[ CAROLINE MARQUES ]
As batidas no vidro do meu carro fazem levantar a cabeça rapidamente, quase a jogando para trás do banco. Com a visão meio turva pela rapidez da pressão, de modo embaçado consigo ver a feição de Fábio me olhando com um leve sorriso enquanto estava de braços cruzados naquele estacionamento.
Aperto o botão na porta para que a janela abrisse e logo o ar quente invade todo o espaço do automóvel.– Ressaca? – Ele pergunta colocando os ante braços na porta.
– Problemas, é diferente. – Sorrio sem graça. – Achei que estivesse de folga.
– E estava. O batalhão nunca para, tive que vir resolver alguns b.o desses filhos da puta dos sargentos.
Fábio não era do BOPE. Diferentemente ele era da PM.
Os PM's comiam na mão do batalhão e eram igual fantoches. As merdas que os PM faziam, o BOPE tinha que limpar a bagunça.
O mesmo com a cabeça pra fora do meu carro, conversava sutilmente comigo. Quem olhava de fora era apenas uma conversa comum, mas eu sabia que seu tom era de malícia. A forma como seus olhos percorriam meu rosto e desciam despercebido (por ele) pelas minhas pernas nuas e seu sorriso enganoso.
Meu desejo era apenas ligar o meu carro, poder ir para a casa, tirar esses saltos e tomar um vinho leve. Isso sim tiraria todos os problemas da minha cabeça, não uma conversa.
Antes de fazer qualquer movimento ou falar o simplificado de "tenho que ir", meu celular vibra na minha coxa uma única vez.A voz de Fábio ecoava dentro do carro enquanto eu lia a mensagem mentalmente.
Solto um suspiro frustração após analisar de quem era a notificação, mas também vem acompanhado de alívio e borboletas no meu estômago.Minha saia não estava curta. Bom, pelo menos eu não achava.
Quando permancia em pé, ela ficava relativamente um pouco acima dos joelhos. E quando estava sentada ou andando pelos corredores, ela sobe mais do que deveria.
Se a sua mensagem foi sobre isso, então ele tinha reparado.
Por um lado não era a minha intenção, mas por outro sim.Antes que os olhos do homem ao lado pudesse se virar para o meu celular, meus dedos deslizam pelo teclado de forma rápida e logo enviando a pequena mensagem.
Bloqueio novamente o pondo na minha coxa esquerda enquanto sorrio completamente sem graça para Fábio. Minha cabeça não estava mais ali naquela conversa, apenas o meu corpo em sobrevivência. Meus pensamentos se dirigiam a Roberto e a forma como me observava em qualquer lugar, a forma como era possessivo como a porra de uma prioridade.
Não restou menos de 1 segundo para que meu celular vibrasse de novo.Meu coração acelera. Algum cenário imaginário da minha cabeça idealiza Roberto vindo na minha direção pra consertar a situação, logo me deixa com o estômago de modo estranho. Nervoso.
Automaticamente minhas mãos vão para o meu colo, pegando no pequeno tecido e abaixando aos poucos. A intensidade com que Fábio me olhava também me gerava um desconforto.
Ficando quieta por mais de 5 minutos sem dar ouvidos e total atenção para o que estava dizendo, quebro a conversa do mesmo no meio com interrupção.– Fábio, infelizmente tenho que ir. Minha mãe acabou de me mandar mensagem e precisa da minha ajuda pra organizar a nova casa.
Mentira.
Minha mãe estava de mudança, sim, isso é verdade. Mas seu novo namorado estava ao seu lado pra ajudar com isso, eu não tinha que me preocupar nesse quesito. Apenas ser uma boa filha e apoia-la.
Como é bom ficar sozinha.A expressão do homem logo muda para algo sem graça e retirando metade do seu corpo da porta. Logo coça a lateral da cabeça olhando para os lados do estacionamento.
– Certo, desculpe por atrapalhar. – Dou um breve sorriso antes de dar a partida no automóvel. – A gente se vê por ai!
Aceno com a cabeça pondo uma mão no volante e a outra na marcha para poder sair dali. Dois homens no meu pé? Tá de sacanagem.
Se um dá uma dor de cabeça terrível, imagine dois.____________________________________
Obrigada por lerem até aqui! Espero que estejam gostando da história, ainda tem muita coisa pela frente.
Beijinhos da Carol! <3
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SOB SUAS ALGEMAS | CAPITÃO NASCIMENTO
RomanceUm capitão do BOPE, uma advogada trabalhista e uma relação antiga. O passado sempre lhe puxa para o presente novamente. Seja uma relação conturbada, obscura..Ou com o homem que sempre foi o amor da sua vida em todos os quesitos. Correr o risco às ve...