30. Pessoas com poucos neurônios

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Tasya

— Você ainda tem mais pessoas para mandar? — Pergunto e ela começa a rir.

Bate palmas como se estivesse amando o show. Fica feliz em ver o sangue no piso. Deve ser fácil ficar alegre com algo assim quando não pertence a ninguém com quem se importe. Se fosse o sangue do seu filho aqui, como reagiria? Ainda teria esse risinho em seu rosto?

— Estou impressionada de verdade, pelo visto uma puta pode aprender mais do que fazer com que um homem fique satisfeito na cama — diz, cruza as pernas batendo palmas levemente de novo. — Quando Dimitri me disse o que fez, achei que ele estava louco, como poderia? Yaroslyv não deixaria a sua bonequinha ter garras assim, mas creio que o ponto não seja ele.

Olha para Aleksandra como se ela pudesse lhe dar a resposta que tem em mente.

— Depois da prostituição tudo o que se sabe de você foi que passou a ser uma dançarina, mas uma não precisa saber estrangular homens desse modo.

— Desde quando a minha vida passou a ser parte do seu interesse? — questiono e ela sorri.

— Não precisaria fazer parte da minha vida, se fosse um pouco como seu pai, mas não, deve ter puxado a sua mãe — fala. Não conhece a minha mãe, como pode pensar que não pagará por estar usando-a desse modo? — Na verdade, não, é outra coisa. Ela também não te abandonou com ele? Cheio de dívidas, com você se matando de trabalhar para as pagar. Deve ser difícil ter dois pais bostas.

— É com isto que quer brincar? Sendo você uma adúltera que abandonou a filha que nasceu devido ao seu erro? Pese o pecado dos outros, mas não se esqueça dos seus, é feio, um péssimo jeito de agir.

— E você é muito melhor? Creio que nem tenha ideia de cada um dos homens que meteram em você e por quê? Porque seu pai preferiu te vender ao invés de lidar com a dívida que tinha — fala Clarissa, ri como se uma grande piada tivesse sido contada. — Tenho pena de você, um pai tão merda e mesmo assim está tomando conta dele, que filha de ouro.

— Não sou uma pessoa boa, pensei que todo o sangue aqui esclarecia isto — profiro, mantenho uma faca de caça serrilhada em mãos.

Só consigo pensar em como seria doloroso para ela quando eu começasse a arrancar a sua pele. Provavelmente morreria muito antes de eu poder terminar.

— Porque não nos conta o motivo de ter vindo aqui hoje, não deve ser apenas porque gostaria de ver quantos dos seus homens poderíamos matar — profere Aleksandra. Está certa.

Vir até esse lugar com uma quantidade tão grande de capangas e mesmo assim não nos atacar diretamente, fez com que eles viessem até nós aos poucos. Alguém querendo somente nos matar não agiria assim.

— Não fale desse modo, é claro que não vim aqui com poucas intenções — conta, sorrindo. — Queria dizer a você como é fácil ter o que desejo depois de tirar você do caminho, tão simples que eu provavelmente já tenho em mãos. Tudo que precisei foi pegar um pouco do seu tempo aqui — fala. Meu sangue fervilha por ponderar sobre o que está dizendo.

A única coisa que poderia querer de mim é Jasmine.

Rapidamente o fato de Niki não ter me mandado uma mensagem se prende a minha cabeça. Ele ainda é tão novo nesse mundo, em uma situação de extremo perigo com uma boa quantidade de capangas ele poderia se sair bem?

— Está tão confiante assim? — inquire Aleksandra me tomando de dentro dos meus pensamentos, tem um sorriso grandioso no rosto. — Pela sua face sim.

Contrato de honra - Série Família Sokolov - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora