Após pouco mais de uma hora de conversa, decidimos tentar descobrir o que estava acontecendo de verdade. Pra nós, estava óbvio que não era apenas uma histeria coletiva, mas também não queríamos acreditar que algo sobrenatural estava por trás disso.
A noite demorou a passar. Meus pensamentos estavam a mil, e mesmo não acreditando totalmente na lenda, eu tinha minhas dúvidas. A situação piorou mais ainda quando, no meio da madrugada, tive certeza de ter ouvido aquele mesmo som no corredor. Olhei para minha amiga, que dormia profundamente. Me tampei até a cabeça com o cobertor e fiquei encolhida. Não sei quanto tempo fiquei assim, mas em algum momento finalmente adormeci.
Na manhã seguinte, as olheiras fundas denunciavam minha noite mal dormida. Nos reunimos novamente, dessa vez no nosso dormitório e eu contei o que tinha acontecido.
— Acho que você tá neurótica, Nay. – acusou Jeongyeon, mas Jihyo a repreendeu.
— Não, eu também ouvi alguma coisa de madrugada. Eu tinha levantado pra beber um pouco de água, e tive a impressão de ouvir passos apressados no corredor.
— Ai, credo gente! – Aeri disse, fazendo o sinal da cruz e arrancando risadas de algumas de nós.
— Vocês acham que a lenda tá certa? Sabe…sobre a parte do vampirismo. – Shuhua, que até então parecia tão cética quanto Jeongyeon, perguntou com apreensão no rosto. – Os relatos batem muito com isso.
— Vultos no meio da noite, a sensação de algo fino perfurando a garganta… – disse Miyeon, pensando em voz alta. – E duas de nós ouviram algo estranho durante a madrugada. Vampiros são criaturas noturnas.
— Mas se realmente tivesse um vampiro à solta, não deveria ter dezenas, a esse ponto? Eles transformam as pessoas através da mordida. – Jihyo apontou.
— Na verdade, nem sempre. As vítimas só se transformam se as presas perfurarem bem fundo, se uma quantidade considerável de sangue for sugada ou se forem atacadas mais de uma vez. – Mina expôs, fazendo todas a olharem com um pouco de espanto. – Que foi? Eu li bastante histórias sobre vampiros.
O silêncio pesou por um momento, enquanto todas absorviam a nova informação. A ideia de um vampiro rondando os corredores do internato começava a parecer mais plausível do que gostaríamos de admitir.
— E se estivermos lidando com algo perigoso? – sussurrou Aeri, olhando para a porta fechada com nervosismo.
— Talvez devêssemos investigar mais. Procurar por sinais, pistas… qualquer coisa que nos ajude a entender o que está acontecendo. – sugeri, sentindo um arrepio percorrer minha espinha.
— Ou podemos estar simplesmente exagerando por causa das histórias que ouvimos. – Jeongyeon tentou desviar o foco da conversa, mas seu tom de voz denotava incerteza.
Ficamos ali, em silêncio por um momento, antes de concordarmos que precisávamos ficar mais atentas. Era difícil ignorar os indícios que se acumulavam, especialmente depois dos últimos acontecimentos.
— Talvez devêssemos procurar a diretora Sooyoung. Talvez ela saiba de alguma coisa. – sugeriu Jihyo, olhando ao redor para ver as reações das outras.
— A diretora? Aquela velha mau-humorada? Duvido que ela saiba algo útil. – Miyeon murmurou. – E ela insiste em acreditar que seja algum surto da nossa cabeça.
— Mas é nossa melhor chance de descobrir algo relevante. Além disso, ela pode ter conhecimento sobre histórias antigas ou eventos passados que possam estar relacionados. – argumentei, tentando pensar racionalmente em meio ao medo que crescia dentro de mim.
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Eternity - Minayeon
FanfictionNayeon acabou de iniciar o Ensino Médio. Seus pais a matricularam em um internato feminino, onde passaria a maior parte dos 3 próximos anos. Enquanto ainda tenta se adaptar à nova rotina e lidar com uma nova paixão, uma lenda antiga da escola chega...