Cʜᴀᴘᴛᴇʀ 22

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O barulho do punho de Harley batendo no saco de pancadas ecoa pela academia preta. Os leds vermelhos espalhados são fortes o bastante para a garota ver o necessário.

— Vai continuar esmurrando o saco ou vai contar o que aconteceu? — Pergunta o instrutor de muay thai,apoiado na parede de braços cruzados.

A morena gira e dá um chute como resposta.

O instrutor dá de ombros,cruzando a sala em direção ao seu escritório.

— Você que sabe.

O barulho de socos ecoa novamente.

𖦹ꕥ𖦹

Três horas depois,Harley larga as luvas no chão ao lado de sua bolsa,pegando a garrafa ao caminhar até o escritório.

Esguichando água gelada na boca,a morena entra na sala.

Seu cabelo amarrado num rabo de cavalo está molhado de suor,assim como todo o seu corpo. Então ela fica em pé ao invés de sentar na cadeira em frente a mesa,as costas apoiadas na parede.

O instrutor tira os olhos do computador,se recostando na cadeira ao olhar para uma de suas alunas.

E,modeste a parte,a melhor e mais problemática delas.

— Já tá pronta pra falar o quê aconteceu? — pergunta ele,cruzando os braços.

Harley suspira ao beber mais água,apoiando a garrafa na perna.

— Ela fez aquilo.

— Tentou se matar?

A mais nova assente,os olhos no chão.

— Eu e um amigo salvamos ela. E,quando vi que ela já estava bem...

O instrutor,Nate,faz um sinal com a cabeça para continuar.

— Eu fiquei tão puta. Eu tinha falado com ela no dia anterior,eu disse pra ela parar com tudo isso — a voz da Quinn aumenta,a irritação voltando — Já perdi as contas de quantas vezes avisei à ela. Mas como sempre,entrou por um ouvido e só pode ter saído pelo...

— Olha a boca,garota.

Ela o encara.

— Eu ia falar que era pelo outro.

Não ia,não — Nate ergue uma sobrancelha.

Harley o ignora.

— Eu tô tão cansada de ter que cuidar dela. Ela já tem dezesseis anos e continua agindo como uma pirralha carente e dependente emocional. Não é possível que seja tão difícil agir como alguém maduro. Ou pelo menos alguém que tenha amor próprio — a mais nova põe a garrafa no chão,bufando.

—Pensei que amasse ela — brinca Nate,apoiando os pés cruzados numa das pontas da mesa.

— Eu amo,mas não quer dizer que eu suporte ela o tempo todo — resmunga a garota,olhando para o chão com o cenho franzido.

É Nate quem suspira dessa vez,olhando para o teto.

— Já passei pela mesma situação que você.

Unexpected love // Emmett CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora