48. O ataque, parte 4

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Tasya

— Vamos lá, se mexam, não deixem que seja muito fácil — digo e o som de tiros soando ao meu redor é muito familiar, mas próximo do que a calmaria sentida em outros momentos.

Foi por meio de ocasiões assim que sobrevivi.

Caminhei para fora do inferno, sujando o chão de sangue.

— Não pode parar de os provocar? — pergunta Egor que está do meu lado.

Não sei o que ele acha que pode fazer se eu me adiantar. Não conseguirá me parar. Nem minha parceira pode.

— Se eu fizer isso, mas não me divertir, não tem graça — digo e ele apenas se mantém em seu lugar, puxando um novo pente para a sua arma após ajustar o colete à prova de balas. Se eu pudesse apenas usar o meu traje, seria ótimo.

— Podem não começar a discutir a relação aqui? — pergunta Aleksandra e os dois seres, revirando os olhos em sua direção, fez com que ela mirasse a sua arma em nós. — Vocês têm uma maldita sorte de eu estar do seu lado.

Acabo sorrindo, porque, sim, minha sorte teve uma virada completamente diferente depois que entrou na minha vida, sem Aleksandra eu ainda estaria me rastejando para dar tudo que pedissem de mim em troca da minha vida, porque era a única forma de sobreviver.

Se Natascha tivesse esperado um pouco mais, se decidisse que outro lugar precisava de uma limpeza mais rapidamente, quem sabe eu não tivesse suportado até o dia em que chegassem.

— Tira a expressão de merda da cara — manda minha parceira, se ergue para passar por cima daqueles que continuam em seu caminho, impedindo a precisão da sua mira.

Um pouco mais longe, o seu marido apenas balança a cabeça como se não pudesse prever o que sua esposa pode fazer para alcançar a sua ambição.

Convivo com ela há mais tempo e também não sei o que fazer em vários momentos, mas sei de uma coisa, estaremos sempre nos seguindo, independente de quantos corpos estiverem no chão quando sairmos.

— É melhor você não morrer — digo, me apresso para poder acompanhar os passos de Aleksandra, mas não pude deixar de ouvir o que me disse: como eu poderia morrer se ainda não recebi o meu sim.

Que diabos... Onde esse momento seria o melhor para pensar em um casamento?

Na companhia de Aleksandra, começamos a limpar um grande corredor e preciso dar um salto para trás quando um chute passa raspando nas minhas mãos na tentativa de fazer com que minha arma voe.

A mulher ajusta os braços na frente do rosto e nos encara pela visão periférica. Não sabe que acabou de entrar no covil de duas víboras?

E o que um animal faz quando seu território é invadido?

Ele ataca para destruir quem acaba com a sua paz.

Nos adiantamos no mesmo momento. Tentei atacar a parte frontal após atirar duas vezes, enquanto Aleksandra optou por derrubá-la o mais rápido possível, usando golpes baixos. Contudo, a individua é um pouco mais arteira e habilidosa do que imaginávamos, desse modo conseguiu se livrar muito bem do nosso ataque.

Porém, não é ótima em esconder quando olha para outro lugar, assim me virei para desviar quase que automaticamente devido aos centímetros da faca que passou próximo à minha carne.

Olho para as duas algumas vezes enquanto Aleksandra berra pelos olhos que não deveria me impressionar com um par de gêmeas.

Usando a mobilidade de seu pulso, minha oponente faz muitos movimentos na intenção de mover a faca para poder atingir a minha carne. São rápidas, muito ligeiras em mudar o sentindo do que fazem para poder alcançar o que querem ter em mãos.

Contrato de honra - Série Família Sokolov - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora