cap 5

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Estaciono minha moto e sigo em direção à casa. Me adentro, vou direto para a cozinha procurar algo para comer. Porém, meus pensamentos então estão na Elizabeth, que disse que aparecem várias garotas invadindo seu quarto em busca de informações íntimas sobre Kyle.

— Estou me sentindo tão comum. — Sussurro para mim mesma. E pensar que ela não é uma simples mulher que grita quando se assusta.

Pego um vinho que escondi de meu irmão e coloco em cima da mesa, abro o armário pegando uma das maiores taças que tenho.

Me sento na cadeira ao lado da mesa, encarando a taça. Pego ela e bebo em um único gole, não sendo o suficiente.

— Foda-se. — Bebo o vinho na garrafa mesmo.

— Você deveria parar de falar sozinha, Kathleen. — Quase me engasgo com o vinho quando ouço uma voz firme e grossa atrás de mim.

Me viro e vejo Ethan andando lentamente em minha direção com as mãos no bolso de sua calça moletom.

— Quanto tempo você está aqui? — Pergunto, colocando a garrafa de vinho sobre a mesa.

— Tempo o suficiente para ver você brava por se sentir comum. — Ethan fala enquanto se senta em uma cadeira ao meu lado.

— Você é grande, mas é tão silencioso. Acho que é isso que te torna um sociopata. — Digo, tirando meus olhos de Ethan e voltando minha atenção à garrafa de vinho.

— Quero um gole, obrigado. — Antes que eu pudesse responder, Ethan toma o vinho de minha mão e bebe.

— Sabia que existe copo? — Digo, vendo ele beber o vinho direto na garrafa.

— Você também bebeu aqui. — Ethan me olha confuso.

— Mas não é porque pulo de uma ponte que você vai pular também, né? — Digo admirada.

Ethan não diz nada, apenas dá um sorriso de lado e olha para a garrafa de vinho quase vazia que colocou sobre a mesa. Pensativo.

Imitando Ethan abaixo minha cabeça me perdendo em meus pensamentos.

(Flashback on)

Quando completei 16 anos, Richard - meu pai - descobriu que meu irmão me ajudava quando eu estava ferida. As feridas que ele tinha causado. Ele bateu tanto em Gael que ele ficou inconsciente. Eu não podia ajudá-lo. Tinha dois homens com uma força sobre-humana me segurando.

— Leve essa inútil para longe de mim. Bate nela até perecer. — Richard ordena para os homens que estavam me segurando. Então, eles me começam a levar para longe de Gael. Começo a gritar. Eu não queria essa vida.

Os homens me jogaram com força no chão de uma sala escura. Pensei que eles iriam me deixar lá, morrendo de fome. Mas não. Eles entraram e começaram a me chutar, puxar meus cabelos, me asfixiar, fazendo de tudo de uma forma que eu não morresse. Eu já estava me acostumando com a dor que nem gritava ou chorava mais. Apenas olhava para o nada enquanto escutava os homens rindo conforme me batia.

Pensei que iria continuar assim até eu morrer de tanto perder sangue. Mas a porta é aberta bruscamente. Tinha certeza de que era meu irmão. Mas não era. Um homem com uma aparência mais jovem. Será que meu pai pediu para que viesse mais um para auxiliar os outros dois caras a me bater?

Esse cara tinha aparência de uns 20 anos. Os cabelos pretos eram grandes, seu corpo era magro. Então, de repente, ele começou a bater nos caras que estavam me batendo. No começo, eu não entendi. Mas quando consegui encarar seus olhos, eu vi que tinha lágrimas escorrendo. Ele havia derrotado os dois caras, mas parece que não estava satisfeito. Ele estava socando um dos homens com tanta força que jorrava sangue para todo lado.

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