Eternity - Minayeon

Capítulo 8

  — Calma, amor. Eu posso explicar. – pediu, me abraçando enquanto eu tentava me soltar. – Dá pra parar de se debater?

  A esse ponto, eu já tinha pensado em todas as formas possíveis que ela poderia me matar, e já estava aceitando meu destino. Mas ela só continuou ali, me segurando e olhando nos meus olhos. Respirei fundo e parei, assentindo com a cabeça. A garota me fez sentar no sofá e sentou junto comigo.

  — Se eu te soltar, promete que não vai gritar? – perguntou com um tom de voz calmo, mas eu pude sentir que ela estava tensa. Assenti novamente, com o medo visível em minha expressão.

  Ela me soltou e ficou me encarando, apreensiva. Quando notou que eu não ia gritar, suspirou fundo e olhou pro chão.

  — A última coisa que eu queria, era que você tivesse medo de mim. Você e as meninas.

  — Era…você que tava fazendo isso o tempo todo? – perguntei com a voz trêmula, sentindo um nó na garganta.

  — Sim…bom, antes tinha a senhora Sooyoung também. Mas agora sou só eu. – respondeu, ainda sem me olhar nos olhos.

  Fiquei em silêncio por alguns segundos, tentando digerir a informação. Minha namorada, a mulher que dormia todos os dias no mesmo quarto que eu, era a vampira que andava rondando aquela escola.

  — Você nos enganou… – falei com o choro quase me vencendo. – Se aproveitou da nossa amizade pra continuar fazendo isso sem ser pega.

  Ela finalmente me encarou, com uma expressão triste.

  — Eu não me aproveitei de vocês… Se eu contasse, vocês iriam me odiar.

  — É claro! Você é… – abaixo a cabeça, tentando conter as lágrimas. – Você é um monstro sanguinário!

  Senti a tensão no ar dobrar, enquanto a garota me encarava em silêncio.

  — Eu…não sou um monstro… – respondeu com a voz fraca e falha.

  — Ah, não? É o que então? Um ser de conto de fadas? – respondi com ironia, sentindo o nó na garganta piorar. – Ia demorar quanto tempo até eu ser mais uma vítima?!

  — Amor, me escuta, por favor. – pediu, com os olhos cheios de lágrimas também.

  — Amor? Eu não sou seu amor, eu não quero namorar um monstro! – falei assustada e me sentindo traída.

  As lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto, e ela se manteve em silêncio. Apoiou a cabeça nas mãos e chorou baixinho.

  Olhei pra ela, sentindo meu coração se apertar. Apesar de tudo, aquela na minha frente era a garota que eu amava. A garota tímida e doce que me dava borboletas no estômago. Mas ela tinha traído minha confiança. Escondeu quem realmente era. O que mais ela poderia estar escondendo? Me arrepiei ao pensar que ela poderia querer ganhar confiança, apenas para se manter camuflada.

  — Me desculpa… Por favor. – Levantou a cabeça, com as lágrimas escorrendo. – Eu nunca faria mal pra você. Eu não contei antes porque sabia que não ia reagir bem. – Segurou minhas mãos, e eu fiquei sem reação. – Por favor, deixa eu me explicar.

  Aquilo estava me matando por dentro. Não sabia se chorava de medo ou tristeza. Mas eu ia fazer o que? Lutar contra ela? Eu não teria chances contra ela. E mesmo se tivesse, meu coração não me deixaria fazer isso.

  — Eu não faço isso por pura maldade, eu preciso disso pra sobreviver. Por favor, não precisa saber muito sobre vampirismo pra saber disso. – Continuou, se engasgando com o próprio choro. – Eu também não gosto de fazer isso, mas não tenho escolha.