Capítulo 5

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[ CAROLINE MARQUES ]

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Era difícil conseguir dormir depois de um dia relativamente estressante. Tinha problemas de insônia em casos como esse. E me atrapalhava bastante na questão do trabalho, pois só acumulava cansaço atrás de cansaço.
Navegando pelas redes sociais de modo desinteressante, acabo encontrando algumas notícias sobre a última operação do BOPE dessa noite. Fico surpresa o quão rápidos os jornalistas eram em relação a isso, mas pra outros, se faziam de cegos e surdos. Arrasto a tela lendo mentalmente cada palavra escrita, meus pensamentos vão automaticamente em Roberto, se ele estava seguro, se a sua farda protegia dos tiros trocados...
Querendo ou não eu me preocupava a cada morro que o mesmo subia. Entretanto, não podia demonstrar ou ao menos pensar em dizer isso perto dele. Seu ego já era muito alto pra alguém que era capitão do batalhão inteiro.
Deitada no sofá com as pernas soltas, agora cruzadas, troco de posição discando para o número do homem no qual pensara.
Não atendida.
Aperto novamente o seu número na esperança de que atendesse nessa segunda vez.
Não atendida. De novo.

A mensagem pelo qual enviei nesse exato momento em seu contato é recebida, e surpreendentemente respondida em menos de 1 minuto. Meu coração acelera repentinamente, e solto um suspiro de alívio pelas minhas narinas devagar.
Ele está bem pelo menos. - penso.

Meus dedos deslizam pela tela - que começara a ficar quente pelo tempo que mexia - com velocidade após ler a sua resposta malcriada.

Meus dedos deslizam pela tela - que começara a ficar quente pelo tempo que mexia - com velocidade após ler a sua resposta malcriada

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Mas que porra?!

Sinto vontade de afundar o meu rosto no travesseiro e gritar com todos os meus pulmões, mas seria escroto com os vizinhos ao lado do apartamento. Finco minhas unhas no braço do sofá bege, como se pudesse arranha-lo e rasga-lo, logo jogando o celular para o outro lado de onde eu estava.
Eu odiava suas respostas rudes e grosseiras, eu odiava quando me tratava feito uma puta sem moradia..
Eu o odiava.
Na verdade não, não o odiava por inteiro.
Meu coração e minha cabeça estavam em uma guerra constante, entre odia-lo e ama-lo.

Amar?

Cada átomo do meu corpo queria-o por perto em certas situações, mas da mesma forma e intensidade, desejava ele longe.

E assim permanaceu a nossa relação de antes para cá. O mesmo sentimento de 4 anos atrás.
Antes de Roberto ser capitão do BOPE, nos conhecemos em uma comemoração de aniversário no bar de Botafogo, quando era apenas um sargento indo para o cargo de tenente. Neto era meu colega de classe e vizinho desde os 18, isso nos fez bem próximos desde então. E até mesmo ser convidada para seu aniversário.
Coincidentemente, nos conhecemos ali, nos aproximamos, trocamos olhares e conversas fúteis como qualquer flerte comum. Uma jovem de vestido e amiga do sargento aniversariante do BOPE, e um próximo tenente observador.
Ainda me lembro de uma de suas falas em um tom embriagado e cheiro de perfume misturado com cerveja

SOB SUAS ALGEMAS | CAPITÃO NASCIMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora