Eternity - Minayeon

Capítulo 3

  As férias passaram voando, e quando nos demos conta, já estávamos desembarcando na escola, com nossas mochilas nas costas. Quando chegamos em nosso dormitório, a primeira coisa que fiz foi me jogar na cama e me esticar, suspirando pesado.

  — Não acredito que amanhã já temos aula. – resmunguei de olhos fechados.

  — Nem me fala. Só temos mais uma tarde livre. – a garota se jogou na cama dela, assim como eu.

  Fiquei encarando o teto, repassando os conselhos que nossas amigas haviam me dado. Eu deveria arriscar algo hoje? Esperar mais um pouco? Mas se eu esperar mais, e perder a pouca coragem que tenho?

  Fui tirada de meus pensamentos por Mina, que me cutucava chamando meu nome.

  — Nayeon? Escutou o que eu disse?

  Pisquei algumas vezes e encarei a garota.

  — Não, tava pensando em algumas coisas, foi mal.

  — Eu perguntei se você quer dar uma volta lá fora. Sabe, nos jardins. – ela falou com sua voz doce, e eu não consegui evitar um pequeno sorriso.

  — Claro! Por que não disse antes? – perguntei pulando da cama e puxando a japonesa pela mão.

  — Mas eu… – ela se deixa ser puxada por mim e ri, desistindo de completar a frase.

  Descemos as escadas correndo, e fomos em direção aos jardins da escola. Era um grande espaço ao ar livre, e a tarde ensolarada deixava tudo mais bonito. Deitamos na sombra de uma árvore, e ficamos olhando o céu em silêncio por alguns minutos.

  Sob outras circunstâncias, seria um momento relaxante e agradável. Mas naquele momento eu estava reunindo coragem para me confessar, e meu coração parecia querer sair pela boca. Respirei fundo e decidi que era agora ou nunca.

  — Mina…tem algo que eu quero te dizer. – comecei com a voz trêmula, e me sentei.

  A garota também se sentou, me fitando com sua expressão suave de sempre e um misto de curiosidade.

  — O que é, Nay? Pode falar.

  Engoli em seco, sentindo meu rosto queimar com o olhar da garota. Provavelmente minha cara parecia um tomate nesse exato momento.

  — Sabe…eu tô guardando isso pra mim há algum tempo, mas aparentemente todo mundo já percebeu. Talvez você já tenha percebido também, ou não, tanto faz, mas – Mina riu e acariciou meu braço.

  — Vai com calma. Você parece nervosa.

  Olhei nos olhos dela por um momento e respirei fundo novamente antes de completar:

  — Eu gosto de você, mais do que como amiga. – digo tudo em um fôlego só e olho pra baixo. – Queria ter dito isso antes, mas eu tava com medo de…

  — Ser rejeitada. – ela completou, e eu encarei ela confusa. – Eu ouvi a conversa de vocês aquele dia na sua casa.

  Meu rosto denunciava que eu estava prestes a morrer de vergonha, e coloquei a mão na testa, balançando a cabeça.

  — Foi mal, mas vocês não estavam falando tão baixo. – comentou com uma risada.

  — Então você já sabia… – falei baixinho, quase que pra mim mesma.

  — Sabia, mas não por isso. Tava na cara mesmo, Nay. – riu novamente, segurou minha mão e acariciou as costas dela com o dedo.

  Meu coração acelerou um pouco mais com isso, e eu olhei nos seus olhos.