e a Maria.
Essa mulher era uma das pessoas que eu mais sentia saudade, sorri feito criança ao ver o doce em minha frente.
- É para você filho, como não deu tempo de fazer um, eu comprei... Escondido é claro. - Disse piscando para mim.
- Obrigada, Maria... Só você mesmo. - Beijei o topo da cabeça dela.
Comi o pudim, sim quase inteiro... Tive que dividir com o carrapato e só de lembrar disso reviro os olhos. Fui saindo da cozinha e dei de cara com a minha mãe de novo.
Era estranho ela estar em casa uma hora dessas, são 15:30... É horário dela estar trabalhando, essa mulher está mais esquisita que o normal.
- O que está acontecendo?
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Amor por uma perdição
RomanceOlívia Dantas, uma adolescente de 17 anos, cursando o último ano do ensino médio, nerd, amargurada, triste com a vida, querendo ter um pouco de paz e sossego, uma garota que já teve o seu coração quebrado e, por isso, jurou nunca mais se apaixonar p...