Supertaça alemã 22/23

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Meu primeiro encontro com o Benji foi no dia 2 de julho de 2018. Jantamos juntos após eu assistir Brasil e México e ele dar várias entrevistas após o gol que mudou a carreira dele.

Hoje, dia 2 de julho de 2022, somos surpreendidos com uma bela coincidência do destino.

Nosso pequeno Leon decide nasce justamente na data que já comemoramos há 4 anos.

De repente fui acordada por uma dor leve, mas persistente, na região abdominal. No início, pensei que fosse apenas uma sensação passageira, mas logo a dor se tornou mais intensa e regular. Olhei para o relógio e vi que eram cerca de 2 da manhã.

Com um pouco de esforço, o acordei suavemente.

— Amour... — minha voz estava um pouco trêmula.

Ele abriu os olhos imediatamente, olhando para mim com preocupação.

— O que aconteceu, meine Liebe? — ele perguntou, levantando-se rapidamente.

— Acho que estou começando a sentir contrações... — respondi, tentando manter a calma, embora a dor estivesse aumentando.

 Ele pegou a bolsa de maternidade que já havia preparado e rapidamente a colocou no carro. Também me ajudou a me arrumar e a entrar no carro.

Ao chegarmos no hospital, eu já não conseguia me concentrar direito por causa da dor. Quando percebo, lá está meu marido, conversando em alemão com os médicos e enfermeiras para dar entrada no hospital

— Sprechen Sie Deutsch? — pergunto, brincando com ele, já que eu nunca tinha o visto falar alemão assim

(Você fala alemão?)

Mesmo depois de 6 anos de alemão, Benji falava muito pouco. Ele sempre se comunicava dentro e fora de casa em inglês

— Ich bin dafür fertig — ele pisca para mim — entspann dich, ich kann es schaffen. Alles wird gut.

(Eu estou pronto para isso. Relaxe, eu consigo. Vai dar tudo certo)

Sorrio, surpresa, e me sinto mais tranquila. Que homem... escolhi o cara certo.

Benji permaneceu ao meu lado, segurando minha mão e oferecendo palavras de encorajamento. Em poucos minutos, fomos levados para a sala de parto.

Meu parto foi exatamente como sonhei: na banheira morna, com música e, apesar da dor, sentindo meu corpo.

Depois de algumas horas, o choro de um bebê preencheu a sala. Do meu bebê. O médico me entrega nosso pequeno Leon, que é o bebê mais lindo que eu já vi. Na verdade, Leon nasceu a cópia do pai: cachinhos, olhinhos brilhantes e sorriso de menino sapeca.

— Oi, meu amor — digo suavemente enquanto acaricio a bochecha dele — bem-vindo ao mundo... eu sou a sua mamãe. Papai e eu vamos cuidar muito bem sempre

 Eu não entendo o que meu marido fala, pois ele faz isso em francês, mas percebo o quão emocionado ele está, fazendo carinho no nosso bebê e conversando com ele.

Honestamente, eu achei que fosse sentir mais falta de trabalhar, mas agora tudo que eu quero é ficar com meu grudinho.

4 semanas depois do nascimento do nosso pequeno, o Bayern disputa a Supertaça alemã com o Leipzig. É estranho não estar no estádio, mas eu não tenho do que reclamar. Acompanho o jogo de casa com meu pacotinho.

No final, o jogo termina em 5 a 2 para o Bayern. Meu filho já nasceu sabendo que torcer pro Bayern é sinônimo de ganhar título.

Em um jogo cheio de gols, saiu até mesmo um do meu Benji, que já não fazia gol pelo Bayern há quase 1 ano e meio.

Sprechen Sie Deutsch? - Benjamin PavardOnde histórias criam vida. Descubra agora